misabell

free counters

martedì 31 agosto 2010

Orestes Barbosa


Orestes Barbosa
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Orestes Barbosa (Rio de Janeiro, 7 de maio de 1893 — Rio de Janeiro, 15 de agosto de 1966) foi um jornalista, cronista e poeta brasileiro.

Biografia

Nascido na classe média, filho do major Caetano Lourenço da Silveira Barbosa e de Maria Angélica Bragança Dias Barbosa, por conta das agudas mudanças sociais e econômicas no final do século XIX tornou-se menino de rua durante o governo Rodrigues Alves.

Foi nas calçadas, em cabeçalhos e manchetes de jornais, que aprendeu a ler. Iniciou sua carreira como revisor, em 1911, em O Mundo, de Lopes Trovão. Em 1912 transferiu-se para o Diário de Notícias, jornal em que Rui Barbosa era mentor político, onde estreou como repórter. Por causa de seu primeiro artigo, As Palhaçadas do Gabinete (2 de junho de 1912), foi impedido de entrar no Ministério da Guerra durante a presidência Hermes da Fonseca.

Em 1914 esteve n' A Gazeta de Notícias sob a direção de João do Rio. Este e Lima Barreto foram suas mais nítidas influências. Para O Século, de Brício Filho, entrevistou, naquele ano, Dilermando de Assis, o homem que matou Euclides da Cunha. Em 1915, no mesmo vespertino, registrou sua conversa com João Cândido, herói da Revolta da Chibata, e traçou, ao cobrir a agitação das alunas da Escola Normal, o primeiro perfil biográfico de Cecília Meireles, aos 13 anos. Projetou-se em definitivo em A Folha, periódico fundado, em 1919, por Medeiros e Albuquerque em oposição ao governo Epitácio Pessoa. Preso, em 1921, por duas vezes, devido a processos de injúria, fez-se cronista dos encarcerados. Este tornou-se um de seus principais assuntos e deu-lhe o primeiro livro de prosa: Na Prisão, de 1922. No ano seguinte, 1923, publicou Ban-ban-ban!, sobre o mundo do crime e da malandragem. Nesta década de 1920, com estilo próprio de frases e parágrafos breves, pelas páginas de A Manhã, A Notícia e Crítica, fez-se o mais importante cronista da cidade do Rio de Janeiro.


O leitor já visitou o Museu do Crime, na Polícia Central?
Lá está uma caveira trespassada por um punhal.
É o crânio de um marinheiro que foi apunhalado assim na Favela.
Sem mutilar-lhe o crânio não se podia tirar o punhal.
Para que mutilar?
Foi sepultado assim.
Fizeram anos depois, por ordem da polícia, a exumação do cadáver e o crânio,
como um ex-libris futurista, lá está mostrando como a Favela no crime é original.
(A Favela, em Ban-ban-ban!, trecho)

Desenho de Correia Dias (1892-1935)Penumbra Sagrada, volume de estreia em versos, apareceu em 1917, com produções de uma escola poética surgida na esteira do simbolismo, o penumbrismo, como confirma seu título. "Uma estética de cores suaves, movimentação serena, atmosfera contemplativa". A este seguiu-se Água-marinha, em 1921, com poemas de mesmo estilo.

Pela alvorada o Barco de Ouro, lento
surgiu nas ondas verdes, num momento,
para o meu sonho e para o sonho teu.
Depois do Sol turvou-lhe o brilho intenso.
O crepúsculo azul ficou mais denso,
e o Barco de Ouro desapareceu...
(O Barco de Ouro, em Água-marinha)
Como poeta da canção, estreou em 1927, no teatro, ao escrever duas letras para Ouro de Moscou, revista sua e do jornalista Martins Reys, com música do maestro Francisco de Assis Pacheco: Coração de Carmim e Flor do Asfalto. Em 1930, Bangalô, cançoneta com melodia de Osvaldo Santiago, interpretada por Alvinho, integrante do Bando de Tangarás, inaugurou sua carreira em disco. Mas, somente após a Revolução de 24 de Outubro - com o empastelamento dos dois jornais em que colaborava, Crítica e A Notícia, e o fechamento do Conselho Municipal, seu emprego público -, atrás de ocupação e dinheiro, ele se encontrou definitivamente com a música popular.

Deixou-me a flor do asfalto, abandonado,
Nesta ansiedade louca do desejo,
Que é o sequioso amor do viciado
No veneno rubro e quente do seu beijo.
Recordo: às seis da tarde, o aperitivo.
Depois, jantar, cinema, a vida ao léu...
À noite, ela dolente, eu emotivo,
E um romance de amor no arranha-céu.
(Flor do Asfalto, Orestes Barbosa-Jota Tomás, trecho)
Na coluna Rádio, pelas páginas de A Hora, desde a fundação em 06/07/1933, promoveu intensa divulgação da música popular. Jurado do primeiro concurso de Escolas de Samba na Praça Onze, em 1932, entrevistou para a seção, além de Francisco Alves, Mário Reis e Noel Rosa, Cartola, líder da Estação Primeira de Mangueira, e Baiaco, do Estácio de Sá. Ainda em 1933, já em Avante!, entrevistaria Wilson Batista e outros sambistas. O livro Samba – sua História, seus Poetas, seus Músicos, seus Cantores – que inaugura, ao lado de Na Roda do Samba, de Francisco Guimarães, a historiografia do mais importante gênero musical brasileiro – nasceu das campanhas jornalísticas em A Hora e tem como epígrafe uma frase atribuída ao grego Ésquilo: "Eu e o tempo contra todos".


Embora parceiro de muitos compositores, entre os quais Noel Rosa (Positivismo) e Custódio Mesquita (Flauta, Cavaquinho e Violão), em música criou suas melhores obras ao lado de Jota Tomás, Francisco Alves e Silvio Caldas. Com o primeiro, conheceu o primeiro sucesso com Flor do Asfalto (segunda deste título); com o segundo, entrou para o repertório seresteiro com Meu Companheiro, A Mulher que Ficou na Taça, Dona da Minha Vontade e Por Teu Amor. Sobre Chão de Estrelas, sua obra-prima, parceria com o terceiro, com quem compôs ainda Serenata, Arranha-céu e Suburbana, escreveu o poeta Manuel Bandeira:

"Se se fizesse aqui um concurso, como fizeram na França, para apurar qual o verso mais bonito da nossa língua, talvez eu votasse naquele de Orestes em que ele diz: "Tu pisavas os astros distraída...". (Orestes, Jornal do Brasil, 18 de janeiro de 1956)


O tema de Chão de EstrelasSeu biógrafo, Carlos Didier, define assim sua técnica em versos musicados:

"Do ponto de vista estético, as canções de Orestes Barbosa incorporam as artes do poeta lírico e do cronista da cidade. São uma solução para o conflito entre o homem emocional e o combativo". "Do romantismo de Castro Alves, o estilo de Orestes Barbosa trouxe o gosto pela poesia do coração. Dos parnasianos, buscou o rigor formal: a rima obrigatória, a métrica de redondilhas e decassílabos e as estrofes regulares. Dos simbolistas, a inclinação de revelar aquilo que a alma tem de inconsciente. De suas próprias experiências como cronista da cidade e como repórter de polícia, o letrista herdou o interesse pelos costumes urbanos: o lirismo de suas canções se ambienta em cenários de cabarés, cassinos e apartamentos, em meio a anúncios luminosos, mantôs grenás e taças de champanhe. De Olavo Bilac, Orestes Barbosa possui, ainda, a sensualidade, marca mais forte do poeta da Via-Láctea".

