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mercoledì 30 giugno 2010

Cláudio Manuel da Costa


Cláudio Manuel da Costa
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Nascimento 5 de junho de 1729
Vila do Ribeirão do Carmo, atual Mariana (MG)
Morte 4 de julho de 1789 (60 anos)
Vila Rica, atual Ouro Preto (MG)
Nacionalidade Brasileiro
Ocupação Poeta
Escola/tradição Arcadismo, Neoclassicismo

Cláudio Manuel da Costa Mariana, (Minas Gerais)Vila do Ribeirão do Carmo, 5 de junho de 1729 — Ouro Preto, Vila Rica, 4 de julho de 1789) foi um jurista e poeta luso-brasileiro da época colonial [1].

Destacou-se pela sua obra poética e pelo seu envolvimento na Inconfidência Mineira. Foi também advogado de prestígio, fazendeiro abastado, cidadão ilustre, pensador de mente aberta e mecenas do Aleijadinho[carece de fontes?]. Estudou cânones em Coimbra e há quem acredite que ele tenha traduzido a obra de Adam Smith para o português[carece de fontes?]. Outra dúvida que persiste é se foi ou não membro dos Illuminati, sociedade secreta de cunho iluminista que surgiu na Baviera e influenciou inúmeras revoluções.[carece de fontes?]

Biografia
Filho de João Gonçalves da Costa, português, e Teresa Ribeira de Alvarenga, mineira, nasceu no sítio da Vargem do Itacolomi, freguesia da vila do Ribeirão do Carmo, atual cidade de Mariana em Minas Gerais.

Em 1749, aos vinte anos de idade, embarcou para Portugal, matriculando-se na Universidade de Coimbra, onde obteve o Bacharelato em Cânones.

Entre 1753 e 1754, retornou ao Brasil, dedicando-se à advocacia em Vila Rica (atual Ouro Preto). Jurista culto e renomado à época, ali exerceu o cargo de procurador da Coroa, desembargador, e, por duas vezes, o de secretário do Governo. Por incumbência da Câmara de Ouro Preto elaborou a "Carta Topográfica de Vila Rica e seu termo" (1758).

Por sua idade, boa lição clássica, fama de doutor e crédito de autor publicado, exerceu uma espécie de magistério entre os seus confrades em musa, maiores e menores, uma vez que todos lhe liam as suas obras e lhe escutavam os conselhos. Foi, assim, uma das principais figuras da Capitania.

Aos sessenta anos de idade foi envolvido na chamada Conjuração Mineira. Detido e, para alguns, apavorado com as conseqüências da acusação de réu de inconfidência, morreu em circunstâncias obscuras, em Vila Rica, no dia 4 de julho de 1789, quando teria cometido suicídio por enforcamento na prisão.

Os registros da trajetória da vida de Cláudio revelam uma bem sucedida carreira no campo político, literário e profissional. Foi secretário de governo, poeta admirado até em Portugal e advogado dos principais negociantes da capitania no seu tempo. Acumulou ampla fortuna e sua casa em Vila Rica, era uma das melhores vivendas da capital. Sólida e construção que ainda lá está a desafiar o tempo.

A memória de Cláudio Manuel da Costa, porém, não teve a mesma sorte. Até hoje paira sobre ele a suspeita de ter sido um miserável covarde que traiu os amigos e se suicidou na prisão[carece de fontes?]. Outros negam até a própria relevância da sua participação na inconfidência mineira, pintando-o como um simples espectador privilegiado, amigo de Tomás Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto, freqüentadores assíduos dos saraus que ele promovia.

Cláudio tentou, ele próprio, diminuir a relevância da sua participação na conspiração, mas estava apenas tentando reduzir o peso da sua culpa diante dos juizes da devassa. Os clássicos da historiografia da inconfidência mineira são unânimes em valorizar sua participação no movimento. Parece que ele era meio descrente com as chances militares da conspiração. Mas não deixou de influenciar no lado mais intelectualizado do movimento, especialmente no que diz respeito à construção do edifício jurídico projetado para a república que pretendiam implantar em Minas Gerais, no final do século XVIII.

De qualquer modo José Pedro Machado Coelho Torres, juiz nomeado para a Devassa de 1789 em Minas Gerais, dele diz o seguinte: "O dr. Cláudio Manoel da Costa era o sujeito em casa de quem se tratou de algumas coisas respeitantes à sublevação, uma das quais foi a respeito da bandeira e algumas determinações do modo de se reger a República: o sócio vigário da vila de S. José é quem declara nas perguntas formalmente"...(Anais da Biblioteca Nacional, 1º vol. pg. 384).

É patrono da Academia Brasileira de Letras.

Morte: assassinato ou suicídio?
O ponto mais crítico da biografia do poeta inconfidente vem a ser a suspeita do seu suicídio. Sua morte está cercada de detalhes obscuros. Há mais de duzentos anos que o assunto suscita debates e há argumentos de peso tanto a favor como contra a tese do suicídio. Os partidários da crença de que Cláudio Manuel da Costa tenha se suicidado se baseiam no fato de que ele estava profundamente deprimido na véspera da sua morte.

Isso está estampado no seu próprio depoimento, registrado na Devassa. Além disso, seu padre confessor teria confirmando seu estado depressivo a um frade que trouxe o registro à luz. Os partidários da tese de que Cláudio tenha sido assassinado, contestam tanto a autenticidade do depoimento apensado aos autos da Devassa, quanto a honestidade do registro do frade.

Quem acredita na tese do assassinato se baseia em um argumento principal: o próprio laudo pericial que concluiu pelo suicídio. Pelo laudo, o indigitado poeta teria se enforcado usando os cadarços do calção, amarrados numa prateleira, contra a qual ele teria apertado o laço, forçando com um braço e um joelho. Muitos acreditam ser impossível alguém conseguir se enforcar em tais circunstâncias.

O historiador Ivo Porto de Menezes relata que ao organizar antigos documentos relativos à Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto, em 1957 ou 1958, encontrou no livro de assentos dos integrantes da Irmandade de São Miguel e Almas, a anotação da admissão de Cláudio Manuel e à margem a observação de que havia "sufragado com 30 missas" a alma do falecido, e "pago tudo pela fazenda real". De igual forma procedera a Irmandade de Santo Antônio, que lançou em seu livro: "falecido em julho de 1789. E feitos os sufrágios." Relembra que havia à época proibição de missas pelos suicidas.

Também Jarbas Sertório de Carvalho, em ensaio publicado na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, defende com boa documentação a tese do assassinato.

Há ainda quem acredite que o próprio governador, Visconde de Barbacena, esteve envolvido na conspiração e Cláudio teria sido eliminado por estar disposto a revelar isso. Mas o fato é que somente a tese do suicídio pôde se lastrear em documentos, ainda que duvidosos quanto a sua honestidade e veracidade, como bem salientam os adeptos da tese de assassinato.

Ainda noutro ensaio "Inconfidência Mineira- As Várias faces", Júlio José Chiavenato lança um dado que reforça a tese da farsa montada do "suicídio" de Cláudio Manuel da Costa. Na tarde do mesmo dia em que o advogado é preso, são assassinados no sítio da Vargem a sua filha, o genro e outros familiares, bem como alguns escravos e roubados todos os seus bens. O Visconde de Barbacena só informou Lisboa da morte de Cláudio Manuel da Costa a 15 de julho, onze dias depois de ter ocorrido e quando dera conhecimento a Lisboa do seu interrogatório a 11 de Julho, sem nunca referir o facto. Se a morte do alferes (Tiradentes) não causaria embaraços em Lisboa a de Cláudio e da sua família poderia causar, daí a necessidade da farsa ser montada.

Dez dias depois da sua morte, a população de Paris tomava a fortaleza da Bastilha, marcando o início do fim da dinastia dos gloriosos Luíses de França. Começava a tomar corpo então, um projeto político, sonhado pelo próprio Cláudio Manuel da Costa para seu país. Demoraria, no entanto, mais trinta anos para que o Brasil se tornasse liberto de Portugal. Cem anos a mais seriam necessários para a realização da segunda parte do sonho, a implantação do regime republicano no Brasil.

Obra
Glauceste Saturnino (ou Glauceste Satúrnio), pseudônimo do autor, faz parte da transição do Barroco para o Arcadismo. Seus sonetos herdaram a tradição de Camões.

Culto Métrico, 1749.
Munúsculo Métrico,1751.
Epicédio, 1753.
Obras (sonetos, epicédios, romances, éclogas, epístolas, liras), 1768.
O Parnaso Obsequioso, 1768
Vila Rica, 1773.
Poesias Manuscritas, 1779.
Fonte: A Poesia dos Inconfidentes, Obra completa de Cláudio Manuel da Costa - Editora Nova Aguilar, Rio de Janeiro, 2002.

Representações na cultura
Cláudio Manuel da Costa já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Emiliano Queiroz no filme "Tiradentes" (1999), Fernando Torres no filme "Os Inconfidentes" (1972), na novela "Dez Vidas" (1969) e Carlos Vereza no filme "Aleijadinho - Paixão, Glória e Suplício" (2003).

Notas
1.↑ No Brasil como em Portugal era comum atribuir o gentílico "brasileiro" a uma pessoa nascida na colônia, embora hoje isto possa ser visto como um anacronismo. Durante a época colonial o Brasil era um território português, por esse motivo, os ali nascidos eram súditos e vassalos do rei de Portugal. Somente durante a primeira centúria da época colonial (XVI) o vocábulo “brasileiro” era o nome que se dava aos comerciantes de pau-brasil, sendo por isso, naquela época apenas, o nome de uma profissão. No entanto, desde muito antes da independência do Brasil, em 1822, em virtude do sentimento nativista disseminado o termo “brasileiro” já era utilizado de modo generalizado como adjetivo pátrio dos naturais do Brasil. Do ponto de vista estritamente legal apenas, só é de nacionalidade brasileira (brasileiro) quem ali nasceu depois da independência do Brasil. Mas, em geral, chamar uma pessoa que nasceu no Brasil antes da independência de brasileiro não quer significar que ela era comerciante de pau-brasil e sim que era natural do "Estado do Brasil".
[editar] Bibliografia
VERÍSSIMO, José. História da Literatura Brasileira.
Cláudio Manoel da Costa - notícia biográfica. in: Revista do Arquivo Público Mineiro, ano I, fasc. 2º. Ouro Preto: Imprensa Oficial de Minas Gerais, 1896.
MENEZES, Ivo Porto. Potencialidades da pesquisa em Minas. in: jornal Estado de Minas. Belo Horizonte, 5 de maio de 2007.
CARVALHO, Jarbas Sertório. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, nº LI.
SOUTHEY, Robert. História do Brasil. São Paulo: Ed. Universidade de São Paulo, 1981.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cl%C3%A1udio_Manuel_da_Costa





Sonetos

VI

Brandas ribeiras, quanto estou contente
De ver-vos outra vez, se isto é verdade!
Quanto me alegra ouvir a suavidade,
Com que Fílis entoa a voz cadente!

Os rebanhos, o gado, o campo, a gente,
Tudo me está causando novidade:
Oh! como é certo que a cruel saudade
Faz tudo, do que foi, mui diferente!

Recebi (eu vos peço) um desgraçado,
Que andou até agora por incerto giro,
Correndo sempre atrás do seu cuidado:

Este pranto, estes ais com que respiro,
Podendo comover o vosso agrado,
Façam digno de vós o meu suspiro.

VII

Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado
E em contemplá-lo, tímido, esmoreço.

Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado;
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!

Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.

Eu me engano: a região esta não era;
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!

XIV

Quem deixa o trato pastoril, amado,
Pela ingrata, civil correspondência,
Ou desconhece o rosto da violência,
Ou do retiro a paz não tem provado.

Que bem é ver nos campos, trasladado
No gênio do Pastor, o da inocência!
E que mal é no trato, e na aparência
Ver sempre o cortesão dissimulado!

Ali respira Amor sinceridade;
Aqui sempre a traição seu rosto encobre;
Um só trata a mentira, outro a verdade.

Ali não há fortuna que soçobre;
Aqui quanto se observa é variedade:
Oh! ventura do rico! oh! bem do pobre!

LXXII

Já rompe, Nise, a matutina Aurora
O negro manto, com que a noite escura,
Sufocando do Sol a face pura,
Tinha escondido a face brilhadora.

Que alegre, que suave, que sonora
Aquela fontezinha aqui murmura!
E nestes campos cheios de verdura
Que avultado o prazer tanto melhora!

Só minha alma em fatal melancolia,
Por te não poder ver, Nise adorada,
Não sabe inda que coisa é alegria;

XCVIII

Destes penhascos fez a natureza
O berço em que nasci: oh! quem cuidara
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!

Amor, que vence os tigres, por empresa
Tomou logo render-me; ele declara
Contra o meu coração guerra tão rara,
Que não me foi bastante a fortaleza.

Por mais que eu mesmo conhecesse o dano,
A que dava ocasião minha brandura,
Nunca pude fugir ao cego engano:

Vós, que ostentais a condição mais dura,
Temei, penhas, temeis, que Amor tirano,
Onde há mais resistência, mais se apura.


http://www.revista.agulha.nom.br/cmc.html#sonetos




martedì 29 giugno 2010

Claudio Daniel


Claudio Daniel
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Claudio Daniel (São Paulo, 1962) é um escritor brasileiro.

Seu livro de estréia, Sutra, foi publicado em 1992, época em que o autor trabalhava como revisor do jornal Diário Popular e residia no bairro Bela Vista, em São Paulo, também conhecido como Bexiga. Nessa época, suas leituras poéticas incluíam autores latino-americanos como Olivério Girondo, Vicente Huidobro e César Vallejo, além de João Cabral de Melo Neto e da Poesia Concreta.

Nos anos seguintes, publicou os livros de poesia Yumê (Ciência do Acidente, 1999), A Sombra do Leopardo (Azougue Editorial, 2001, prêmio Redescoberta da Literatura Brasileira, oferecido pela revista CULT) e Figuras Metálicas (Perspectiva, 2005). Este último título é uma antologia de seus três primeiros livros, mais o inédito Pequenas Aniquilações, que o autor organizou, a convite de Haroldo de Campos, para a coleção Signos.

Claudio Daniel publicou também o volume de contos Romanceiro de Dona Virgo (Lamparina, 2004) e a antologia Na Virada do Século, Poesia de Invenção no Brasil (Landy, 2002, em parceria com Frederico Barbosa). Como tradutor, publicou Jardim de Camaleões, A Poesia Neobarroca na América Latina (Iluminuras, 2004) e coletâneas de autores como o cubano José Kozer, o dominicano Leon Félix Batista, o argentino-peruano Reynaldo Jiménez e os uruguaios Víctor Sosa e Eduardo Milán.

Tem ainda colaborado em diversos jornais e revistas literárias, no Brasil e no exterior, como a Folha de S. Paulo, Suplemento Literário de Minas Gerais, CULT, Coyote, Et Cetera, Crítica (México), Tsé Tsé (Argentina), Serta (Espanha), Docks a Lire (França) e Hispanic Poetry Review (EUA).

Participou também de antologias de poesia contemporânea como Pindorama, 30 Poetas de Brasil, com organização e tradução de Reynaldo Jiménez (in revista Tsé Tsé n. 7/8,Buenos Aires, 2001), New Brasilian and American Poetry, organizada por Flávia Rocha e Edwin Torres (in revista Rattapallax, n. 9, New York, 2003) e Cetrería, Once Poetas de Brasil, organizada e traduzida por Ricardo Alberto Pérez (Ed. Casa de Letras, Havana, 2003). No momento, o autor faz pesquisas sobre poesia africana de língua portuguesa.




Dibujo
(Kundry)


Eco de mandíbulas e parietais em turbulência de ganidos.

Contar
o vento,

cantar a pele
de lontra

serpente bípede
ou pterodáctilo

— para a confluência
de pianos no jardim.

Folha de relva desfolha meu rosto —
milagre da verde

aparição (jade,
o corvo)

em óssea carícia ou trumpete para a trama
de futuros
indecifráveis.

A história sangra dentes-de-dragão fábula muda
ou surda
diáspora

— que não esquece,
nunca irá esquecer.

Eis o drama o libreto dessa ópera configurada
que vira a página
— pétala —
até afogar-se
em ramalhete
de azuis-
leão.






Dibujo
(Klingsor)


Uma figura
de enguia —
palavras
de carbono,
forma esquálida
de garra,
à maneira
simples
de tubérculo.
Dizer
o diamante?
Não, a demência
papilar
traçada
em rocha:
pintura
de mortos,
caligrafia
de grunhidos.
Assim
porque
ferrugem
ou azul-ferrete,
despetalar
os corvos
brancos
— tudo
é tumulto,
gritos
fanhos
na pupila.



http://www.revista.agulha.nom.br

http://pt.wikipedia.org/wiki/Claudio_Daniel

http://www.revistazunai.com/claudiodaniel/




lunedì 28 giugno 2010

Entrevista com Claudia Roquette-Pinto - Encontros de Interrogação

Cláudia Roquette-Pinto



Cláudia Roquette-Pinto

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Claudia Roquette-Pinto (Rio de Janeiro, agosto de 1963) é uma poetisa brasileira.

Estudou tradução literária em Rio de Janeiro e dirigiu por cinco anos o jornal cultural Verve. Em 2001 recebeu o Prêmio Jabuti de Literatura pelo livro Corola.

Obras
Os dias gagos (1991)
Saxífraga (1993)
Zona de sombra (1997)
Corola (2001)
[editar] Ligações externas
Revista Trópico: Biografia de Claudia Roquette-Pinto

http://pt.wikipedia.org/wiki/Claudia_Roquette-Pinto


space-writing
(sobre foto de man ray)


para escrever no espaço: o
arco do braço mais
ágil que o sobressalto
das idéias em fuga (tinem
os cascos) o traço
que as mãos no encalço (desa
tino de asas) percursam:
circunvoluções do
improviso na moldura
findo o lapso resta
em claro (i
tinierário de medusas)
a escrita que perdura para o
espasmo o “olho armado” o
rapto
do obturador

http://www.claudiaroquettepinto.com.br/poemas.html
[Do livro: Saxífraga, Cláudia Roquette-Pinto, Editora Salamandra]




Cinco lições de inglês
That summer he missed his lover – Ele puxou do bolso, com máximo cuidado, a última carta, a qual imediatamente rasgou-se ao longo das dobras puídas.

The letter confused her – Mesmo depois de ler e reler a carta, ela não conseguia impedir que suas maiores expectativas e seus piores temores - crianças numa gangorra-
se alternassem em sua mente.

She felt very sad – Ela andava, dia e noite, como se levasse no peito a vidraça que uma pedra acabara de acertar.

He was angry – Ele batia com insistência a ponta do sapato no rodapé, e, repentinamente, repetia entre dentes alguma frase incompreensível, que pontuava com um soco.

She begged him to stay – Ela agarrou-se à manga de sua camisa sem dizer palavra.



http://www.claudiaroquettepinto.com.br/

"Em Busca do Paraíso" - Christina Magalhães Herrmann


Christina Magalhães Herrmann
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Christina Magalhães Herrmann, também conhecida como Chris Herrmann (Rio de Janeiro, 21 de Junho de 1963), é uma escritora, poeta e compositora brasileira.

Biografia
Chris Herrmann nasceu no Rio de Janeiro, estudou Literatura na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Música e Piano no Conservatório Brasileiro de Música (CBM). Desde muito jovem começou a escrever poemas e compor músicas, como Em Busca do Paraíso (para Piano), Vôo Celeste e Viking III (as duas últimas em parceria com Roberto Oliveira Costa), entre outras.

Vivendo com sua família na Alemanha desde 1996, ela também trabalhou como web designer e tradutora do Inglês e Alemão para o Português.

O espírito criativo combinado à sua paixão pela Literatura Japonesa e Arte Digital vêm contribuindo para uma nova geração de haicais teuto-brasileiros.

Participou de diversas publicações de poesia impressas e digitais no Brasil e também na Espanha e Estados Unidos.

Em Novembro de 2007 a Sra. Herrmann foi nomeada Consulesa do Movimento Poetas del Mundo em Dusseldorf, Alemanha. Convite este feito pela Sra. Delasnieve Daspet, poeta e Embaixadora Universal da Paz para o Brasil.

Obra
Voos de Borboleta - Coletânea de Haicais, prefaciado por Leila Míccolis - Editora Protexto - 2009 - ISBN 9788578281076
Poetas pela Paz e Justiça Social - Antologia Poética - Editora Alcance - 2007 ISBN 978-85-7592-098-5
Poetas do Café Volumes 1, 2 e Haicais - lançados em parceria com (e durante) o XIV Congresso Brasileiro de Poesia, em 2006, em Bento Gonçalves/RS-Brasil. Parceria feita entre Chris Herrman e o organizador do CBP, o jornalista e poeta Ademir Antônio Bacca. Na obra há poemas de Chris Herrmann, Ademir Bacca, entre outros.
Poetas do Café Vol.3, Pássaros-Poetas e Trovadores - 3 obras em 1, co-autoria.
Antologia Poética - Espanha, 2007

http://pt.wikipedia.org/wiki/Christina_Magalh%C3%A3es_Herrmann










Olha Você - A Praça é Nossa

Charles Ronald de Carvalho


Charles Ronald de Carvalho
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Charles Peixoto ou simplesmente Charles, pseudônimos de Carlos Ronald de Carvalho (Rio de Janeiro, 1948) é poeta e roteirista brasileiro.

Charles, ao lado de Ricardo de Carvalho Duarte é um dos nomes mais expressivos da poesia marginal, tendo estreado em 1972 com o livro mimeografado Travessa bertalha 11, ao qual se seguiram Creme de Lua, Perpétuo socorro. Coração de cavalo e Marmota platônica. Participou da antologia 26 poetas hoje. Foi fundador do grupo Nuvem Cigana e um dos editores do Almanaque Biotônico Vitalidade.

A partir da década de 1980 passou a escrever roteiros para a rede Globo para programas como Armação Ilimitada e Malhação.


http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Ronald_de_Carvalho

domenica 27 giugno 2010

Chacal (Ricardo de Carvalho Duarte)


Ricardo de Carvalho Duarte
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Chacal (Rio de Janeiro, 24 de maio de 1951) é poeta e letrista brasileiro.

Ricardo de Carvalho Duarte, aluno de Comunicação Social da UFRJ, foi um dos primeiros poetas da década de 70 a se utilizar do mimeógrafo para divulgar sua poesia (à qual só se dedicou por ser incapaz de desenhar um cavalo), com o livro Muito Prazer (1971/2), na companhia de Charles Peixoto, que editou Travessa Bertalha 11. Em seguida teve um poema incluído na antológica revista Navilouca, editada por Torquato Neto e Waly Salomão.

Como tinha planos de viajar para a Inglaterra e conhecer de perto a contracultura, mas sem dinheiro para tanto, editou um segundo livro, Preço da Passagem, em forma de envelope que foi vendido entre amigos e entre freqüentadores da zona sul carioca.