Tu tens no peito um cassino
E eu, tão tristonho, imagino
As noites do teu fulgor.
No meio das luzes, louca,
Servindo de boca em boca
O vinho do teu amor!
(Meu Erro, Orestes Barbosa-Silvio Caldas, trecho)
[editar] Livros
Penumbra Sagrada, Typographia Apollo, Rio, 1917
Água-Marinha, separata da Revista do Brasil, São Paulo, 1921
Na Prisão, Typ. Jornal do Commércio, Rio, 1922
Ban-ban-ban!, Benjamim Costallat e Miccolis, Rio, 1923
Portugal de Perto!, Jacyntho Ribeiro dos Santos, Rio, 1923
A Fêmea, Jacyntho Ribeiro dos Santos, Rio, 1924
O Português no Brasil, edição do autor, Rio, 1925
O Pato Preto, Brasil Contemporâneo, Rio, 1927
O Fantasma Dourado, Calvino Filho, Rio, 1933
Silva Jardim - Sua Vida de Idealista - Sua Morte na Cratera do Vulcão, em Avante 12-20/12/1933, p. 2
Samba - Sua História, Seus Poetas, Seus Músicos e Seus Cantores, Livraria Educadora, Rio, 1933
Não Se Compra Entrada na História, em parceria com Pandiá Pires, I. Amorim, Rio, 1938
Chão de Estrelas, J. Ozon Editor, Rio, 1965
[editar] Canções
Abandono, samba, Roberto Martins - Orestes Barbosa, 1946
A Abelha da Ironia, fox-trot, Francisco Alves - Orestes Barbosa, 1933
A Abelha e a Flor, valsa, Guilherme Pereira – Orestes Barbosa, 1932
Abigail, samba, Wilson Batista - Orestes Barbosa, 1947
Abolição, samba-canção, Wilson Batista - Orestes Barbosa, 1951
Adeus, canção, Francisco Alves - Orestes Barbosa, 1934
Adeus Mocidade!, samba, Francisco Alves - Orestes Barbosa, 1933
Altar de Lama, valsa, Vicente Celestino - Orestes Barbosa, 1946
Alvorada, valsa, Bonfiglio de Oliveira - Orestes Barbosa, 1932
Anéis de Fumaça, Orestes Barbosa, citada em Entre Outras Coisas..., crônica de Orestes Barbosa, Syntonia, 06/09/1934
Anoitecer no Sertão Mineiro, cateretê, João de Minas - Orestes Barbosa, 1933
Araruta, samba, Noel Rosa – Orestes Barbosa, 1932
Armarinho do Céu, Orestes Barbosa, letra sem música , em Chão de Estrelas, p. 113
Arranha-céu, valsa, Sílvio Caldas - Orestes Barbosa, 1937
Bailarina, Orestes Barbosa, letra sem música, em Chão de Estrelas, p. 155
Balão do Amor, marcha, Francisco Alves - Orestes Barbosa, 1934
Bica de Ouro, fox, I. Santiago, em Produções de Orestes Barbosa, manuscrito do poeta, 15/11/1934
Boneca, fox-canção, Guilherme Pereira - Orestes Barbosa, 1932
Boneca de Limousine, Orestes Barbosa – André Filho, em Produções de Orestes Barbosa, manuscrito do poeta, 15/11/1934
Brumas da Urca, tango-canção, Diva Pulino - Orestes Barbosa, inédita, 1931
Bungalow, (Bangalô), cançoneta ,Oswaldo Santiago - Orestes Barbosa, 1930
Cabelo Branco, samba, Wilson Batista - Orestes Barbosa, 1945
Caixa Econômica, samba, Antonio Nássara - Orestes Barbosa, 1933
Cama Turca I, 1934, fox, Orestes Barbosa - André Filho, em Produções de Orestes Barbosa, manuscrito do poeta, 15 de novembro de 1934
Cama Turca II, 1938, Rogério Guimarães - Orestes Barbosa, inédita, fonte: O Jornal , 19 de outubro de 1971: Orestes Censurado em 1938 Sai Agora, entrevista de Rogério Guimarães
Canário, samba, Orestes Barbosa - Ari Monteiro, 1945
Canaviais, samba, Herivelto Martins - Orestes Barbosa, 1948
Cansei de Sofrer, marcha, Custodio Mesquita - Orestes Barbosa, 1935
Carioca I, samba, Jota Thomaz - Orestes Barbosa, 1931
Carioca II, samba, Elton Medeiros – Orestes Barbosa; da peça Chão de Estrelas, de 1966, outra música para a mesma letra
Carnaval Triste, fox-canção, Jota Tomás - Orestes Barbosa, 1932
Carneirinho, Carneirão, Orestes Barbosa,atribuída ao poeta pela SBACEM
Champagne Valsa, valsa, letra de Orestes Barbosa, citada em Música da Cidade, crônica não assinada, Avante, 21/08/34, p. 3; provavelmente, versão de Champagne Waltz, de C. Conrad,B. Oakland e M. Drake
Chão de Estrelas, valsa-canção, 1935, Silvio Caldas - Orestes Barbosa, 1937
Cigarra, Orestes Barbosa, atribuída ao poeta pela SBACEM
Ciúme, valsa, Francisco Alves - Orestes Barbosa, 1933
Coração, Orestes Barbosa, letra sem música, em Chão de Estrelas, p. 125
Coração de Carmim, valsa, 1927, Francisco de Assis Pacheco - Orestes Barbosa, melodia desaparecida, Wanda Rooms canta na revista O Ouro Aparece..., de setembro de 1927; Assis Pacheco, provável parceiro, assinou a música da peça
Dei-te Meu Coração, fox-trot, Franz Lehár - Orestes Barbosa, versão de Dein Ist Mein Ganzes Herz, 1934
Destronado, outro título para No Morro de São Carlos
Diga-me Esta Noite, fox-trot, Mischa Spoliansky - Orestes Barbosa, versão de Tell me Tonight, 1933
Dona da Minha Vontade, valsa, Francisco Alves - Orestes Barbosa, 1933
Esperança Vã, 1932, letra de Orestes Barbosa, cujo direito patrimonial foi adquirido por Noel Rosa que assinou contrato com a Casa Edison, em 09/08/1932; em 22/07/1932, Augusto Calheiros autorizou valsa homônima, de sua autoria; talvez, a mesma composição
Favela dos Meus Amores, Orestes Barbosa, letra sem música, em Passeio Público, página 142; provavelmente, para filme homônimo de Humberto Mauro, de 1935
Felicidade, valsa, M. Pereira Franco - Orestes Barbosa, 1932
Flauta, Cavaquinho e Violão, samba-choro, Custodio Mesquita - Orestes Barbosa, 1945
Flor da Noite, 1934, valsa, Orestes Barbosa - André Filho, em Produções de Orestes Barbosa,manuscrito do poeta, 15/11/1934
Flor de Plumas, canção, Orestes Barbosa - Alberto Ribeiro, em Produções de Orestes Barbosa, manuscrito do poeta, 15/11/1934
Flor do Asfalto I, 1927, Francisco de Assis Pacheco - Orestes Barbosa, letra e música desaparecidas, Wanda Rooms, na revista O Ouro Aparece..., de setembro de 1927; Assis Pacheco, provável parceiro, assina a música da peça
Flor do Asfalto II, fox-samba, 1931, Jota Thomaz - Orestes Barbosa, 1931
Galgo Russo, fox-trot, Jota Thomaz - Orestes Barbosa, 1932
Gata Angorá, samba-canção, Orestes Barbosa, Custodio Mesquita e Américo Pastor, outro título: Único Móvel, No disco, somente Orestes Barbosa e Américo Pastor; atribuída a Custódio Mesquita por Romano, caricatura em Passeio Público, p. 145
Gato Escondido, marcha, Custodio Mesquita - Orestes Barbosa, 1934
Grades de Luz, outro título para A Última Serenata
Há Uma Forte Corrente Contra Você, marcha, Francisco Alves - Orestes Barbosa, 1933
Habeas-corpus, samba, Noel Rosa - Orestes Barbosa, 1933
Imagens, samba-canção, Valzinho - Orestes Barbosa, 1948
As Lavadeiras, marcha, Orestes Barbosa e Antônio Nássara, 1933
Lembrança, Orestes Barbosa, atribuída ao poeta pela SBACEM
Linda Mulher, samba, Erlúcio R. Godoy, Orlando L. Machado, Orestes Barbosa, 1934
Manchete de Estrelas I, samba, Benedito Lacerda - Orestes Barbosa, 1945
Manchete de Estrelas II, valsa, Elton Medeiros – Orestes Barbosa; da peça Chão de Estrelas,de Walmir Ayala e Elton Medeiros, 1966, outra música para a mesma letra
Maria Lucia, Orestes Barbosa, letra sem música, em Chão de Estrelas, p. 159
Maria Reina, Orestes Barbosa, atribuída ao poeta pela SBACEM
Meu Companheiro, canção, Francisco Alves - Orestes Barbosa, 1932
Meu Erro, valsa, Silvio Caldas - Orestes Barbosa, 1936
Meu Rosal, canção, Romualdo Peixoto (Nonô) - Orestes Barbosa, 1933
Meu São João, marcha, Antônio Nássara - Orestes Barbosa, 1935
Mineira, samba, Eduardo Souto - Orestes Barbosa, 1931
Mulher, Flor e Perfume, valsa, Hervê Cordovil – Orestes Barbosa, em Produções de Orestes Barbosa, manuscrito do poeta, 15/11/1934
A Mulher Que Ficou na Taça, valsa, Francisco Alves - Orestes Barbosa, 1933
Não Sei, modinha, Francisco Alves - Orestes Barbosa, 1934
Nega, Meu Bem, samba, Heitor dos Prazeres – Orestes Barbosa, no disco somente Heitor dos Prazeres, 1931, o poeta relaciona a obra em Produções de Orestes Barbosa, manuscrito de 15/11/1934
O Negro e o Café, samba, Ataulfo Alves - Orestes Barbosa, 1945
Nestas Noites de Amor, valsa, Custodio Mesquita - Orestes Barbosa, 1934
No Morro de Sao Carlos, samba, Hervê Cordovil - Orestes Barbosa, 1933
Noite Azul, Orestes Barbosa, atribuída ao poeta pela SBACEM
O Nome Dela Eu Nao Digo, valsa, Silvio Caldas - Orestes Barbosa, 1936
Óculos Escuros, samba-canção, 1948
Olga, canção, Romualdo Peixoto (Nonô) - Orestes Barbosa, 1933
Olhos Perdidos, fox-canção, Jota Thomaz - Orestes Barbosa, 1933
Opala, Orestes Barbosa, letra sem música, em Chão de Estrelas, p. 109
O Que o Teu Piano Revelou, 1934, fox-trot, Custodio Mesquita - Orestes Barbosa, letra pronta em 04/09/1933, coluna Rádio, em A Hora
Ouve Esta Canção, rumba, Francisco Alves - Orestes Barbosa, 1933
Palhaço do Luar, canção, Francisco Alves - Orestes Barbosa, 1934
Passarinhos, Orestes Barbosa, letra sem música, em Passeio Público, p. 133
Pensei Que Não, samba, Orestes Barbosa – Evaldo Ruy, em Produções de Orestes Barbosa, manuscrito do poeta, 15/11/1934
O Perfume e o Beijo, Orestes Barbosa, letra sem música, em Chão de Estrelas, p. 177
Poeta da Lua, samba, Orestes Barbosa – Antônio Nássara, em Produções de Orestes Barbosa, manuscrito do poeta, 15/11/1934
Por teu amor, valsa, Francisco Alves - Orestes Barbosa, 1934
Positivismo, samba, Noel Rosa - Orestes Barbosa, 1933
Professora de Saudade, marcha, Orestes Barbosa - André Filho, 1934
Quase Que Eu Disse, valsa, Sílvio Caldas - Orestes Barbosa, 1935
Romance, valsa, Francisco Alves, 1934
Romance de Carnaval, valsa, Jota Machado - Orestes Barbosa, 1932
Rosalina, samba, Jota Thomaz - Orestes Barbosa, 1931
Santa dos Meus Amores, valsa, Sílvio Caldas - Orestes Barbosa, 1934
A Saudade Não Quer, valsa, Esmerino Cardoso - Orestes Barbosa, 1933
Saudades do Arranha-céu, fox-canção, Jota Thomaz - Orestes Barbosa, 1933
Sem Você, samba, Sílvio Caldas - Orestes Barbosa, 1934
Serenata, valsa canção, Sílvio Caldas- Orestes Barbosa, 1934
Sergipana, fox-trot, Eduardo Souto - Orestes Barbosa, 1931
Serpentina de Papel, Orestes Barbosa, atribuída ao poeta pela SBACEM
Sobremesa de Amor, valsa, Hervê Cordovil – Orestes Barbosa, em Produções de Orestes Barbosa, manuscrito do poeta, 15/11/1934
Sol do Coração, fox-canção, Erol Saint Clair de Mattos - Orestes Barbosa, 1932
Soluços, 1934, valsa-canção, Orestes Barbosa - Silvio Caldas, 1934
Sônia, valsa , Jota Thomaz - Orestes Barbosa, 1932
Suburbana, valsa-canção, Sílvio Caldas - Orestes Barbosa, 1938
Suspiro, samba-canção, Noel Rosa - Orestes Barbosa, em Produções de Orestes Barbosa, manuscrito do poeta, 15/11/1934
Talvez, valsa, Hervê Cordovil – Orestes Barbosa, em Produções de Orestes Barbosa, manuscrito do poeta, 15/11/1934
Tens Razão, valsa, Newton Teixeira - Orestes Barbosa, 1937
Torturante Ironia, valsa, Sílvio Caldas - Orestes Barbosa; do filme Favela dos Meus Amores, de Humberto Mauro, 1935
Três Anos de Dor, samba, Germano Augusto - Orestes Barbosa, 1945
Três Anos Depois, outro título para Três Anos de Dor
Turca do Meu Brasil, valsa-canção, Sílvio Caldas - Orestes Barbosa, 1955
A Última Serenata, Orestes Barbosa, letra sem música, em Chão de Estrelas, p. 179
Unhas de Santa, samba, Ari Monteiro - Orestes Barbosa, 1945
A Única Rima, samba-canção, Sílvio Caldas - Orestes Barbosa, 1955
Único Móvel, outro título para Gata Angorá
Valsa do Amor, valsa, Roberto Martins - Orestes Barbosa, 1946
Vendedora de Flores, samba, Ary Machado - Orestes Barbosa, em disco e partitura, somente Ary Machado, letra atribuída a Orestes Barbosa por Antônio Nássara, 1936
Vendedora de Violetas, outro título para Vendedora de Flores
Verde e Amarelo, samba, Orestes Barbosa - Jota Thomaz, 1932
O Vestido de Lágrimas, 1934, valsa-canção, Sílvio Caldas - Orestes Barbosa, 1935
Vidro Vazio, canção, Romualdo Peixoto (Nonô) - Orestes Barbosa, 1933
Vinho Roxo, Orestes Barbosa, letra sem música, em Chão de Estrelas, p. 151
A Volta, canção, Sílvio Caldas - Orestes Barbosa, a parceria consta na relação de músicas da SADEMBRA, 1936
Fontes
Orestes Barbosa, Repórter, Cronista e Poeta, de Carlos Didier, Agir, Rio, 2005
Passeio Público - o Chão de Estrelas de Orestes Barbosa, de Roberto Barbosa, Prefeitura do Rio de Janeiro, 1994