Em 1975 participou do grupo Vida de Artista, que contava com poetas como Francisco Alvim e Cacaso. Nesse ano lançou seu terceiro livro, América. Em 1976 teve poemas incluídos na antologia 26 poetas hoje, de Heloísa Buarque de Hollanda. Em seguida lançou Quampérius. Nessa época juntou-se a Charles Peixoto, Bernardo Vilhena e Ronaldo Bastos para fundarem o Nuvem Cigana, grupo que agitou a vida carioca do final da década de 1970, em especial com os happenings Artimanhas.

Paralelo à poesia Chacal passa a trabalhar com grupos de teatro, escrevendo Aquela Coisa Toda para o grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone, e Recordações do Futuro, para o grupo Manhas & Manias. Nesse período aproxima-se de Patrícia Travassos e Evandro Mesquita, futuros parceiros da banda Blitz, para a qual Chacal compôs algumas letras.

Em 1983 veio a público Drops de Abril, reunião dos livros anteriores editada pela editora Brasiliense.

Seus outros livros são: Comício de Tudo (1986) - crônicas que escreveu para o Correio Brasiliense -, Letra Elétrika (1994), Posto Nove (1998) e A Vida é curta pra ser pequena (2002).

Desde 1990 é diretor do CEP 20.000.

Ligações externas
chacalog

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ricardo_de_Carvalho_Duarte




Chacal



Primeiro eu quero falar de amor

meu amor se esparrama na grama
Meu amor se esparrama na cama
meu amor se espreguiça
meu amor deita e rola no planeta.



LITERATURA MARGINAL:POESIA



Acampamento

sabato 26 giugno 2010

Fagner - Canteiros



Cecília Meireles


Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil S.A., e de D. Matilde Benevides Meireles, professora municipal, Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. Foi a única sobrevivente dos quatros filhos do casal. O pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e sua mãe quando ainda não tinha três anos. Criou-a, a partir de então, sua avó D. Jacinta Garcia Benevides. Escreveria mais tarde:

"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno.

(...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.

(...) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano."

Conclui seus primeiros estudos — curso primário — em 1910, na Escola Estácio de Sá, ocasião em que recebe de Olavo Bilac, Inspetor Escolar do Rio de Janeiro, medalha de ouro por ter feito todo o curso com "distinção e louvor". Diplomando-se no Curso Normal do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, em 1917, passa a exercer o magistério primário em escolas oficiais do antigo Distrito Federal.

Dois anos depois, em 1919, publica seu primeiro livro de poesias, "Espectro". Seguiram-se "Nunca mais... e Poema dos Poemas", em 1923, e "Baladas para El-Rei, em 1925.

Casa-se, em 1922, com o pintor português Fernando Correia Dias, com quem tem três filhas: Maria Elvira, Maria Mathilde e Maria Fernanda, esta última artista teatral consagrada. Suas filhas lhe dão cinco netos.

Publica, em Lisboa - Portugal, o ensaio "O Espírito Vitorioso", uma apologia do Simbolismo.

Correia Dias suicida-se em 1935. Cecília casa-se, em 1940, com o professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo.

De 1930 a 1931, mantém no Diário de Notícias uma página diária sobre problemas de educação.

Em 1934, organiza a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro, ao dirigir o Centro Infantil, que funcionou durante quatro anos no antigo Pavilhão Mourisco, no bairro de Botafogo.

Profere, em Lisboa e Coimbra - Portugal, conferências sobre Literatura Brasileira.

De 1935 a 1938, leciona Literatura Luso-Brasileira e de Técnica e Crítica Literária, na Universidade do Distrito Federal (hoje UFRJ).

Publica, em Lisboa - Portugal, o ensaio "Batuque, Samba e Macumba", com ilustrações de sua autoria.

Colabora ainda ativamente, de 1936 a 1938, no jornal A Manhã e na revista Observador Econômico.

A concessão do Prêmio de Poesia Olavo Bilac, pela Academia Brasileira de Letras, ao seu livro Viagem, em 1939, resultou de animados debates, que tornaram manifesta a alta qualidade de sua poesia.

Publica, em 1939/1940, em Lisboa - Portugal, em capítulos, "Olhinhos de Gato" na revista "Ocidente".

Em 1940, leciona Literatura e Cultura Brasileira na Universidade do Texas (USA).

Em 1942, torna-se sócia honorária do Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro (RJ).

Aposenta-se em 1951 como diretora de escola, porém continua a trabalhar, como produtora e redatora de programas culturais, na Rádio Ministério da Educação, no Rio de Janeiro (RJ).

Em 1952, torna-se Oficial da Ordem de Mérito do Chile, honraria concedida pelo país vizinho.

Realiza numerosas viagens aos Estados Unidos, à Europa, à Ásia e à África, fazendo conferências, em diferentes países, sobre Literatura, Educação e Folclore, em cujos estudos se especializou.

Torna-se sócia honorária do Instituto Vasco da Gama, em Goa, Índia, em 1953.

Em Délhi, Índia, no ano de 1953, é agraciada com o título de Doutora Honoris Causa da Universidade de Délhi.

Recebe o Prêmio de Tradução/Teatro, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte, em 1962.

No ano seguinte, ganha o Prêmio Jabuti de Tradução de Obra Literária, pelo livro "Poemas de Israel", concedido pela Câmara Brasileira do Livro.

Seu nome é dado à Escola Municipal de Primeiro Grau, no bairro de Cangaíba, São Paulo (SP), em 1963.

Falece no Rio de Janeiro a 9 de novembro de 1964, sendo-lhe prestadas grandes homenagens públicas. Seu corpo é velado no Ministério da Educação e Cultura. Recebe, ainda em 1964, o Prêmio Jabuti de Poesia, pelo livro "Solombra", concedido pela Câmara Brasileira do Livro.

Ainda em 1964, é inaugurada a Biblioteca Cecília Meireles em Valparaiso, Chile.

Em 1965, é agraciada com o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra, concedido pela Academia Brasileira de Letras. O Governo do então Estado da Guanabara denomina Sala Cecília Meireles o grande salão de concertos e conferências do Largo da Lapa, na cidade do Rio de Janeiro. Em São Paulo (SP), torna-se nome de rua no Jardim Japão.

Em 1974, seu nome é dado a uma Escola Municipal de Educação Infantil, no Jardim Nove de Julho, bairro de São Mateus, em São Paulo (SP).

Uma cédula de cem cruzados novos, com a efígie de Cecília Meireles, é lançada pelo Banco Central do Brasil, no Rio de Janeiro (RJ), em 1989.

Em 1991, o nome da escritora é dado à Biblioteca Infanto-Juvenil no bairro Alto da Lapa, em São Paulo (SP).

O governo federal, por decreto, instituiu o ano de 2001 como "O Ano da Literatura Brasileira", em comemoração ao sesquicentenário de nascimento do escritor Silvio Romero e ao centenário de nascimento de Cecília Meireles, Murilo Mendes e José Lins do Rego.

Há uma rua com o seu nome em São Domingos de Benfica, uma freguesia da cidade de Lisboa. Na cidade de Ponta Delgada, capital do arquipélago dos Açores, há uma avenida com o nome da escritora, que era neta de açorianos.

Traduziu peças teatrais de Federico Garcia Lorca, Rabindranath Tagore, Rainer Rilke e Virginia Wolf.

Sua poesia, traduzida para o espanhol, francês, italiano, inglês, alemão, húngaro, hindu e urdu, e musicada por Alceu Bocchino, Luis Cosme, Letícia Figueiredo, Ênio Freitas, Camargo Guarnieri, Francisco Mingnone, Lamartine Babo, Bacharat, Norman Frazer, Ernest Widma e Fagner, foi assim julgada pelo crítico Paulo Rónai:

"Considero o lirismo de Cecília Meireles o mais elevado da moderna poesia de língua portuguesa. Nenhum outro poeta iguala o seu desprendimento, a sua fluidez, o seu poder transfigurador, a sua simplicidade e seu preciosismo, porque Cecília, só ela, se acerca da nossa poesia primitiva e do nosso lirismo espontâneo...A poesia de Cecília Meireles é uma das mais puras, belas e válidas manifestações da literatura contemporânea.


Bibliografia:

Tendo feito aos 9 anos sua primeira poesia, estreou em 1919 com o livro de poemas Espectros, escrito aos 16 e recebido com louvor por João Ribeiro.

Publicou a seguir:

Criança, meu amor, 1923
Nunca mais... e Poemas dos Poemas, 1923
Criança meu amor..., 1924
Baladas para El-Rei, 1925
O Espírito Vitorioso, 1929 (ensaio - Portugal)
Saudação à menina de Portugal, 1930
Batuque, Samba e Macumba, 1935 (ensaio - Portugal)
A Festa das Letras, 1937
Viagem, 1939
Vaga Música, 1942
Mar Absoluto, 1945
Rute e Alberto, 1945
Rui — Pequena História de uma Grande Vida, 1949 (biografia de Rui Barbosa para crianças)
Retrato Natural, 1949
Problemas de Literatura Infantil, 1950
Amor em Leonoreta, 1952
Doze Noturnos de Holanda & O Aeronauta, 1952
Romanceiro da Inconfidência, 1953
Batuque, 1953
Pequeno Oratório de Santa Clara, 1955
Pistóia, Cemitério Militar Brasileiro, 1955
Panorama Folclórico de Açores, 1955
Canções, 1956
Giroflê, Giroflá, 1956
Romance de Santa Cecília, 1957
A Bíblia na Literatura Brasileira, 1957
A Rosa, 1957
Obra Poética,1958
Metal Rosicler, 1960
Poemas Escritos na Índia, 1961
Poemas de Israel, 1963
Antologia Poética, 1963
Solombra, 1963
Ou Isto ou Aquilo, 1964
Escolha o Seu Sonho, 1964
Crônica Trovada da Cidade de Sam Sebastiam no Quarto Centenário da sua Fundação Pelo Capitam-Mor Estácio de Saa, 1965
O Menino Atrasado, 1966
Poésie (versão para o francês de Gisele Slensinger Tydel), 1967
Antologia Poética, 1968
Poemas italianos, 1968
Poesias (Ou isto ou aquilo & inéditos), 1969
Flor de Poemas, 1972
Poesias completas, 1973
Elegias, 1974
Flores e Canções, 1979
Poesia Completa, 1994
Obra em Prosa - 6 Volumes - Rio de Janeiro, 1998
Canção da Tarde no Campo, 2001
Episódio humano, 2007

Teatro:

1947 - O jardim
1947 - Ás de ouros
Observação: "O vestido de plumas"; "As sombras do Rio"; "Espelho da ilusão"; "A dama de Iguchi" (texto inspirado no teatro Nô, arte tipicamente japonesa), e "O jogo das sombras" constam como sendo da biografada, mas não são conhecidas.

OUTROS MEIOS:

1947 - Estréia "Auto do Menino Atrasado", direção de Olga Obry e Martim Gonçalves. música de Luis Cosme; marionetes, fantoches e sombras feitos pelos alunos do curso de teatro de bonecos.

1956/1964 - Gravação de poemas por Margarida Lopes de Almeida, Jograis de São Paulo e pela autora (Rio de Janeiro - Brasil)

1965 - Gravação de poemas pelo professor Cassiano Nunes (New York - USA).

1972 - Lançamento do filme "Os inconfidentes", direção de Joaquim Pedro de Andrade, argumento baseado em trechos de "O Romanceiro da Inconfidência".