http://pt.wikipedia.org/wiki/Orestes_Barbosa

http://www.samba-choro.com.br/artistas/orestesbarbosa





Chão de Estrelas

Nelson Gonçalves

Composição: Silvio Caldas/Orestes Barbosa

Minha vida era um palco iluminado
Eu vivia vestido de 'doirado'
Palhaço das perdidas ilusões
Cheio dos guizos falsos da alegria
Andei cantando a minha fantasia
Entre as palmas febris dos corações
Nosso barracão no morro do salgueiro
Tinha o cantar alegre de um viveiro
Foste a sonoridade que acabou
E hoje, quando do sol, a claridade
Forra o meu barracão, sinto saudade
Da mulher pomba-rola que voou
Nossas roupas comuns dependuradas
Na corda qual bandeiras agitadas
Pareciam um estranho festival
Festa dos nossos trapos coloridos
A mostrar que nos morros mal vestidos
É sempre feriado nacional
A porta do barraco era sem trinco
Mas a lua furando nosso zinco
Salpicava de estrelas nosso chão
Tu pisavas nos astros distraída
Sem saber que a alegria desta vida
É a cabrocha, o luar e o violão.


Obra-prima de Silvio Caldas e Orestes Barbosa,interpretada pelo violonista e cantor ERNESTO AUN







misabellC



Crie glitters aqui!

Olegário Mariano




Olegário Mariano
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Nome completo Olegário Mariano Carneiro da Cunha
Nascimento 24 de março de 1889
Recife
Morte 28 de novembro de 1958 (69 anos)
Rio de Janeiro
Nacionalidade Brasileiro
Ocupação Poeta, político e diplomata

Olegário Mariano Carneiro da Cunha (Recife, 24 de março de 1889 — Rio de Janeiro, 28 de novembro de 1958) foi um poeta, político e diplomata brasileiro.

Biografia
Olegário Mariano era filho de José Mariano Carneiro da Cunha e de sua esposa, Olegária da Costa Gama, ambos heróis pernambucanos da Abolição e da República.

Foi inspetor do ensino secundário e censor de teatro. Em 1918, ele se tornou representante do Brasil na Missão Melo Franco, como secretário de embaixada na Bolívia. Foi deputado à Assembleia Constituinte de 1934. Em 1937, ocupou uma cadeira na Câmara dos Deputados, depois foi ministro plenipotenciário nos Centenários de Portugal, em 1940; delegado da Academia Brasileira de Letras na Conferência Interacadêmica de Lisboa para o Acordo Ortográfico de 1945; embaixador do Brasil em Portugal entre 1953 e 1954. Exerceu o cargo de oficial do 4.° Ofício de Registro de Imóveis, no Rio de Janeiro, tendo sido antes tabelião de notas.

Em 1938, em concurso promovido pela revista Fon-Fon, foi eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros, em substituição a Alberto de Oliveira, detentor do título depois da morte de Olavo Bilac, o primeiro a obtê-lo. Nas revistas Careta e Para Todos, escrevia sob o pseudônimo de João da Avenida, uma seção de crônicas mundanas em versos humorísticos. Ficou conhecido como "o poeta das cigarras", por causa de um de seus temas prediletos.