Dados obtidos em livros da autora e sobre ela, e no site do Itaú Cultural.

http://www.releituras.com/cmeireles_bio.asp




Canteiros (Música do Fagner baseada na obra de Cecília Meireles)

Quando penso em você fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa, menos a felicidade
Correm os meus dedos longos em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego já me traz contentamento
Pode ser até manhã, cedo claro feito dia
mas nada do que me dizem me faz sentir alegria
Eu só queria ter no mato um gosto de framboesa
Para correr entre os canteiros e esconder minha tristeza
Que eu ainda sou bem moço para tanta tristeza
E deixemos de coisa, cuidemos da vida,
Pois se não chega a morte ou coisa parecida
E nos arrasta moço, sem ter visto a vida.


http://www.aindamelhor.com/poesia/poesias11-cecilia-meireles.php




É preciso não esquecer nada


É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.


É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.


O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.


O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.


O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence.


(1962)


http://www.revista.agulha.nom.br/ceciliameireles04.html#preciso

venerdì 25 giugno 2010

Museu Casa de Cultura Casimiro de Abreu

Conheça o Museu Casa de Cultura Casimiro de Abreu from sociocultural on Vimeo.

Casimiro de Abreu


Casimiro de Abreu
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Nome completo Casimiro José Marques de Abreu
Nascimento 4 de janeiro de 1839
Capivary
Morte 18 de outubro de 1860 (21 anos)
Nova Friburgo
Nacionalidade Brasileiro
Ocupação Poeta

Casimiro José Marques de Abreu (Capivary, 4 de janeiro de 1839 — Nova Friburgo, 18 de outubro de 1860) foi um poeta brasileiro da segunda geração romântica.

Biografia
Foi filho do abastado comerciante e fazendeiro português, José Joaquim Marques de Abreu,[1] e de Luísa Joaquina das Neves, uma fazendeira de Capivary, viúva, que com ele teve três filhos, embora nunca tenham sido efetivamente casados. Casimiro nasceu na Fazenda da Prata, em Capivary (Silva Jardim), propriedade herdada por sua mãe em decorrência da morte de seu marido.[1]

A localidade onde viveu parte de sua vida, Barra de São João, é hoje distrito do município que leva seu nome, e também chamada "Casimirana", em sua homenagem. Recebeu apenas a instrução primária no Instituto Freeze, dos onze aos treze anos, em Nova Friburgo, então cidade de maior porte da região serrana do estado do Rio de Janeiro, e para onde convergiam, à época, os adolescentes induzidos pelos pais a se aplicarem aos estudos.

Aos treze anos transferiu-se para o Rio de Janeiro para trabalhar com o pai no comércio. Com ele, embarcou para Portugal em 1853, onde entrou em contato com o meio intelectual e escreveu a maior parte de sua obra. O seu sentimento nativista e as saudades da família escreve: "estando a minha casa à hora da refeição, pareceu-me escutar risadas infantis da minha mana pequena. As lágrimas brotavam e fiz os primeiros versos de minha vida, que teve o título de Ave Maria".

Em Lisboa, foi representado seu drama Camões e o Jau em 1856, que foi publicado logo depois.


Litografia de Casimiro de Abreu em rótulo de cigarro.Seus versos mais famosos do poema Meus oito anos: Oh! Que saudades que tenho/da aurora da minha vida,/ da minha infância querida/que os anos não trazem mais!/ Que amor, que sonhos, que flores,/naquelas tardes fagueiras,/ à sombra das bananeiras,/ debaixo dos laranjais!

Em 1857 retornou ao Brasil para trabalhar no armazém de seu pai. Isso, no entanto, não o afastou da vida boêmia. Escreveu para alguns jornais e fez amizade com Machado de Assis. Escolhido para a recém fundada Academia Brasileira de Letras, tornou-se patrono da cadeira número seis.

Tuberculoso, retirou-se para a fazenda de seu pai, Indaiaçu, hoje sede do município que recebeu o nome do poeta, onde inutilmente buscou uma recuperação do estado de saúde, vindo ali a falecer. Foi sepultado conforme seu desejo em Barra de São João, estando sua lápide no cemitério da secular Capela de São João Batista, junto ao túmulo de seu pai. Em 1859 editou as suas poesias reunidas sob o título de Primaveras.

Espontâneo e ingênuo, de linguagem simples, tornou-se um dos poetas mais populares do Romantismo no Brasil. Seu sucesso literário, no entanto, deu-se somente depois de sua morte, com numerosas edições de seus poemas, tanto no Brasil, quanto em Portugal. Deixou uma obra cujos temas abordavam a casa paterna, a saudade da terra natal, e o amor (mas este tratado sem a complexidade e a profundidade tão caras a outros poetas românticos). A despeito da popularidade alcançada pelos livros do poeta, sua mãe, e herdeira necessária, morreu em 1859 na mais absoluta pobreza, não tendo recebido um tostão sequer em termos de direitos autorais, fossem do Brasil, fossem de Portugal.[1]

Obras
Em Barra de São João está localizado o museu Casimiro de abreu

Referências
1.↑ a b c Nilo Bruzzi. Casimiro de Abreu. Aurora, 1949.



http://pt.wikipedia.org/wiki/Casimiro_de_Abreu


Desejo


Se eu soubesse que no mundo
Existia um coração,
Que só' por mim palpitasse
De amor em terna expansão;
Do peito calara as mágoas,
Bem feliz eu era então!


Se essa mulher fosse linda
Como os anjos lindos são,
Se tivesse quinze anos,
Se fosse rosa em botão,
Se inda brincasse inocente
Descuidosa no gazão;


Se tivesse a tez morena,
Os olhos com expressão,
Negros, negros, que matassem,
Que morressem de paixão,
Impondo sempre tiranos
Um jugo de sedução;


Se as tranças fossem escuras,
Lá castanhas é que não,
E que caíssem formosas
Ao sopro da viração,
Sobre uns ombros torneados,
Em amável confusão;


Se a fronte pura e serena
Brilhasse d'inspiração,
Se o tronco fosse flexível
Como a rama do chorão,
Se tivesse os lábios rubros,
Pé pequeno e linda mão;


Se a voz fosse harmoniosa
Como d'harpa a vibração,
Suave como a da rola
Que geme na solidão,
Apaixonada e sentida
Como do bardo a canção;


E se o peito lhe ondulasse
Em suave ondulação,
Ocultando em brancas vestes
Na mais branda comoção
Tesouros de seios virgens,
Dois pomos de tentação;


E se essa mulher formosa
Que me aparece em visão,
Possuísse uma alma ardente,
Fosse de amor um vulcão;
Por ela tudo daria...
— A vida, o céu, a razão!

http://www.revista.agulha.nom.br/casi1.html#desejo

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Never underestimate an old broad

ELA 92 ANOS e ELE 29: [Salsa] lindo demais

giovedì 24 giugno 2010

"Um BoÊMiO No CÉu" JOSÉ MAYER "CATULLO DA PAIXÃO CEARENCE"

Flor amorosa - Catulo da Paixão Cearense


Flor amorosa
Catulo da Paixão Cearense
Composição: Catulo da Paixão Cearense / Joaquim Calado
Flor amorosa, compassiva, sensitiva, vem porque
É uma rosa orgulhosa, presunçosa, tão vaidosa
Pois olha a rosa tem prazer em ser beijada, é flor, é flor
Oh, dei-te um beijo, mas perdoa, foi à toa, meu amor
Em uma taça perfumada de coral

Um beijo dar não vejo mal
É um sinal de que por ti me apaixonei

Talvez em sonhos foi que te beijei
Se tu pudesses extirpar dos lábios meus
Um beijo teu tira-o por Deus
Vê se me arrancas esse odor de resedá

Sangra-me a boca, é um favor, vem cá
Não deves mais fazer questão
Já perdi, queres mais, toma o coração
Ah, tem dó dos meus ais, perdão
Sim ou não, sim ou não
Olha que eu estou ajoelhado

A te beijar, a te oscular os pés

Sob os teus, sob os teus olhos tão cruéis
Se tu não me quiseres perdoar
Beijo algum em mais ninguém eu hei de dar
Se ontem beijavas um jasmim do teu jardim

A mim, a mim
Oh, por que juras mil torturas
Mil agruras, por que juras?
Meu coração delito algum por te beijar não vê, não vê
Só por um beijo, um gracejo, tanto pejo
Mas por quê?


http://letras.terra.com.br/catullo-da-paixao-cearense/687417/




Catulo da Paixão Cearense


Catulo da Paixão Cearense
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Catulo da Paixão Cearense
Catulo da Paixão Cearense (São Luís do Maranhão, 8 de outubro de 1863 — Rio de Janeiro, 10 de maio de 1946) foi um poeta, músico e compositor brasileiro.

Filho de Amâncio José Paixão Cearense (natural do Ceará) e Maria Celestina Braga (natural do Maranhão)

Mudou-se para o Rio em 1880, aos 17 anos, com a família. Trabalhou como relojoeiro. Conheceu vários chorões da época, como Anacleto de Medeiros e Viriato Figueira da Silva, quando se iniciou na música. Integrado nos meios boêmicos da cidade, associou-se ao livreiro Pedro da Silva Quaresma, proprietário da Livraria do Povo, que passou a editar em folhetos de cordel o repertório de modinhas da época.

Catulo da Paixão Cearense passou a organizar coletâneas, entre elas O cantor fluminense e O cancioneiro popular, além de obras próprias. Vivia despreocupado, pois era boêmio, e morreu na pobreza.

Em algumas composições teve a colaboração de alguns parceiros: Anacleto de Medeiros, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Francisco Braga e outros. Como interprete, o maior tenor do Brasil, Vicente Celestino .

Suas mais famosas composições são Luar do Sertão (em parceria com João Pernambuco), de 1908, que na opinião de Pedro Lessa é o hino nacional do sertanejo brasileiro, e Flor amorosa, composta juntamente com Joaquim Calado em 1867. Também é o responsável pela reabilitação do violão nos salões da alta sociedade carioca e pela reforma da ´modinha´.

Ligações externas
Catulo, o poeta popular do Brasil
[editar] Bibliografia
Ontem ao luar, Murillo Araujo Editora Noite, Rio de Janeiro, 1951, 185 p, sua biografia.
Dicionário de curiosidades do Rio de Janeiro, A. Campos -Da Costa e Silva, s/data.


http://pt.wikipedia.org/wiki/Catulo_da_Paix%C3%A3o_Cearense


Catulo da Paixão Cearense
A FLOR DO MARACUJÁ
Encontrando-me com um sertanejo
Perto de um pé de maracujá
Eu lhe perguntei:
Diga-me caro sertanejo
Porque razão nasce roxa
A flor do maracujá?