Obras
Angelus (1911)
Sonetos (1921)
Evangelho da sombra e do silêncio (1913)
Água corrente, com uma carta prefácio de Olavo Bilac (1917)
Últimas Cigarras (1920)
Castelos na areia (1922)
Cidade maravilhosa (1923)
Bataclan, crônicas em verso (1927)
Canto da minha terra (1931)
Destino (1931)
Poemas de amor e de saudade (1932)
Teatro (1932)
Antologia de tradutores (1932)
Poesias escolhidas (1932)
O amor na poesia brasileira (1933)
Vida Caixa de brinquedos, crônicas em verso (1933)
O enamorado da vida, com prefácio de Júlio Dantas (1937)
Abolição da escravatura e os homens do norte, conferência (1939)
Em louvor da língua portuguesa (1940)
A vida que já vivi, memórias (1945)
Quando vem baixando o crepúsculo (1945)
Cantigas de encurtar caminho (1949)
Tangará conta histórias, poesia infantil (1953)
Toda uma vida de poesia, 2 vols. (1957)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Oleg%C3%A1rio_Mariano

Kremme


Foi um dia de kremesse.
Depois de rezá três prece
Pra que os santo me ajudasse,
Deus quis que nós se encontrasse
Pra que nós dois se queresse,
Pra que nós dois se gostasse.


Inté os sinos dizia
Na matriz da freguezia
Que embora o tempo corresse,
Que embora o tempo passasse,
Que nós sempre se queresse,
Que nós sempre se gostasse.


Um dia, na feira, eu disse
Com a voz cheia de meiguice
Nos teus ouvido, bem doce:
Rosinha si eu te falasse...
Si eu te beijasse na face...
Tu me dás-se um beijo? — Dou-se.


E toda a vez que nos vemo,
A um só tempo perguntemo
Tu a mim, eu a vancê:
Quando é que nós se casemo,
Nós que tanto se queremo,
Pro que esperamos pro quê?


Vancê não falou comigo
E eu com vancê, pro castigo,
Deixei de falá também,
Mas, no decorrê dos dia,
Vancê mais bem me queria
E eu mais te queria bem.


— Cabôco, vancê não presta,
Vancê tem ruga na testa,
Veneno no coração.
— Rosinha, vancê me xinga,
Morde a surucucutinga,
Mas fica o rasto no chão.


E de uma vez, (bem me lembro!)
Resto de safra... Dezembro...
Os carro afundando o chão.
Veio um home da cidade
E ao curuné Zé Trindade
Foi pedi a sua mão.


Peguei no meu cravinote
Dei quatro ou cinco pinote
Burricido como o quê,
Jurgando, antes não jurgasse,
Que tu de mim não gostasse,
Quando eu só amo a vancê.


Esperei outra kremesse
Que o seu vigário viesse
Pra que nós dois se casasse.
Mas Deus não quis que assim sesse
Pro mais que nós se queresse
Pro mais que nós se gostasse.

http://www.revista.agulha.nom.br/om.html#kremme



RONALDO SABINO interpreta: "DE PAPO PRO AR" (Joubert de Carvalho e Olegário Mariano) na abertura do prog.: "PROSA, CAFÉ E VIOLA" em Franca -SP - Programa que ele apresenta a convite do produtor e ALDEMIR PRADO.
WWW.PROSACAFEEVIOLA.COM.BR








Show realizado no Centro Cultural São Paulo em 18/06/2010; Composição de Olegário Mariano e Joubert de Carvalho; Músicos: Ramon Araújo: Violão e Tadeu Romano: Sanfona







domenica 29 agosto 2010

Olavo Bilac


Olavo Bilac
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Nascimento 16 de dezembro de 1865
Rio de Janeiro
Morte 28 de dezembro de 1918 (53 anos)
Rio de Janeiro
Nacionalidade Brasileiro
Ocupação Poeta

Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 1865 — Rio de Janeiro, 28 de dezembro de 1918) foi um jornalista e poeta brasileiro, membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Criou a cadeira 15, cujo patrono é Gonçalves Dias.

Conhecido por sua atenção a literatura infantil e, principalmente, pela participação cívica, era republicano e nacionalista. Bilac escreveu a letra do Hino à Bandeira e fez oposição ao governo de Floriano Peixoto. Foi membro-fundador da Academia Brasileira de Letras, em 1896. Em 1907, foi eleito “príncipe dos poetas brasileiros”, pela revista Fon-Fon. Bilac, autor de alguns dos mais populares poemas brasileiros, é considerado o mais importante de nossos poetas parnasianos. No entanto, para o crítico João Adolfo Hansen, "o mestre do passado, do livro de poesia escrito longe do estéril turbilhão da rua, não será o mesmo mestre do presente, do jornal, a cronicar assuntos cotidianos do Rio, prontinho para intervenções de Agache e a erradicação da plebe rude, expulsa do centro para os morros"

A Pátria não é a raça, não é o meio, não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos: é o idioma criado ou herdado pelo povo.[1]

— Bilac

Biografia

Olavo BilacFilho de Brás Martins dos Guimarães Bilac e de Delfina Belmira dos Guimarães Bilac, era considerado um aluno aplicado, conseguindo, aos 15 anos - antes, portanto, de completar a idade exigida - autorização especial de ingressar no curso de Medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, a gosto do pai e a contra gosto próprio, que era médico da então Guerra do Paraguai.

Começa a frequentar as aulas, mas seu trabalho da redação da Gazeta Acadêmica absorve-o mais do que a sisuda anatomia. Do mesmo modo, no tempo de colégio, deliciara-se com as viagens que os livros de Júlio Verne lhe ofereciam à fantasia. No menino e no jovem já se manifestavam as marcas de sua paixão futura: o fascínio poder criador da palavra. Há relatos que contam que Olavo Bilac não concluiu seu curso de Medicina devido a sua necrofilia. Bilac segundo algumas fontes, as quais tentam ser abafadas, tinha relações sexuais com os cadáveres de sua faculdade.

Bilac não concluiu o curso de Medicina e Direito, que frequentou posteriormente, em São Paulo. Bilac foi jornalista, poeta, frequentador de rodas de boêmias e literárias do Rio. Sua projeção como jornalista e poeta e seu contato com intelectuais e políticos da época conduziram-o a um cargo público: o de inspetor escolar.

Sua estreia como poeta, nos jornais cariocas, ocorreu com a publicação do soneto "Sesta de Nero" no jornal Gazeta de Notícias, em agosto de 1884. Recebeu comentários elogiosos de Artur Azevedo, precedendo dois outros sonetos seus, no Diário de Notícias. No ano de 1897, Bilac acabou perdendo o controle do seu Serpollet e o bateu contra uma árvore na Estrada da Tijuca, no Rio de Janeiro - RJ, sendo o primeiro motorista a sofrer um acidente automobilístico no Brasil.

Aos poucos profissionaliza-se: produz, além de poemas, textos publicitários, crônicas, livros escolares e poesias satíricas. Visa contar através de seus manuscritos a realidade presente na sua época. Em 1891, com a dissolução do parlamento e a posse de Floriano Peixoto, intelectuais perdem seu protetor, dr.Portela, ligado com o primeiro presidente republicano Deodoro da Fonseca. Fundado O Combate, órgão antiflorianista e a instalação do estado de sítio, Bilac é preso e passa quatro meses detido na Fortaleza da Laje no Rio de Janeiro.

O grande amor de Bilac foi Amélia de Oliveira, irmã do poeta Alberto de Oliveira. Chegaram a ficar noivos, mas o compromisso foi desfeito por oposição de outro irmão da noiva, desconfiado de que o poeta era um homem sem futuro. Seu segundo noivado fora ainda menos duradouro, com Maria Selika, filha do violonista Francisco Pereira da Costa. Viveu só sem constituir família até o fim de seus dias.

Mas, como lendas e mitos amorosos cercam a história de todos os poetas, consta que Amélia se manteve fiel a ele por toda vida, não se casando e depositando romanticamente um mecha de seus cabelos no caixão do poeta.

Como não tivera herdeiros, preferiu educar várias gerações de brasileiros escrevendo diversos livros escolares, ora sozinho, ora com Coelho Neto ou com Manuel Bonfim.

[editar] Participação cívica e social
Já consagrado em 1907, o autor do Hino da Bandeira é convidado para liderar o movimento em prol do serviço militar obrigatório, já matéria de lei desde 1907, mas apenas discutido em 1915. Bilac se desdobra para convencer os jovens a se alistar.

Já no fim de sua vida, em 1917, Bilac recebe o título de professor honorário da Universidade de São Paulo. E talvez seja considerado um professor mesmo: dos contemporâneos, leitores de suas crônicas e ouvintes de sua poesia; dos que se formaram na leitura de seus livros escolares; de modo geral, dos que até hoje são enfeitiçados por seus poemas.

É como poeta Bilac se imortalizou. Foi eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros pela revista Fon-Fon em 1907. Juntamente com Alberto de Oliveira e Raimundo Correia, foi a maior liderança e expressão do Parnasianismo no Brasil, constituindo a chamada Tríade Parnasiana. A publicação de Poesias, em 1888 rendeu-lhe a consagração.

[editar] Discurso de 1907
Ao tomar palavra no banquete-homenagem que lhe fora oferecido a 3 de dezembro de 1907, Bilac enfatizaria o fato de ser sua figura representativa de toda uma geração:

" O que estais, como brasileiros, louvando e premiando nesta sala, é o trabalho árduo, fecundo, revolucionário, corajoso da geração literária a que pertenço, e o papel definido, preciso, dominante, que essa geração conquistou com o seu labor, para o homem das letras, no seio da civilização brasileira...

Que fizemos nós? Fizemos isto: transformamos o que era até então um passatempo, um divertimento, naquilo que é hoje uma profissão, um culto, um sacerdócio: estabelecemos um preço para nosso trabalho, porque fizemos desse trabalho uma necessidade primordial da vida moral e da civilização de nossa terra.."

Principais obras

Membros da Academia de Letras; Olavo Bilac encontra-se em pé, o quarto da esquerda para a direita.Dentre outros escritos de Bilac, destacam-se:

Através do Brasil
Poesias (1888)
Crônicas e novelas (1894)
Crítica e fantasia (1904)
Conferências literárias (1906)
Dicionário de rimas (1913)
Tratado de versificação (1910)
Ironia e piedade, crônicas (1916)
Tarde (1919) - Poesia, org. de Alceu Amoroso Lima (1957)
Contos Pátrios
Teatro Infantil
Livro de Leitura
Tratado de Versificação - em colaboração com Guimarães Passos
Antologia poética
Hino à Bandeira
Língua Portuguesa, soneto sobre a língua portuguesa.

Língua Portuguesa
Olavo Bilac

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...


Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!


Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,


Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho! [2] [3]


Olavo Bilac tradutor
Olavo Bilac traduziu as famosas travessuras de Max und Moritz de Wilhelm Busch, do alemão para o português: Juca e Chico (obra ilustrada, integral, disponível gratuitamente online).[4]

Representações na cultura
Olavo Bilac já foi retratado como personagem no cinema e na televisão. Na televisão foi interpretado por Rui Minharro na minissérie Chiquinha Gonzaga, minissérie transmitida pela Rede Globo em 2002. No cinema, foi interpretado por Carlos Alberto Riccelli no filme Brasília 18%, filme produzido pela Globo Filmes em 2006.

Referências
1.↑ Eduardo Fernandes Paes (2000). Nossa língua, nossa pátria (em português). Página visitada em 23 de janeiro de 2010.
2.↑ Eduardo Fernandes Paes (2000). Nossa língua, nossa pátria - "Última flor do Lácio, inculta e bela" (em português). Página visitada em 23 de janeiro de 2010.
3.↑ Paula Perin dos Santos (2009). Análise do poema "Língua Portuguesa" (em português). Página visitada em 23 de janeiro de 2010.
4.↑ BUSCH, Wilhelm. Juca e Chico. História de Dois Meninos em Sete Travessuras. (tradução: Olavo Bilac) 11ª edição. São Paulo: Melhoramentos, s/d.
Ligações externas
Perfil no sítio oficial da Academia Brasileira de Letras (em português)
Todas as obras de Bilac no Portal São Francisco
Olavo Bilac e a unidade do Brasil republicano

http://pt.wikipedia.org/wiki/Olavo_Bilac


A velhice

O neto:

Vovó, por que não tem dentes?

Por que anda rezando só.

E treme, como os doentes

Quando têm febre, vovó?

Por que é branco o seu cabelo?

Por que se apóia a um bordão?

Vovó, porque, como o gelo,

É tão fria a sua mão?

Por que é tão triste o seu rosto?

Tão trêmula a sua voz?

Vovó, qual é seu desgosto?

Por que não ri como nós?



A Avó:

Meu neto, que és meu encanto,

Tu acabas de nascer...

E eu, tenho vivido tanto

Que estou farta de viver!

Os anos, que vão passando,

Vão nos matando sem dó:

Só tu consegues, falando,

Dar-me alegria, tu só!

O teu sorriso, criança,

Cai sobre os martírios meus,

Como um clarão de esperança,

Como uma benção de Deus!



In: Poesias Infantis

RJ: Francisco Alves, 1929.


http://www.revista.agulha.nom.br/bilac.html#velhice





sabato 28 agosto 2010

N





Nando Reis > N
N
Nando Reis
Composição: Nando Reis
E agora, o que eu vou fazer?
Se os seus lábios ainda estão molhando os lábios meus?
E as lágrimas não secaram com o sol que fez?

E agora como posso te esquecer?
Se o seu cheiro ainda está no travesseiro?
E o seu cabelo está enrolado no meu peito?

Espero que o tempo passe
Espero que a semana acabe
Pra que eu possa te ver de novo

Espero que o tempo voe
Para que você retorne
Pra que eu possa te abraçar
E te beijar
De novo

E agora, como eu passo sem te ver?
Se o seu nome está gravado no
Meu braço como um selo?
Nossos nomes que tem o "N"
Como um elo

E agora como posso te perder?
Se o teu corpo ainda guarda o
Meu prazer?
E o meu corpo está moldado com o teu?

Espero que o tempo passe
Espero que a semana acabe
Pra que eu possa te ver de novo

Espero que o tempo voe
Para que você retorne
Pra que eu possa te abraçar

Espero que o tempo passe
Espero que a semana acabe
Pra que eu possa te ver de novo

Espero que o tempo voe
E que você retorne
Pra que eu possa te abraçar
E te beijar
De novo
De novo...de novo...de novo...


http://letras.terra.com.br/nando-reis/549750

Nicolino Limongi


Nicolino Limongi
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Nicolino Limongi (Recife, 6 de maio de 1916) é médico e poeta brasileiro.

Formou-se em medicina em 1940 pela Faculdade de Medicina do Recife, depois integrante da Universidade do Recife. Especializou-se em Pediatria e Puericultura.

Livros publicados
Mensagem de Natal (1961);
Turma de 1940 (1961);
Descompasso e ressonância (1976);
Poesia e prosa do Nordeste (1981);
Os cinco dedos (1981);
Libelo do silêncio (2003).
Entidades literárias
Academia de Letras e Artes do Nordeste - fundador, presidente de honra, ocupa a cadeira 1;
Academia Pernambucana de Ciência;
Academia de Letras de Garanhuns - membro honorário ad perpetuam;
Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional Pernambuco - Sócio honorário;[1]
Società Dante Alighieri (Comitato di Recife).
Referências
1.↑ *Sobrames-PE - Detalhes do associado
Ligações externas
A Voz da UBE (março/2006) - Sobrames homenageia Nicolino Limongi

http://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolino_Limongi

Nelson Ascher


Nelson Ascher
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Nelson Ronny Ascher (São Paulo, 1958) é um poeta, tradutor e jornalista brasileiro.

Cursou um ano de medicina, para enfim seguir o curso de administração da Fundação Getúlio Vargas e posteriormente pós-graduação em semiótica na PUC-SP. Colaborou com o jornal Folha de S. Paulo desde a década de 1980 até agosto de 2008, escrevendo sobre literatura, cinema e política. Sua coluna era publicada às segundas-feiras no caderno Ilustrada. Em 1988/89 criou a Revista USP e se tornou seu editor, cargo no qual permaneceu até 94. Parte de seus artigos está reunida em Pomos da Discórdia (1993).

Como poeta lançou Ponta da língua (1983), Sonho da Razão (1993), Algo de Sol (1996) e Parte Alguma (2005). Suas traduções estão reunidas em O Lado Obscuro (1996) e Poesia Alheia (1998). Colaborou com Boris Schnaiderman na tradução de A Dama de Espadas, de Pushkin (Алекса́ндр Серге́евич Пу́шкин).

Organizou com Régis Bonvicino e Michael Palmer a antologia Nothing the sun could not explain: 20 Contemporary Brazilian Poets. Foi ganhador de uma bolsa Vitae em 1997.


http://pt.wikipedia.org/wiki/Nelson_Ascher


A biblioteca de Babel


Algumas semanas atrás um amigo me falou que pretendia traduzir um poema composto, numa língua mais ou menos exótica, por um poeta moderno. Seu problema era que, embora tivesse se informado sobre o assunto, não achara nem o texto nem qualquer tradução deste para outros idiomas. Tomando o que seria seu título em português, obtive, com a ajuda de um tradutor on line, o do original e, então, usando um mecanismo de busca, localizei-o na internet. Essa operação, que há dez ou 15 anos teria envolvido uma correspondência demorada com um especialista distante, custou-me meia hora.