Ah, pois então eu lhi conto
A estória que ouvi contá
A razão pro que nasci roxa
A flor do maracujá

Maracujá já foi branco
Eu posso inté lhe ajurá
Mais branco qui caridadi
Mais brando do que o luá

Quando a flor brotava nele
Lá pros cunfim do sertão
Maracujá parecia
Um ninho de argodão

Mais um dia, há muito tempo
Num meis que inté num mi alembro
Si foi maio, si foi junho
Si foi janero ou dezembro

Nosso sinhô Jesus Cristo
Foi condenado a morrer
Numa cruis crucificado
Longe daqui como o quê

Pregaro cristo a martelo
E ao vê tamanha crueza
A natureza inteirinha
Pois-se a chorá di tristeza

Chorava us campu
As foia, as ribera
Sabiá também chorava
Nos gaio a laranjera

E havia junto da cruis
Um pé de maracujá
Carregadinho de flor
Aos pé de nosso sinhô

I o sangue de Jesus Cristo
Sangui pisado de dô
Nus pé du maracujá
Tingia todas as flor

Eis aqui seu moço
A estoria que eu vi contá
A razão proque nasce roxa
A flor do maracujá.

http://www.revista.agulha.nom.br/cpaixao.html


mercoledì 23 giugno 2010

Texto de Castro Alves- Um Índio ( Maria Bethania)