Entre 1241-42 os mongóis invadiram a Hungria. A visita, que marcaria o limite ocidental de sua expansão, foi breve e devastadora. Um clérigo local redigiu na época, em latim medieval, um poema com 62 estrofes rimadas de cinco versos cada: "Planctus Destructionis Regni Ungarie per Tartaros" (Lamento pela Destruição do Reino da Hungria pelos Tártaros). Como uma das tribos da confederação mongol se chamava "Tata(r)", seu nome foi assimilado pelos europeus horrorizados a "tartarus", uma das regiões infernais da mitologia clássica, para designar os invasores.

Se bem que houvesse lido o poema em diversas versões, eu nunca vira seu texto latino. Não que saiba latim, mas com a ajuda de traduções e dicionários posso "acompanhá-lo". Mais uma vez, foi na internet que o consegui. E o mesmo ocorreu quando resolvi refazer em nosso vernáculo o poema mais célebre da segunda metade do século 20, a "Fuga Fúnebre" (Todesfuge, 1948) de Paul Celan. Consultar diferentes traduções, seja para a nossa, seja para outras línguas, é sempre útil, pois essas fornecem uma idéia da "maleabilidade" de uma obra, isto é, permitem que o tradutor veja como e quanto ela pode ser alterada, esticada e/ou comprimida, deformada enfim, antes que deixe de ser ela mesma. A pesquisa internáutica rendeu-me, em português, espanhol, inglês, francês, italiano, russo, turco etc., mais de três dezenas de "variações" sobre o tema celaniano.
Haroldo de Campos, num ensaio intitulado "Uma Arquitextura do Barroco", fizera uma espécie de levantamento genealógico de tendências que, em distintas eras e lugares, se assemelhavam ao estilo ocidental dos séculos 16 e 17. Um dos extratos que selecionou para ilustrar o estudo provinha de uma epopéia curta, "Alexandra", escrita por Lícofron, poeta grego de Alexandria que viveu no século 3 a.C. A heroína é de fato Cassandra, a princesa vidente da casa real troiana que profetizara a derrota da cidade, e o livro descreve suas visões, porém narradas por alguém que as entreouvira sem entendê-las direito.

Estranhamente, malgrado existirem traduções da epopéia para o francês e espanhol, não se encontrava no mercado nenhuma feita em versos para um inglês literário. Será que os anglo-saxões, exímios classicistas, ignoravam esse poema obscuro? Segundo Paul Auster, não. Em seu esboço autobiográfico, "A Invenção da Solidão" (The Invention of Solitude, 1982), o americano conta que, por causa de sua amizade com o tradutor francês de Lícofron, ele também se interessara pelo autor e descobriu numa biblioteca uma ótima versão inglesa realizada em 1808 por um certo Visconde de Royston. Este, um jovem aristocrata britânico, a publicara privadamente e morrera em seguida num naufrágio. Daí que seu trabalho, batizado não de "Alexandra", mas de "Cassandra", acabasse sendo esquecido por todos, salvo pela internet, através da qual adquiri, a um preço irrisório, um exemplar autografado daquela primeira edição limitada.

Peter Kien, o sinólogo que protagoniza "Auto-de-Fé" (Die Blendung, 1936) de Elias Canetti, passara, na infância, por uma experiência decisiva: ele se escondera numa livraria e, depois que todos saíram, ficara ali sozinho, deliciado e assustado, a noite inteira. Chegando a idade adulta, seu grande orgulho era possuir a maior biblioteca da cidade. E, se o assunto é biblioteca, não há como não mencionar Jorge Luis Borges, o leitor ávido que trabalhara como bibliotecário e, no meio do caminho de sua vida, ficou cego ou, como ele o expressou no início de seu "Poema das Dádivas" (em "El Hacedor", 1960): "Ninguém rebaixe a lágrima ou se afoite/ a condenar tal prova da mestria/ de Deus que, com magnífica ironia,/ deu-me os livros e, ao mesmo tempo, a noite."

A biblioteca é um dos temas favoritos do argentino, e seu conto mais famoso, "A Biblioteca de Babel", começa com uma frase inesquecível: "O universo (que outros chamam a Biblioteca) se compõe de um número indefinido e talvez infinito de galerias hexagonais, com amplos poços de ventilação, cercados de balaustradas baixíssimas." Os tomos, de acordo com o autor, contêm todas as combinações possíveis das letras do alfabeto, de modo que, se algum deles faz sentido numa língua humana, isso seria apenas acidental. Sua biblioteca, no entanto, é mais do que a metáfora de um universo caoticamente combinatório e remete a uma busca desesperadamente otimista de sentido nos labirintos do acaso.

Os exemplos acima indicam que, devido à "magnífica ironia" sabe-se lá de quem, a biblioteca babélica imaginada pelo portenho cego se tornou real. Um conjunto de obras maior do que aquele abrigado pela Biblioteca do Congresso, em Washington, está a alguns "cliques" de distância de quem quer que tenha acesso a um computador conectado à web. Tal qual o sinólogo de Canetti, somos crianças pernoitando entre as estantes de uma biblioteca que, por ser virtual, está simultaneamente em toda parte e em parte alguma.


http://www.revista.agulha.nom.br/nah1.html


Outra Gata
p/ Haroldo, felinófilo


Embora seja tão
minúscula, está viva
a gata que se esquiva
enquanto minha mão,
com mais de um arranhão,
conclui a tentativa
inútil e, à deriva,
afaga o nada em vão.
Fruindo em paz de sete
vidas, no entanto, a gata
faz sua toilette
e assim não se constata
que esconde um canivete
suíço em cada pata.


(Poema extraído de "Algo do Sol")








giovedì 26 agosto 2010

Gummy Bear/Funny Bear (French Version)

M

Murilo Mendes


Murilo Mendes
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.



Retrato de Murilo Mendes, por Ismael Nery
Nascimento 13 de maio de 1901
Juiz de Fora, Minas Gerais
Morte 13 de agosto de 1975 (74 anos)
Lisboa, Portugal
Nacionalidade Brasileiro
Ocupação Poeta
Escola/tradição Modernismo

Murilo Monteiro Mendes (Juiz de Fora, 13 de maio de 1901 — Lisboa, 13 de agosto de 1975) foi um poeta brasileiro, expoente do Surrealismo brasileiro.


Biografia
Médico, telegrafista, auxiliar de contabilidade, notário e Inspetor do Ensino Secundário do Distrito Federal. Foi escrivão da quarta Vara de Família do Distrito Federal, em 1946. De 1953 a 1955 percorreu diversos países da Europa, divulgando, em conferências, a cultura brasileira. Em 1957 se estabeleceu em Roma, onde lecionou Literatura Brasileira. Manteve-se fiel às imagens mineiras, mesclando-as às da Sicília e Espanha, carregadas de história.

Obra
Iniciou-se na literatura escrevendo nas revistas modernistas Terra Roxa, Outras Terras e Antropofagia. Os livros Poemas (1930), História do Brasil (1932) e Bumba-Meu-Poeta, escrito em 1930, mas só publicado em 1959, na edição da obra completa intitulada Poesias (1925-1955), são claramente modernistas, revelando uma visão humorística da realidade brasileira. Tempo e Eternidade (1935) marca a conversão de Murilo Mendes ao catolicismo. Nesse livro, os elementos humorísticos diminuem e os valores visuais do texto são acentuados. Foi escrito em colaboração com o poeta Jorge de Lima. Nos volumes da fase seguinte, Poesia em Pânico (1938), O Visionário (1941), As Metamorfoses (1944) e Mundo Enigma (1945), o poeta apresenta influência cubista, superpondo imagens e fazendo o plástico predominar sobre o discursivo. Poesia Liberdade (1947), como alguns outros livros do poeta, foi escrito sob o impacto da guerra, refletindo a inquietação do autor diante da situação do mundo. Em 1954, saiu Contemplação de Ouro Preto, em que Murilo Mendes alterou sua linguagem e suas preocupações, reportando-se às velhas cidades mineiras e sua atmosfera. Daí por diante, o poeta lançou-se a novos processos estilísticos, realizando uma poesia de caráter mais rigoroso e despojado, como em Parábola (1946-1952) e Siciliana (1954-1955), publicados em Poesias (1925-1955). As características desse período atingem sua melhor realização no livro Tempo Espanhol (1959). Em 1970, Murilo Mendes publicou Convergência, um livro de poemas vanguardistas. Murilo Mendes também publicou livros de prosa, como O Discípulo de Emaús (1944), A Idade do Serrote (1968), Livro de memórias e Poliedro (1972). Ao morrer, em Lisboa, deixou inéditas várias obras.

Prêmios recebidos
O Wikiquote tem uma coleção de citações de ou sobre: Murilo Mendes.Prêmio Graça Aranha, pelo livro Poemas.
Prêmio Internacional de Poesia Etna-Taormina, 1972.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Murilo_Mendes

Somos todos poetas



Assisto em mim a um desdobrar de planos.
as mãos vêem, os olhos ouvem, o cérebro se move,
A luz desce das origens através dos tempos
E caminha desde já
Na frente dos meus sucessores.
Companheiro,
Eu sou tu, sou membro do teu corpo e adubo da tua alma.
Sou todos e sou um,
Sou responsável pela lepra do leproso e pela órbita vazia do cego,
Pelos gritos isolados que não entraram no coro.
Sou responsável pelas auroras que não se levantam
E pela angústia que cresce dia a dia.




In: A poesia em pânico. Rio de Janeiro, Cooperativa Cultural Guanabara, 1938.

http://www.revista.agulha.nom.br/mu5.html#somos
















mercoledì 25 agosto 2010

Michel Melamed


Michel Melamed
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Nome completo Michel Melamed
Nascimento 10 de março de 1976
Rio de Janeiro, RJ

Michel Melamed (Rio de Janeiro, 10 de março de 1976) é poeta, diretor teatral, autor teatral, ator de teatro, performer e apresentador de televisão brasileiro.

Formação
De formação autodidata, Melamed começa a escrever aos quinze anos, ao participar de um evento na Faculdade da Cidade do Rio, chamado "Terças Poéticas", que reunia autores consagrados como João Cabral de Mello Neto, Ferreira Gullar, Antônio Houaiss, e jovens autores.

Participou da fundação e dirigiu o Centro de Experimentação Poética CEP 20.000, em conjunto com os poetas Chacal e Guilherme Zarvos com eventos mensais no Espaço Cultural Sérgio Porto e publicações. Através do grupo, Melamed teve diversos poemas publicados em antologias e CDs gravados.

Em 2002 atuou, ao lado de Matheus Nachtergaele e Marcélia Cartaxo, no espetáculo Woyzeck, o Brasileiro, recriação polêmica de Cibele Forjaz e Fernando Bonassi da obra clássica do alemão Georg Büchner.

Regurgitofagia
Regurgitofagia é nome de seu livro (editora Objetiva, Rio de Janeiro) e espetáculo. Nesta peça, Michel Melamed se utiliza da integração de linguagens - teatro, poesia falada, stand-up comedy, performance e artes plásticas - para fazer uma crítica contundente e bem-humorada do mundo contemporâneo, através, exclusivamente, de fragmentos de textos autorais e de uma interface denominada "pau-de-arara", onde cada reação sonora da platéia (risos, aplausos, tosses, etc.) era captada por microfones que as transformava em descargas elétricas sobre o corpo do autor/autor.

Michel foi contemplado com a Bolsa Rioarte, segmento Arte e Tecnologia, para montagem deste espetáculo que estreou no Rio de Janeiro no mês de abril de 2004, para uma temporada de três semanas, permanecendo nove meses em cartaz. Este foi considerado um dos dez melhores espetáculos do ano pelo O Globo e pelo Jornal do Brasil, sendo depois apresentado em São Paulo por mais seis meses, com pequenas temporadas em Brasília, Porto Alegre (no Festival Porto Alegre em Cena), Belo Horizonte e outras capitais, além de apresentações especiais em Nova Iorque, Paris e Berlim.

O mesmo jogo tenso está em seu livro homônimo, que solicita a cumplicidade do leitor em sua escrita intertextual e polifônica. O livro, no qual o espetáculo teatral se baseia, é considerado pelo professor João Carlos Gonçalvez como uma obra de "corpo presente", seja pela estrutura textual inusitada, seja pela metáfora do ator-corpo que oculta-se e revela-se no corpo-livro.

Dinheiro Grátis
Premiado com o FATE/RJ, o segundo espetáculo de Michel Melamed, Dinheiro Grátis, estreou no Rio de Janeiro em janeiro de 2006.

Durante a apresentação, ocorrem "leilões" entre ator e público, que negociam conceitos e atos, permitindo que a declamação de um poema de amor, por exemplo, seja comprada por alguns reais. Dinheiro Grátis é uma reflexão sobre a mercantilização das relações sociais e a presença constante do dinheiro como ordenador da vida humana.

Homemúsica
Homemúsica é a terceira parte, e conclusão, de sua Trilogia Brasileira, que estreou no segundo semestre de 2007 no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) em Brasília, montagem que recebeu o Prêmio Myrian Muniz de apoio à pesquisa teatral da Funarte.

Tem como personagem principal Helicóptero, um jovem que tem um dom único: de cada parte do seu corpo é emitido o som de um instrumento musical. Vindo do interior, ele ruma ao sudeste do país para tentar a vida de artista, mas encontra muitas dificuldades e as coisas não saem como imaginava. A peça faz parte da Trilogia composta por "Regurgitofagia" e "Dinheiro grátis". Não é apenas uma peça falada, mas cantada, tocada e fazendo uso também de recursos de vídeo, tecnologia e muito bom humor.

Anti-Dinheiro Grátis
Apresentada como a "quarta parte" da Trilogia Brasileira, um epílogo, Michel Melamed realiza uma radical inversão de linguagens. Na sua primeira parte temos o espetáculo original (citado no título) com seus leilões, cenas de humor e ironia, tudo de forma muito histriônica e empática. Na segunda parte temos uma reflexão sobre o teatro e o público. Extremamente polêmico, o espetáculo em algumas apresentações teve a platéia dividia entre aplausos efusivos e vaias. Muito comentou-se que o motivo para a realização desta mudança no espetáculo inicial seriam os processos que estaria enfrentando na justiça (apologia às drogas, depredação de patrimônio público, incitação, etc.).

Televisão
Na televisão, Michel Melamed já participou de diversos programas. Em 1998, começou apresentando "Profissão talento" na TV Bandeirantes, que logo passou a também roteirizar e dirigir. Na GNT apresentou "Movimento GNT" (2000-2001) e "Lembranças do Brasil". Na TVE, fez parte da equipe dos programas "Na arquibancada" e "Comentário geral". Como ator, interpretou Dom Casmurro na microssérie "Capitu" da rede Globo, que foi ao ar em dezembro de 2008. Em 2009 roteirizou e dirigiu com Nelson Hoineff o programa "Celebridades do Brasil" no Canal Brasil.

Mas sua experiência mais duradoura foi como apresentador e co-diretor da revista eletrônica Recorte Cultural, que ele mesmo criou para a TVE do Rio de Janeiro, e que foi ao ar de janeiro de 2005 a agosto de 2008. Com duração de 30 minutos, o programa era exibido de segunda a sexta às 20:30h na TVE Brasil, com reprise diária à meia-noite.

Michel foi indicado, juntamente com Fernanda Montenegro e Lázaro Ramos, na categoria TV ao "Prêmio Faz Diferença" do Jornal O Globo.

Em 2010 criou, escreveu, dirigiu e apresentou a série "Campeões de Audiência" no Canal Brasil. Apontado pela crítica especializada como um sopro de criatividade, renovação e ousadia na tv brasileira.

Ligações externas
Sítio oficial
Microssérie Capitu
Campeões de Audiência

http://pt.wikipedia.org/wiki/Michel_Melamed

https://twitter.com/michelmelamed








Casa comigo

casa comigo que te faço a pessoa mais feliz do mundo. a mais linda, a mais amada, respeitada, cuidada... a mais bem comida. e a pessoa mais namorada do mundo e a mais casada. e a mais festas, viagens, jantares... casa comigo que te faço pessoa mais realizada profissionalmente. e a mais grávida e a mais mãe. e a pessoa mais as primeiras discussões. a pessoa mais novas brigas e as discussões de sempre. casa comigo que te faço a pessoa mais separada do mundo. te faço a pessoa mais solitária com um filho pra criar do mundo. a pessoa mais foi ao fundo do poço e dá a volta por cima de todas. a mais reconstruiu sua vida. a mais conheceu uma nova pessoa, a mais se apaixonou novamente... casa comigo que te faço a pessoa mais “casa comigo que te faço a pessoa mais feliz do mundo”.

http://www.revista.agulha.nom.br/michelmelamed.html#casa






martedì 24 agosto 2010

Menotti Del Picchia


Menotti Del Picchia
Origem: Wikipédia, a enciclopédia


Nome completo Paulo Menotti del Picchia
Nascimento 20 de março de 1892
São Paulo
Morte 23 de agosto de 1988 (96 anos)
São Paulo
Nacionalidade Brasileiro
Progenitores Mãe: Corina Del Picchia
Pai: Luís Del Picchia
Ocupação Poeta, jornalista, tabelião, advogado, político, romancista, cronista, pintor e ensaísta

Paulo Menotti Del Picchia (São Paulo, 20 de março de 1892 — São Paulo, 23 de agosto de 1988) foi um poeta, jornalista, tabelião, advogado, político, romancista, cronista, pintor e ensaísta brasileiro.