Castro Alves


Castro Alves Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Nota: Para outros significados de Castro Alves, veja Castro Alves (desambiguação). Castro Alves Nome completo Antônio Frederico de Castro Alves Nascimento 14 de março de 1847 Castro Alves Morte 6 de julho de 1871 (24 anos) Salvador Nacionalidade Brasileiro Ocupação Poeta Escola/tradição Romantismo Antônio Frederico de Castro Alves (Curralinho, 14 de março de 1847 — Salvador, 6 de julho de 1871) foi um poeta brasileiro. Nasceu na fazenda Cabaceiras, a sete léguas (42 km) da vila de Nossa Senhora da Conceição de "Curralinho", hoje Castro Alves, no estado da Bahia. Suas poesias mais conhecidas são marcadas pelo combate à escravidão, motivo pelo qual é conhecido como "Poeta dos Escravos". Foi o nosso mais inspirado poeta condoreiro. Alguns dados biográficos Sua mãe faleceu em 1859. No colégio, no lar por seu pai, iria encontrar uma atmosfera literária, produzida pelos oiteiros, ou saraus, festas de arte, música, poesia, declamação de versos. Aos 17 anos fez as primeiras poesias. No dia 10 de novembro de 1863 teria recitado os primeiros versos em festa no Ginásio Português. O pai se casou por segunda vez em 24 de janeiro de 1862 com a viúva Maria Rosário Guimarães. No dia seguinte ao do casamento, o poeta e seu irmão Antônio José partiram para o Recife, enquanto o pai se mudava para o solar do Sodré. Em maio, submeteu-se à prova de admissão para o ingresso na Faculdade de Direito do Recife sendo reprovado. Mas seria em Recife tribuno e poeta sempre requisitado nas sessões públicas da Faculdade, nas sociedades estudantis, na plateia dos teatros, incitado desde logo pelos aplausos e ovações, que começava a receber e ia num crescendo de apoteose. Era um belo rapaz, de porte esbelto, tez pálida, grandes olhos vivos, negra e basta cabeleira, voz possante, dons e maneiras que impressionavam a multidão, impondo-se à admiração dos homens e arrebatando paixões às mulheres. Ocorrem então os primeiros romances, que nos fez sentir em seus versos, os mais belos poemas líricos do Brasil. Em 1863 a atriz portuguesa Eugénia Câmara se apresentou no Teatro Santa Isabel. Influência decisiva em sua vida exerceria a atriz, vinda ao Brasil com Furtado Coelho. No dia 17 de maio, Castro Alves publicou no primeiro número de A Primavera seu primeiro poema contra a escravidão: A canção do africano. A tuberculose se manifestou e em 1863 teve uma primeira hemoptise. Em 1864 seu irmão José Antônio, que sofria de distúrbios mentais desde a morte de sua mãe, suicidou-se em Curralinho. Ele enfim consegue matricular-se na Faculdade de Direito do Recife e em outubro viaja para a Bahia. Só retornaria ao Recife em 18 de março de 1865, acompanhado por Fagundes Varela. A 10 de agosto, recitou O Sábio na Faculdade de Direito e se ligou a uma moça desconhecida, Idalina. Alistou-se a 19 de agosto no Batalhão Acadêmico de Voluntários para a Guerra do Paraguai. Em 16 de dezembro, voltou com Fagundes Varela a Salvador. Seu pai morreu no ano seguinte, a 23 de janeiro de 1866. Castro Alves voltou ao Recife, matriculando-se no segundo ano da faculdade. Nessa ocasião, fundou com Rui Barbosa e outros amigos uma sociedade abolicionista. Em 1866, tornou-se amante de Eugênia Câmara. Teve fase de intensa produção literária e a do seu apostolado por duas grandes causas: uma, social e moral, a da abolição da escravatura; outra, a república, aspiração política dos liberais mais exaltados. Data de 1866 o término de seu drama Gonzaga ou a Revolução de Minas, representado na Bahia e depois em São Paulo, no qual conseguiu consagrar as duas grandes causas de sua vocação. No dia 29 de maio, resolveu partir para Salvador, acompanhado de Eugênia. Na estreia de Gonzaga, dia 7 de setembro, no Teatro São João, foi coroado e conduzido em triunfo. [editar] No Rio e em São Paulo Em janeiro de 1868, embarcou com Eugênia Câmara para o Rio de Janeiro, sendo recebido por José de Alencar e visitado por Machado de Assis. A imprensa publica troca de cartas entre ambos, com grandes elogios ao poeta. Em março, viajou com Eugênia para São Paulo. Decidira ali - na Faculdade de Direito de São Paulo - continuar seus estudos, e se matriculou no terceiro ano. Continuou principalmente a produção intensa dos seus poemas líricos e heroicos, publicados nos jornais ou recitados nas festas literárias, que produziam a maior e mais ruidosa impressão; tinha 21 anos, e uma nomeada incomparável na sua geração, que deu entretanto os mais formosos talentos e capacidades literárias e políticas do Brasil; basta lembrar os nomes de Fagundes Varela, Ruy Barbosa, Joaquim Nabuco, Afonso Pena, Rodrigues Alves, Bias Fortes, Martim Cabral, Salvador de Mendonça, e tantos outros, que lhe assistiram aos triunfos e não lhe disputaram a primazia. É que ele, na linguagem divina que é a poesia, lhes dizia a magnificência de versos que até então ninguém dissera, numa voz que nunca se ouvira, como afirmou Constâncio Alves. Possuía uma voz dessas que fazem pensar no glorioso arauto de Agamenon, imortalizado por Homero, Taltibios, semelhante aos deuses pela voz…, como disse Rui Barbosa. Pregava o advento de uma "era nova", segundo Euclides da Cunha. A 7 de setembro de 1868, fez a apresentação pública de Tragédia no mar, que depois ganharia o nome de O Navio Negreiro. No dia 25 de outubro, foi reapresentada sua peça Gonzaga no Teatro São José. Desfaz-se em 28 de agosto de 1868 sua ligação com Eugênia Câmara. Castro Alves foi aprovado nos exames da faculdade de Direito e a 11 de novembro - tragédia de grandes consequências - se feriu no pé, durante uma caçada. Tuberculoso, aventara uma estadia na cidade de Caetité, onde moravam seus tios e morrera o avô materno (o Major Silva Castro, herói da Independência da Bahia), dois grandes amigos (Otaviano Xavier Cotrim e Plínio de Lima), de clima salutar. Mas, antes disso, ainda em São Paulo, na tarde de 11 de novembro, resolveu realizar uma caçada na várzea do Brás e feriu o pé com um tiro. Disso resultou longa enfermidade, cirurgias, chegando ao Rio de Janeiro no começo de 1869, para salvar a vida, mas com o martírio de uma amputação. Os cirurgiões e professores da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Andrade Pertence e Mateus de Andrade, amputaram seu membro inferior esquerdo sem qualquer anestesia.[1] Em março de 1869, matriculou-se no quarto ano do curso jurídico, mas a 20 de maio, tendo piorado seu estado, decidiu viajar para o Rio de Janeiro, onde seu pé foi amputado em junho. No dia 31 de outubro, assistiu a uma representação de Eugênia Câmara, no Teatro Fênix Dramática. Ali a viu por última vez, pois a 25 de novembro decidiu partir para Salvador. Mutilado, estava obrigado a procurar o consolo da família e os bons ares do sertão. O retorno à Bahia Em fevereiro de 1870 seguiu para Curralinho para melhorar a tuberculose que se agravara, viveu na fazenda Santa Isabel, em Itaberaba. Em setembro, voltou para Salvador. Ainda leria, em outubro, A cachoeira de Paulo Afonso para um grupo de amigos, e lançou Espumas flutuantes. Mas pouco durou. Sua última aparição em púbico foi em 10 de fevereiro de 1871 numa récita beneficente. Morreu às três e meia da tarde, no solar da família no Sodré, Salvador, Bahia, em 6 de julho de 1871. Seus escritos póstumos incluem apenas um volume de versos: A Cachoeira de Paulo Afonso (1876), Os Escravos (1883) e, mais tarde, Hinos do Equador (1921). É patrono da cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras. Obras Poesia Espumas Flutuantes, 1870 A Cachoeira de Paulo Afonso, 1876 Os Escravos, 1883 Hinos do Equador, em edição de suas Obras Completas (1921) Tragédia no Mar O Navio Negreiro Teatro Gonzaga ou a Revolução de Minas, 1875 Homenagem O trabalho de resgate e preservação de suas obras foi fruto da dedicação do antigo colega e amigo Ruy Barbosa e fruto da campanha abolicionista, que tomou corpo a partir de 1881. Posteriormente, Afrânio Peixoto, ex-presidente da Academia, reuniu em dois volumes toda a produção do poeta, bem como escritos diversos (sob os títulos de "Relíquias" e "Correspondência"). Em 1947 o Instituto Nacional do Livro, do Ministério da Educação e Cultura, comemorou o centenário do nascimento do poeta com uma grande exposição, da qual resultou um livro comemorativo, trazendo importantes documentos que fizeram parte do evento. O aspecto social da poesia de Castro Alves, em poemas como "O Navio Negreiro" e "Vozes d'África", ambos publicados no livro Os Escravos, foi um dos motivos principais para a sua popularização. Nesse sentido, autores como Mário de Andrade, no modernismo, dedicaram-lhe inúmeros ensaios. Na literatura latino-americana Numa das obras mais belas da literatura de nosso continente, "Canto Geral", do poeta chileno Pablo Neruda, é dedicado um poema a Castro Alves. O poeta condoreiro é lembrado por Neruda como aquele que, ao mesmo tempo em que cantou às flores, às águas, à formosura da mulher amada, fez com que sua voz batesse "em portas até então fechadas para que, combatendo, a liberdade entrasse". Portanto, termina o poeta chileno, "tua voz uniu-se à eterna e alta voz dos homens. Cantaste bem. Cantaste como se deve cantar". Como dá para perceber, Neruda reverencia Castro Alves por ter cantado àqueles que não tinham voz: os escravos. O poema chama-se "Castro Alves do Brasil". [editar] Edições A Cachoeira de Paulo-Affonso: poema original brazilero, Bahia, Imprensa Econômica, 1876, 1a edição. Canto da esperança, poesia social, libertária e lírica, seleção, introdução e notas de Hildon Rocha, Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1990. Castro Alves: poesias escolhidas, edição comemorativa do centenário do nascimento do poeta, seleção, prefácio e notas de Homero Pires, Imprensa Nacional, Rio de Janeiro, 1947. Correspondência e crítica, prefácio e coordenação de Alfredo Mariano de Oliveira, inclui "Traços biográficos" por Alfredo Mariano de Oliveira, "Elogio de Castro Alves", transcrição do texto de 1881 de Rui Barbosa, "Paixão e glória de Castro Alves" por Afrânio Peixoto, "Castro Alves" por Luiz Guimarães Júnior, "No decenário de Castro Alves" soneto de Raimundo Correia, "Um túmulo para Castro Alves" por Alípio Bandeira, além de correspondência do poeta, Editado por H. Antunes e C., Rio de Janeiro, 1920. Espumas flutuantes, edição fac-similar de centenário (1870-1970), Bahia, Edições GRD da cidade de Salvador, em convênio com o Instituto Nacional do Livro, 1970. Espumas flutuantes e Os Escravos, introdução, organização e fixação de texto por Luiz Dantas e Pablo Simpson, Editora Martins Fontes, São Paulo, 2000. Obra completa, organização, fixação do texto, cronologia, notas e estudo crítico por Eugênio Gomes, inclui "Vida efêmera e ardente de Castro Alves" por Afrânio Peixoto e "Diálogo epistolar" entre José de Alencar e Machado de Assis, Editora José de Aguilar ltda., Rio de Janeiro, 1960, 1a edição. Obras completas de Castro Alves, organização, introdução e notas por Afrânio Peixoto, Rio de Janeiro, Livraria Francisco Alves, 1921, 1a edição. Poesias completas, texto organizado por Jamil Almansur Haddad, 2a edição, São Paulo, Companhia editora nacional, 1955. Poemas de amor, introdução, seleção e notas de Jamil Almansur Haddad, Biblioteca Universal Popular, S. A., Rio de Janeiro, 1963. Bibliografia crítica BARBOSA, Rui. Decenário de Castro Alves, elogio do poeta pelo Dr. Rui Barbosa, seguido de um escrito do mesmo autor pelos escravos às mães de família, Mandado imprimir pela comissão do decenário, Bahia, Typografia do "Diário da Bahia", 1881. BOAVENTURA, Edivaldo. 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Representações na cultura Castro Alves já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Paulo Maurício no filme Vendaval Maravilhoso (1949) e Bruno Garcia no filme Castro Alves - Retrato Falado do Poeta (1999). Referências 1.↑ Sérgio Buarque de Holanda. O Brasil Monárquico. DIFEL (BRASIL), 1985. pp.498. Ligações externas Castro Alves na página da Academia Brasileira de Letras Vida e Obras de Castro Alves Poemas de Amor - Poemas de Castro Alves http://pt.wikipedia.org/wiki/Castro_Alves Castro Alves -------------------------------------------------------------------------------- La negristoshipo (Tragedio sur Maro) I Jen ni sur plena mar' ... en spac' freneze lunklaro ludas - papili' orbrila - ondegoj ghin postkuras... lacighante, samkiel hord' infana maltrankvila. Jen ni sur plena mar' ... el firmamento la astroj saltas kiel shaum' el oro... repagas mar' per brul' de fosforeskoj - konstelacioj de fluajh'-trezoro. Jen ni sur plena mar' ... du infinitoj sin chirkauprenas streche kun anhelo... sublimaj, oraj, bluaj, mildaj... Kiu la ocean' kaj kiu la chielo? Jen ni sur plena mar' ... shvelintaj veloj per varmaj, de zefiro mara, frapoj, de brig' surmara kuro estas kvazau tusheto de hirund' sur ondokapoj... Devenon kaj fincelon, kiu scias, de shipo travaganta senmezurojn?... En chi Sahar' chevaloj polvon levas, galopas, flugas, ne postlasas spurojn... felicha homo, kiu povas tiam de jena bildo ghui majestecon!... malsupre - maron... supre - firmamenton... kaj en chiel' kaj maro - la vastecon... Ho, kian harmonion vent' alportas... Muziko dolcha sonas, malproksima! Ho Di' ! sublima estas arda kanto, sen cel' flosanta sur ondad' senlima! Viroj de l' maro! Ho maristoj krudaj, sunbruligitaj de la mondoj kvar! Infanoj, kiujn lulis la tempesto en la lulil' de chi profunda mar' ! Atendu kaj min lasu chi sovaghan liberan poezion trinki tute... Orkestro - estas maromugh' cheprua kaj vento tra shnurar' siblanta flute... ............................................................................ Vi, kial fughas tiel, bark' rapida? Vi, kial fughas timan la poeton?... Volonte sekvus mi disondon vian, similas ghi frenezan markometon... Ho albatros'! Kondor' de l' oceano, dormanta sur la gaza nubofloso, la plumojn skuu, spacolevjatano! Al mi flugilojn pruntu, albatroso!... II Por maristo ja ne gravas, kie lia hejm' situas!... chiun verskadenco ravas, kiun mar' al li instruas! Kantu! dia estas morto... Lofe brig' sub ventoforto glitas per rapid' delfena. Flago sur postmast' hisita, kun la ondo postlasita flirtas, de sopiro plena. De hispan' la kant' subluna, traplektita per langvor' , memorigas pri sunbruna andaluzanin' en flor'. La italo kantas pri la dormema Venezi' - lando de perfid' kaj amo - che l' Vulkano, sur golfondo, memorigas al la mondo Tasostrofojn per deklamo. Anglo - mara frida tipo, kiun mar' denaska flankis - (char Anglujo estas shipo, kiun Di' Kanale ankris), kun fier' patrujon gloras, dum pri Nelson li memoras kaj pri Albukirrenkonto... Kantas laurojn intajn, franco - destinita al bonshanco - kaj la laurojn de l' estonto... La helena maristaro, kiun Ioni' akushis, chi piratoj de la maro, kiun jam Ulis' trapushis, de Fidias la skulptitoj, pri Homeraj ghemaj mitoj longe kantas sub lunhelo... Ho, maristoj vi, tutmondaj! trovas vi en maroj ondaj melodiojn el chielo... III El vasta spac' descendu, ho oceankondoro! Descendu pli kaj plie... nur via vidoboro en brigon povas mergi dum tia fluga kuro... Sed ve! mi kion vidas... kia amara sceno! kia funebra kanto... kiom da abomeno! kiaj figuroj tristaj!... kia, ho Di', teruro! IV Danteska bildo estas... la ferdeko briligas tagon per rughega streko, banante sin en sango. Tintad' de chenoj... vipklakad' sonora... amaso nokte nigra kaj horora dum danc' de fifandango... Patrinoj negraj che la mamoj havas infanojn magrajn, kies bushojn lavas patrina sangkaskado. Knabinoj jen... sed nudaj, miroplenaj, trenitaj de fantomokirl', chagrenaj, en vana anhelado. Orkestro ironie, akre blekas... Serpento de l' freneza rondo strekas spiralojn fantazie... Se la oldul' anhelas... kaj glitfalas, audighas krioj... la rimeno knalas kaj ili flugas plie... De sama chen' kaptitaj en la mashoj, l' amas' malsata per shancelaj pashoj kun plor' kaj danc' rapidas... Freneza unu, dua en kolero deliras... brutigita de sufero, alia kantas, ridas... Komandas dume kapitan' manovron... rigardas li chielon, puran kovron, sternitan super maro. Kaj diras inter densaj fumnebuloj: "La vipon vigle svingu, ho shipuloj! plu dancu la brutaro." Orkestro ironie, akre blekas... Serpento de l' freneza rondo strekas spiralojn fantazie... Kiel en songh' danteska ombroj fluas... malbenoj, krioj, veoj, preghoj bruas, Satano ridas fie!... V Ho Sinjor' de l' mizeruloj! Diru chu frenez'... chu vero estas tiom da hororo fronte al chiela sfero... Maro! kial via ondo de l' mantelo de la mondo ne forvishas makularon!... Astroj! Nokto! Tempestegoj! Vi rulighu el vastegoj! Uragan'! balau maron! Kiuj estas chi povruloj, ne trovante pli en vi ol trankvilan ridon pleban, - spron' por turmentistrabi' ? - ... Kiuj estas? Se la stelo mutas, se la ondakcelo estas fugh' komplica, krima, che la nokta lumkonfuzo... Vi ghin diru, fera muzo! liberega muz' sentima! Jen la filoj de l' dezerto, kie teron lum' saturas, kie sur la kamp' kun lerto trib' de nudaj viroj kuras. Militistoj spitaj estas, kiuj tigrojn lukte estras, che soleja ventozum' ...; viroj simplaj, fortaj, bravaj... estas nun mizeraj, sklavaj, sen aer', sen prav', sen lum' ... Kaj virinoj malbonsortaj... kiel estis jam Hagar. Soifegaj kaj malfortaj, el forfor' devena ar' . Sur la brakoj, filojn, chenojn portas - en anim' malbenojn, larmojn, galon en la koro. De Hagar suferon sentas, ke por Ishmael prezentas, ech ne lakton de la ploro... Tie en la sabloj helaj, sub la palmoj, en ravinoj, lulis sin - infanoj belaj, vivis - charmaj junulinoj... Preterpasas karavano... Revas ili en kabano, sub la noktvual' ... Hodiau... Ve! adiau, dom' sur monto!... Ve! adiau, palm' che fonto!... Ve! adiau, am' ... adiau!... Morgau la sablar' senlima... ocean' da polvo... sur horizonto malproksima nur dezert' ... dezerto nur... kaj lacigh' , soif' , malsato... Cedas la mizervipato, falas por ne plu kuniri!... Vakas ero en la cheno, sed sur sablo la hieno trovas korpon por disshiri. Iam Sieraleono sub de vasta tendo brilo, venko, chaso al leono, dorm' dormita kun trankvilo... Nun la nigra hold' terura, streta kaj infektmalpura, kun la pest' por jaguaro... Dormon tranchas jen kaj jen shiro de mortint' el chen' , ghia jheto al la maro... Iam pri liber' fieraj... nur sufichis vol' por povo... Kaj hodiau... malliberaj!... ech por mort' ... Maliceltrovo! Ilin ligas sama ringo - fata ferserpentostringo - de l' sklaveco chirkaumano... Forrabitaj al la morto, dancfunebras la kohorto, che vipsono... Ho rikano!... Ho Sinjor' de l' mizeruloj! Diru chu delir'... chu vero estas tiom da hororo fronte al chiela sfero... Maro! kial via ondo de l' mantelo de la mondo ne forvishas makularon? ... Astroj! Nokto! Tempestegoj! vi rulighu el vastegoj! Uragan' ! balau maron! ... VI Popol' ekzistas, kiu flagon donas por kovri tiom da fiajh' perfida!... En tiu fest' ghi shanghon ne oponas al bakantinmantel' malpura, frida! ... Ho Dio! Dio! kies flago kronas senhonte topon en diboch' senbrida?... Silento! Muz' ! vi larmojn tiom havu, por ke la flag' en via plor' sin lavu... Orverda flag' de mia hejma tero, kiun flirtigas kis' de vent' brazila, standard' promesojn diajn de l' espero interplektanta kun sunlumo brila... Vi, kiun post milito de Libero herooj hisis sur la tub' fusila, prefere estus vi chifon' batala, ol de popolo mortotuk' fatala! ... Kruela fat' premanta sur mensfondo!... Detruas nun malpura brigferdek' chizitan vojon de Kolumb' sur ondo, sur profundajho kvazau paca strek' ! ... ... Fiajho troa! ... El etera mondo de l' Nova Kontinent' herooj, ek! Andrad'! chi flagon el aer' ekstermu!... Kolumb'! de via mar' la pordon fermu! ... Tradutor: Leopoldo Knoedt Tradução remetida por: Cícero Soares Castro Alves -------------------------------------------------------------------------------- The Slave Ship (Tragedy in the Sea) We are on the high seas... Mad in space The moonlight plays — golden butterfly; And the waves run after it. . . tire Like a band of troubled infants. We are on the high seas... From the firmament The stars leap like spray of gold. . . The sea in turn lights phosphorescence, — Constellations of liquid treasure... We are on the high seas... Two infinites Strain there in a mad embrace Blue, golden, placid, sublime.. Which of the two is ocean? Which sky?... We are on the high seas.. . Opening the sails, To the warm breath of the marine breezes, Sailed brig run on the crests of the seas, As the swallows brush in the wave... Whence do you come? Wither do you go? Of the erring ships Who knows the course if the space is so great? On this Sahara the coursers raise dust, Gallop, soar, but leave no trace. Happy he who can, there, at fhis hour, Feel this panel's magesty!.. . Below — the sea... above — the firmament! ... And in the sea and in the sky — the immensity! Oh! what sweet harmony the breeze brings me! What soft music sounds far off! My God! how sublime an ardent song is Floating at random on the endless waves! Men of the sea! Oh rude mariners, Toasfed by the sun of the four worlds! Children whom the tempests warmed In the cradle of these profound abysses! Wait! ... wait! ... let me drink This savage, free poetry.. . Orchestra — is the sea, which roars by the prow And the wind, which whistles in the ropes. Why do you flee thus, swift barque? Why do you flee the fearless poet? Would that I could accompany the furrow You sow in the sea — mad comet! Albatroz! Albatroz! Eagle of the ocean, You who sleep in the gauze of the clouds, Shake your feathers, leviathan of space Albatroz! Albatroz! give me those wings. II What does the sailor's cradle matter, Or where he is the son, where his home? He loves the cadence of the verse Which is faught him by the old sea! Sing! Death is divine! The brig slips on the bowline — Like a swift dolphin. Fast to the mizzen mast The nostalgic flag points To the waves it leaves behind. From the Spanish, chants Broken with languor, They recall the dusky maidens The Andalusians in flower! From Italy the indolent son Sings of sleeping Venice, — Land of love and treachery, Or from the gulf in its lap Recalls the verses of Tasso Close to the lava of the volcano. The Englishman — cold mariner Who from birth found himself at sea (Because England is a ship, Which God anchored in the Channel), Stern, he intoans his countryls glories Remembering, proudly, histories Of Nelson and of Aboukir. The Frenchman — predestined — Sings of the triumphs of the past And the laurels to come! The Hellenic sailors, Whom Ionian space created, Beautiful dark pirates From the sea that Ulysses cut, Men that Phydias seulped, Are singing in the clear night Verses that Homer moaned... Sailors from all lands, Know how to find in the waves The melodies of the skies!. . . III Descend from the immense space, oh eagle of the ocean, Descend more... even more.. . human glance cannot Like yours plunge into the flying brig! But what is it I see there... What picture of bitterness It’s funeral song! ... What tetric figures! ... What an infamous vile scene!... My God! my God! What horror! IV It was a dantesque dream.. . the deck Great lights redenning its brilliance, Bathing it in blood. Clang of irons. .. snap of whip ... Legions of men black as the night Horrible dancing... Black women, holding to their breasts Scrawny infants whose black mouths Are watered by the blood of their mothers: Others, young, but nude and frightened, In the whirlwind of specters drawn From anxiety and vane resentment! And the orchestra laughs, ironic, strident... And from the fantastic circle a serpent Spirals madly... If the old man cringes, slips to the ground, You hear shouts... the whip cracks. And they fligh more and more. Prisoned in the bars of a single jail The famished multitude shudders, Aud weeps and dances! One is delirious from rabies, another is going mad, Another, bruttish from martyrdom Sings, groans, and laughs! Meantime the captain commands the maneuver And after gazing at the sky which unfolds So pure over the sea, Cries out of the gloom of dense obscurity, "Shake out the whip, mariners! Make them dance, more!..." And the orquestra laughs ironic, strident... And from the fantastic circle a serpent Spirals madly... Like a dantesque dream the shadows fly! Shouts, ahs, curses, embodied prayers! And Satan laughs! ... V Lord God of the unfortunate! Tell me Lord God! If if is madness... or truth So much horror under the skies?!... Oh sea why do you not erase With the sponge of the waves, Your mantle, this blot?... Stars! Nights! Tempests! Roll down from the immensity! Sweep the seas, typhoon! Who are these unfortunates Who do not find in you, More than the calm laughter of the band Which excitcs the torturers to fury? Who are they? If the star hushes, If the oppressive space slides by Like a furtive accomplice, Before the confused night Say it severe Muse Free, audacious Muse! ... They are the sons of the desert, Where the land espouses the light Where in the open spaces lives A tribe of nude men. . . They are daring warriors Who with the, spotted tigers Combat in the solitude. Yesterday simple, strong, brave... Today miserable slaves, Lacking air, light, reason. They are disgraced women Like Agar was also, Who thirsty, weakened, Come from far far off... Bringiiig with tepid steps, Children and irons on their arms, In their souls — tears and gaul. . . Like Agar suffering so much That not even the milk of lament Have they to give Ismael. Off there on the limitless sands, From the palms of the country, They were born — beautiful children, They lived — gentle maidens.. . A caravan goes by one day When the virgin in the cabin Apprehensive from the veils of night ... Good-bye mountain hut, ... Good-bye palms of the fountain! ... Good-bye, loves... good-bye! Afterwards, the extensive sands Afterwards, the ocean of dust. Afterwards, on the immense horizon Deserts... deserts only... And hunger, the tiredness, the thirst... Oh how many unfortunates give up, And fail to rise no more! ... A place in the chain vacates, But the jackal on the sand Finds a body to gnaw. Yesterday Sierra Leôa, The war, the chase, the lion, Sleep slept carelessly Under the tents of amplitude! Today the dark, deep hole Infected, cramped, loathsome Having the plague for a jaguar... And sleep always broken By death rattles And the thud of corpses into the sea. . . Yesterday full liberty, Will for power... Today... the peek of malice They are not even free to die... The same chain binds them — Lugubrious iron snake — In the threads of slavery. And so humming of death, The lugubrious cohort dances To the sound of the lash ... Humiliation!. . . Lord God of the unfortunate! Tell me, Lord God, Am I delirious... or is it truth So much horror under the skies?! ... Oh sea, why don't you crase With the sponge of the waves, Your mantle, this blot? Stars! nights! tempests! Roll down from the immensity Sweep the seas, typhoon! VI A people exists that lends its flag To cover so much infamy and cowardice!. Transforming it in that feast Into the impure mantle of a cold bacchante! ... My God! my God! but what flag is this, That impudent floats from the truck? Silence, muse... weep, weep so much That the standard may be washed, by your grief! ... Green-gold pendant of my land, That the breeze of Brazil caresses and unfurls Standard that in the light of the sun encloses Promises of divine hope... You, who in the liberty after war, Were hoisted by heroes on the lance, Rather that you had been torn in battle Than serve a people as a shrowd! ... Atrocious fatality which overwhelms the mind Extinguish this hour loathsome brig The furrow that Columbus opened in the waves, Like an iris in the depth of the seas! But this is too much infamy! ... From the ethereal regions Rise, heroes of the New World! Andrada! Rip that pendant from the air! Columbus! Close the portais of your seas! Tradutor: DAVID BARNHART Castro Alves -------------------------------------------------------------------------------- Le Navire Negrier I Pleine mer... Ivres d'espace files rayons de lune folâtrent — blondes phalènes Et les vagues les poursivent et se lassent Comme une troupe d'enfants turbulents. Pleine mer... Du fírmament Les astres jaillissent en écume d'or... Sur Ia mer scintillent les feux phosphorescents — Constellations du liquide trésor... Pleine mer... Deux infinis Lei s'éfreignent dans un fol embrassement Bleus, dorés, placides, sublimes... Lequel est le ciel? Lequel l'océan?... Pleine mer... Ouvrant ses voiles A la chaude haleine des brises marines Un voilier, un brick, court à la surface des eaux Comme les hirondelles effleurent la vague. D'oú vient-il? Où va-t'il? Des nefs errantes Qui connait la route dans un tel espace? Dans ce Sahara les coursiers soulèvent la poussière Galopent, volent, mais ne laissent point de trace. Heureux qui peut à cette heure Sentir de ce tableau toule la majesté! ... En bas — la mer... en haut — le firmemente.. Et dans la mer et dans le ciel — I'immensité! Oh! Quelle douce harmonie m'apporte la brise! Quelle suave musique s'élève au loin? Mon Dieu! Qu'il est sublime le chant ardent Qui vogue sur les vagues au hasard sans fin. Hommos de mer! Ô rudes marins, Brunis par le soleil des quatre mondes! Enfants couvés par la tempête Dans le berceau de ces mers profondes! Attendez, attendez... laissez-moi boire Cette sauvage et libre poésie... L'orchestre — cest la mer, à la proue, qui rugit Et le vent qui siffle dans les cordages ................................................. Pourquoi fuis-tu ainsi, nef rapide? Pourquoi fuis-tu le timide poète? Oh! que ne puis-je suivre ton sillage Qui dessine sur la mer — une folle comète! Albatros! Albatros! aigle de l'océan, Toi qui dors dans la gaze des nuages, Réveille-toi! Léviathan de l'espace, Albatros! Albatros! donne-moi tes ailes. II Qu'ímporte le berceau du nautonier De qui il est fils, et quel est son foyer? Il aime la cadence du vers Que lui enseigne le viel océan! Chantez! car la mort est divine! Le brick glisse à la bouline Comme un rapide dauphin. Du haut du mât de misaine Un pavillon, dans un geste d'adieu s'incline Vers les vagues qui fuient au loin. Les cantilènes de l'Espagnol Languissantes d'amour, Chantent les filles brunes, Les Andalouses en ficur! De l'Italie le fils indolent Chante Venise exidormie, — Terre d'amour et de trahison, Ou dans le creux du golfe Evoque les vers du Tasse Près des laves du volcan! L'Anglais — froid marin,... Qui en mere en naissant s'est trouvé, (Car l'AngIeterre est un navire, Que Dieu a dans la Manche ancré), Dur, entonne à la gloire de sa patrie, Avec orgueil, l'hístoire I)e Nelson et d'Aboukir. Le Français — prédestiné — Chante les louanges du passé Et les lauriers de l'avenir! Les marins hellènes Nés de la vague ionienne Beaux piratcs bruns De la mer sillonnée par Ulysse, Hommes que Phidias eut sculptés, Chantent dans la nuit claire Les vers qu'Homère a pleurés... Marins de tous les rivages, Vous savoz trouver dans les vagues Les mélodies du ciel... III Descends de l'espace immense, ô aigle de l'océan! Descends encore.. . plus encore.. . aucun regard humain, Ne peut comme le tien plonger dans le brick rapide! Mais que vois-je là... Quel tableau d'amertumes? C'est un chant funèbre! Quelles figures! ... Quelle scène infame et vile!... Mon Dij-.U!... Quelle horreur! IV C'était un songe dantesque... le pont Tout baigné de sang Qui rougit l'éclat des fànaux. Un tintement de fers — le claquement du fouet — Des légions d'hommes noirs comme —a nuit Horribles, qui dansent... Des femmes noires, tenant à leur sein Des maigres enfants, dont les bouches noires Sont arrosées du sang de leur mères! D'aufres, jeunes, mais nues et effrayées Dans ce tourbillon de spectres entrainées, Dans une angoisse et une peine vaines! Et l'orchestre se rit ironique, strident. Et de la ronde fantastique, le serpent Fait de folles spirales... Si le vieillard halète, s'il glisse On entend des cris. . . le fouet claque Et la ronde s'affole. Rivée aux maillons d'une seule chaine, La foule affamée titube Et pleure ef danse! L'uji délire de rage, l'aufre perd le sens, Un autre, hébété de douleur, En chantant, rit et pleure! Tandis que le capitaine ordonne la manoeuvre Puis, regardant le ciel qui se déploie Sur la mer si pur Il dit entre les épaisses volutes de fumée: "Hardi, matelots, frappez dur Faites redoubler la danse.? Et l’orchestro se rit, ironique, strident... Et de la ronde fantastique le serpent Fait de folles spirales... Comme dans un songe dantesque les ombres volent, Cris, soupirs, jurons, prières s'élèvent! Et Satan est pris de rire! V Seigneur, Dieu des malheureux! Ditos-moi, Vous, Seigneur! Si c'est folie, ou si c'est vrai Tant d'horreurs devant les cieux?. Océan, pourquoi n'effaces-tu pas Avec l'éponge de tes vagues Cette tache de ton manteau?... Xs-tres! Nuits! Tempêfes! Roulez des immensités! Thyphon, balayez les mers! Qui sont ces malheureux Qui ne rencontrent en vous, Que le rire calme de la foule Qu'excite la furie du bourreau? Qui sont-ils? Si l'étoile se tait, Si la vague oppressée glisse Comme un complice qui fuit Devant la nuit confuse... Dis-le, to!, Muse sévère, Muse féconde, audacieuse!... Ce sont les fils du désert, Oú la lumière épouse, Ia terre. Oú vit à ciel ouvert La tribu des hommes nus... Ce sons les guerriers intrépides Qui combattent dans la solitude, Avec les tigres mouchetés Hier, simples, forts, braves... Aujourd'hui misérables esclaves, Sans lumière, sans air, sans raison Ce sont des femmes malheur uses Comme Agar le fut aussi. Qui, mourant de soif, epuisées Viennent de loin... de três loin... Portant d'un pas affaibli Des enfants et des chaines aux bras, Dans l'âme — des larmes et du fiel... Comme Agar souffrant tellement Qtt'elles ne peuvent même pas donner Le laif de leurs pleurs à Ismael. Là-bas, dans les sables infinis, Du pays des palmeraies, Elles sont nées — enfants jolies Elles ont vécu — fillettes gracieuses... Un joir passe la caravane, Quand la vierge dans la cabane Rêve dans les voiles de la nuit... ... Adieu, é cliaumière de la forêf, ... Adieu, palmeraies autour du puits! ... ... Adieu, amours... adieu! ... Puis, la grève immense... Puis, l'océan de poussière. Puis à l'horizon sans borne Des déserts... rion que des déserts... Et la faím, la fatigue, la soif... Hélas! combien de malheureux cèdent, Et tombent pour ne plus se relever! ... Une piace ost libre dans la chaine, Mais le chacal sur l'arène Trouve un corps à ronger. Hier, la Sierra Léone, La guerre, la chasse au lion, Le sommeil à l'aventure Sous les tentes de la nature! Aujourd'hui... la cale sombre, profonde, Infecte, étroite, immonde, Ayant la peste pour jaguar... Et le sommeil toujours coupé Par l'agonie d'un moribond Et la chute d'un corps dans la mer... Hier, pleine liberté La volonté pour loi. Aujourd'hui... combie de méchanceté, Pas même chaine les lie — Lugubre serpent de fer — Dans les noeuds dc l'esclavage. Et se moquant de la mort, La lugubre cohorte danse Dérision... au son du fouet. Seigneur, Dieu des malbeureux! Dites-moi, vous, Seigneur, Si je délire... ou si c'est vrai Tant d’horreur devant les cieux? Océan, pourquoi n'effaces-tu pas Avec l'éponge de tes vagues Cette tache de ton manteau? Astres! Nuits! Tempêtes! Roulez des immensités! Typhon! Balayez les mers! VI Il existe un peuple, qui prête son drapeau Pour couvrir tant d'infamie et de lâcheté! ... Et qui le laisse se transformer dans cefte fête En impur manteau de froide bacchante! ... O Mon Dieu! mon Dieu! quel drapeau est-ce là, Qui danse, impudent, au grand hunier? Silence, ô Muse... pleure et pleure tant Que le pavillon dans tes sanglots soit lavé! ... Emblème vert et or de ma patrie Que la brise du Brésil berce et caresse, Étendard oú la lumière du soleil A la divine espérance se marie... Toi qui, après la guerre pour la liberfé, Fus arboré à la lance des héros Mieux out valu périr dans la mêlée, Que de couvrir un peuple dans son tombeau! ... Atroce fatalité qui écrase l'esprit! Le brick immonde à présent efface Le sillage que Colomb a ouvert dans les flots, Comme un iris sur les fonds abyssaux! Mais, c'est trop d'infamie! ... Des rivagts d'outre-tombe Levez-vous, héros du Nouveau-Monde! Andrade! arrache ce pavillon des airs! Colomb! Ferme la porte de tes mers? Tradutor: Van Der Haegen Castro Alves -------------------------------------------------------------------------------- O Navio Negreiro (Tragédia no mar) 'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço Brinca o luar — dourada borboleta; E as vagas após ele correm... cansam Como turba de infantes inquieta. 'Stamos em pleno mar... Do firmamento Os astros saltam como espumas de ouro... O mar em troca acende as ardentias, — Constelações do líquido tesouro... 'Stamos em pleno mar... Dois infinitos Ali se estreitam num abraço insano, Azuis, dourados, plácidos, sublimes... Qual dos dous é o céu? qual o oceano?... 'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas Ao quente arfar das virações marinhas, Veleiro brigue corre à flor dos mares, Como roçam na vaga as andorinhas... Donde vem? onde vai? Das naus errantes Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço? Neste saara os corcéis o pó levantam, Galopam, voam, mas não deixam traço. Bem feliz quem ali pode nest'hora Sentir deste painel a majestade! Embaixo — o mar em cima — o firmamento... E no mar e no céu — a imensidade! Oh! que doce harmonia traz-me a brisa! Que música suave ao longe soa! Meu Deus! como é sublime um canto ardente Pelas vagas sem fim boiando à toa! Homens do mar! ó rudes marinheiros, Tostados pelo sol dos quatro mundos! Crianças que a procela acalentara No berço destes pélagos profundos! Esperai! esperai! deixai que eu beba Esta selvagem, livre poesia, Orquestra — é o mar, que ruge pela proa, E o vento, que nas cordas assobia... .......................................................... Por que foges assim, barco ligeiro? Por que foges do pávido poeta? Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira Que semelha no mar — doudo cometa! Albatroz! Albatroz! águia do oceano, Tu que dormes das nuvens entre as gazas, Sacode as penas, Leviathan do espaço, Albatroz! Albatroz! dá-me estas asas. II Que importa do nauta o berço, Donde é filho, qual seu lar? Ama a cadência do verso Que lhe ensina o velho mar! Cantai! que a morte é divina! Resvala o brigue à bolina Como golfinho veloz. Presa ao mastro da mezena Saudosa bandeira acena As vagas que deixa após. Do Espanhol as cantilenas Requebradas de langor, Lembram as moças morenas, As andaluzas em flor! Da Itália o filho indolente Canta Veneza dormente, — Terra de amor e traição, Ou do golfo no regaço Relembra os versos de Tasso, Junto às lavas do vulcão! O Inglês — marinheiro frio, Que ao nascer no mar se achou, (Porque a Inglaterra é um navio, Que Deus na Mancha ancorou), Rijo entoa pátrias glórias, Lembrando, orgulhoso, histórias De Nelson e de Aboukir.. . O Francês — predestinado — Canta os louros do passado E os loureiros do porvir! Os marinheiros Helenos, Que a vaga jônia criou, Belos piratas morenos Do mar que Ulisses cortou, Homens que Fídias talhara, Vão cantando em noite clara Versos que Homero gemeu... Nautas de todas as plagas, Vós sabeis achar nas vagas As melodias do céu!... III Desce do espaço imenso, ó águia do oceano! Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano Como o teu mergulhar no brigue voador! Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras! É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ... Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror! IV Era um sonho dantesco... o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho. Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar... Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras moças, mas nuas e espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs! E ri-se a orquestra irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais ... Se o velho arqueja, se no chão resvala, Ouvem-se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais... Presa nos elos de uma só cadeia, A multidão faminta cambaleia, E chora e dança ali! Um de raiva delira, outro enlouquece, Outro, que martírios embrutece, Cantando, geme e ri! No entanto o capitão manda a manobra, E após fitando o céu que se desdobra, Tão puro sobre o mar, Diz do fumo entre os densos nevoeiros: "Vibrai rijo o chicote, marinheiros! Fazei-os mais dançar!..." E ri-se a orquestra irônica, estridente. . . E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais... Qual um sonho dantesco as sombras voam!... Gritos, ais, maldições, preces ressoam! E ri-se Satanás!... V Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus! Se é loucura... se é verdade Tanto horror perante os céus?! Ó mar, por que não apagas Co'a esponja de tuas vagas De teu manto este borrão?... Astros! noites! tempestades! Rolai das imensidades! Varrei os mares, tufão! Quem são estes desgraçados Que não encontram em vós Mais que o rir calmo da turba Que excita a fúria do algoz? Quem são? Se a estrela se cala, Se a vaga à pressa resvala Como um cúmplice fugaz, Perante a noite confusa... Dize-o tu, severa Musa, Musa libérrima, audaz!... São os filhos do deserto, Onde a terra esposa a luz. Onde vive em campo aberto A tribo dos homens nus... São os guerreiros ousados Que com os tigres mosqueados Combatem na solidão. Ontem simples, fortes, bravos. Hoje míseros escravos, Sem luz, sem ar, sem razão... São mulheres desgraçadas, Como Agar o foi também. Que sedentas, alquebradas, De longe... bem longe vêm... Trazendo com tíbios passos, Filhos e algemas nos braços, N'alma — lágrimas e fel... Como Agar sofrendo tanto, Que nem o leite de pranto Têm que dar para Ismael. Lá nas areias infindas, Das palmeiras no país, Nasceram crianças lindas, Viveram moças gentis... Passa um dia a caravana, Quando a virgem na cabana Cisma da noite nos véus ... ...Adeus, ó choça do monte, ...Adeus, palmeiras da fonte!... ...Adeus, amores... adeus!... Depois, o areal extenso... Depois, o oceano de pó. Depois no horizonte imenso Desertos... desertos só... E a fome, o cansaço, a sede... Ai! quanto infeliz que cede, E cai p'ra não mais s'erguer!... Vaga um lugar na cadeia, Mas o chacal sobre a areia Acha um corpo que roer. Ontem a Serra Leoa, A guerra, a caça ao leão, O sono dormido à toa Sob as tendas d'amplidão! Hoje... o porão negro, fundo, Infecto, apertado, imundo, Tendo a peste por jaguar... E o sono sempre cortado Pelo arranco de um finado, E o baque de um corpo ao mar... Ontem plena liberdade, A vontade por poder... Hoje... cúm'lo de maldade, Nem são livres p'ra morrer. . Prende-os a mesma corrente — Férrea, lúgubre serpente — Nas roscas da escravidão. E assim zombando da morte, Dança a lúgubre coorte Ao som do açoute... Irrisão!... Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus, Se eu deliro... ou se é verdade Tanto horror perante os céus?!... Ó mar, por que não apagas Co'a esponja de tuas vagas Do teu manto este borrão? Astros! noites! tempestades! Rolai das imensidades! Varrei os mares, tufão!... VI Existe um povo que a bandeira empresta P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!... E deixa-a transformar-se nessa festa Em manto impuro de bacante fria!... Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta, Que impudente na gávea tripudia? Silêncio. Musa... chora, e chora tanto Que o pavilhão se lave no teu pranto!... Auriverde pendão de minha terra, Que a brisa do Brasil beija e balança, Estandarte que a luz do sol encerra E as promessas divinas da esperança... Tu que, da liberdade após a guerra, Foste hasteado dos heróis na lança Antes te houvessem roto na batalha, Que servires a um povo de mortalha!... Fatalidade atroz que a mente esmaga! Extingue nesta hora o brigue imundo O trilho que Colombo abriu nas vagas, Como um íris no pélago profundo! Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga Levantai-vos, heróis do Novo Mundo! Andrada! arranca esse pendão dos ares! Colombo! fecha a porta dos teus mares! São Paulo, 18 de abril de 1869. (O Poeta, nascido em 14.03.1847, tinha apenas 22 anos de idade) http://www.revista.agulha.nom.br/calves01.html