Origem e formação
Com cinco anos de idade mudou-se para a cidade de Itapira, interior de São Paulo, onde foi aluno de Jacomo Stávale. Bacharel em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco, formado em 1913. Nesse ano publicou Poemas do Vício e da Virtude, seu primeiro livro de poesias. Na cidade de Itapira foi agricultor e advogado militante; lá criou o jornal político O Grito e escreveu os poemas Moisés e Juca Mulato. Colaborou em vários jornais, entre os quais Correio Paulistano, Jornal do Comércio e Diário da Noite. Em 1924 criou, com Cassiano Ricardo e Plínio Salgado, o Movimento Verdamarelo, de tendência nacionalista. Publicou vários romances, entre eles Flama e Argila, O Homem e a Morte, Republica 3000 e Salomé, além de livros de ensaios e de crônicas.

Atividade política
Foi membro de Partido Republicano Paulista durante a República Velha, participou da Revolução de 1932 como ajudante de ordens de governador Pedro de Toledo. Escreveu um livro sobre a revolução de 1932, chamado A Revolução paulista.

Exerceu vários cargos públicos. Foi o primeiro diretor do Departamento de Imprensa e Propaganda do Estado de São Paulo; deputado estadual em duas legislaturas, membro da constituinte do Estado de São Paulo e deputado federal pelo Estado de São Paulo em três legislaturas.

Atividade cultural
Foi diretor de A Noite e A Cigarra, entre 1920 e 1940, além de diversos outros jornais e revistas. Com Oswald de Andrade, Mário de Andrade e outros jovens artistas e escritores paulistas, participou da Semana de Arte Moderna de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo. Foi um dos mais combativos militantes da estética modernista.

Em 1937 foi diretor do Grupo Anta, com Cassiano Ricardo, e diretor do Movimento Cultural Nacionalista Bandeira, com Cassiano Ricardo e Cândido Mota Filho. Em 1943, foi eleito para a cadeira 28 da Academia Brasileira de Letras, tendo sido suas principais obras Juca Mulato (1917) e Salomé (1940). Um livro seu de elevada popularidade é Máscaras (1920), pela sua nota lírica.

Presidiu a Associação dos Escritores Brasileiros, seção de São Paulo. Foi agraciado com o título de "Intelectual do Ano", em 1968, e aclamado "Príncipe dos Poetas Brasileiros", em 1982.

Em 1960, recebeu o Prêmio Jabuti de poesia, concedido pela Câmara Brasileira do Livro. Destacam-se em sua obra poética os livros Juca Mulato (1917), As Máscaras (1920), A Angústia de D. João (1922) e O Amor de Dulcinéia (1931). A poesia de Menotti del Picchia vincula-se à primeira geração do Modernismo. Em 1984, recebeu o Prêmio Moinho Santista - Categoria Poesia.

Morreu em São Paulo, no dia 23 de agosto de 1988. Seu corpo foi velado na Academia Paulista de Letras, da qual também era membro, e sepultado no Cemitério São Paulo. Em sua homenagem, foram fundados na cidade de Itapira o Parque Juca Mulato e a Casa Menotti Del Picchia (24 de março de 1983) onde podem ser vistos objetos e livros que pertenciam ao autor.

Representações na Cultura
Menotti Del Picchia já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Carlos Gregório no filme "O Homem do Pau-Brasil" (1982) e Ranieri Gonzalez na minissérie "Um Só Coração" da Rede Globo de Televisão (2004).

Obras
Poesia: Poemas do vício e da virtude (1913) Moisés (1917); Juca Mulato (1917) Máscaras (1919) A angústia de D. João (1922) Chuva de pedra (1925) O amor de Dulcinéia (1926) República dos Estados Unidos do Brasil (1928) Jesus, tragédia sacra (1958) Poesias, seleção (1958) O Deus sem rosto, introdução de Cassiano Ricardo (1968)

Romance: Flama e argila (1920; após a 4a ed., intitulou-se A tragédia de Zilda) Laís (1921) Dente de Ouro (1923) O crime daquela noite (1924) A república 3000 (1930; posteriormente intitulado A filha do Inca, 1949) A tormenta (1932) O árbitro (1958) Kalum, o mistério do sertão (1936) Kummunká (1938) Salomé (1940)

Conto,Crônica e Novela: O pão de Moloch (1921) A mulher que pecou (1922) O nariz de Cleópatra (1922) Toda nua (s.d.) A outra perna do Saci (1926) O despertar de São Paulo (Episódios dos séculos XVI e XX na Terra Bandeirante)

Literatura Infanto-juvenil: No país das formigas Viagens de Pé-de-Moleque e João Peralta Novas aventuras de Pé-de-Moleque e João Peralta

Ensaio e Monografia: A crise da democracia A crise brasileira: soluções nacionais (1935) A revolução paulista (1932) Pelo amor do Brasil, discursos parlamentares O governo Júlio Prestes e o ensino primário O Curupira e o Carão O momento literário brasileiro Sob o signo de Polymnia, discursos A longa viagem, memórias, 2 vols. (1970-1972)

Teatro: Suprema conquista (1921) Jesus; Máscaras A fronteira.

Obras Completas: A Noite, 10 vols. Obras de Menotti del Picchia, Livraria Martins Editora, 14 vols. Entardecer, antologia de prosa e verso (1978).

Sinopse das das Obras
"Máscaras" - Máscaras é um poema lírico, romântico e escrito na forma de peça de teatro. Transcreve o encantamento de dois homens, Arlequim e Pierrot, por uma mulher, Colombina. Cada um deles, percebendo-a sob sua ótica particular, e partindo deste olhar, a descrevem e ao sentimento que ela lhes despertou.A literatura origina-se da imaginação de seu autor com o objetivo de provocar um estado emocional, um estado de prazer ao leitor, onde Arlequim é o desejo, Colombina, a mulher e Pierrot, o sonho.O texto foi escrito em 1920 quando ele e quatro amigos – Martins Fontes, Ibrahim Nobre, Armando Pamplona e Assunção Filho – junto a uma dama paulista, não nomeada pelo autor, assistem de uma mesa de bar à alegria carnavalesca. Del’ Picchia esclarece no prefácio de seu livro - onde consta esta "história" - que aquela alegria platônica fez surgir a ideia de se escrever um poema para marcar um momento tão alegre da mocidade.

"A República 3.000" - A República 3.000 é uma das mais importantes obras de Menotti del Picchia, editada também na Itália e na França. O autor nos oferece uma visão futurológica da técnica e da cibernética, antecipa descobertas e propõe problemas em uma história que absorve o leitor, do início ao fim.

"Salomé" - Um romance escrito há mais de trinta anos, mas que se faz presente nos dias atuais. A extravagante e sensual heroína deste romance, Salomé é uma figura fatalizada e estranha, que encarna neste nervoso instante da revolução da mocidade.

"Juca Mulato" - Com este livro, Menotti del Picchia revelou-se um cantor enamorado da alma nacional. Cantou uma história de amor obstinado e impossível, em versos impregnados de imenso lirismo, criando expressões poéticas.

"Dente de Ouro" - A novela Dente de ouro inspira-se no ambiente político do interior, com suas intrigas, lutas de grupos, violências. É esse mundo que o autor retrata ao vivo, num estilo jornalístico e com linguagem romântica, adequada a uma história de amor, rivalidade e morte.

Bibliografia
COUTINHO, Afrânio. Brasil e brasileiros de hoje. Rio de Janeiro: Editorial Sul Americana, 1961.
MOISÉS, Massaud. A literatura Brasileira através dos séculos. São Paulo: Editora Cultrix, 1984


http://pt.wikipedia.org/wiki/Menotti_Del_Picchia



Beleza


A beleza das coisas te devasta
como o sol que fascina mas te cega.
Delas contundo a luminosa entrega
nunca se dá, melhor, nunca te basta.

E a imensa paz que para além te arrasta
quanto mais se te esquiva ou te renega...
Paz tão do alto e paz dessa macega
que nos campos esplende à luz mais casta.


A beleza te fere e todavia
afaga, uma emoção (sempre a primeira e nunca
repetida) que conduz


o teu deslumbramento para um dia
à noite misturado, na clareira
em que te sentes noite em plena luz.




Remetente: Luciane Mineiro


http://www.revista.agulha.nom.br/mpicchia05p.html









Martins Fontes


Martins Fontes
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Martins Fontes.José Martins Fontes (Santos, 23 de junho de 1884 — Santos, 25 de junho de 1937) foi um médico e poeta brasileiro. É considerado o melhor poeta de sua geração na lusofonia, e um dos dez melhores na língua portuguesa; os outros nove são Camões, Bocage, António Nobre, Guerra Junqueiro, Fernando Pessoa, Castro Alves, Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto de Oliveira (o brasileiro).

José Martins Fontes, o "Zezinho Fontes", nasceu na casa 4 da praça José Bonifácio, filho de Isabel Martins Fontes e do Dr. Silvério Martins Fontes, frequentou os principais colégios de seu tempo, entre eles o Colégio Nogueira da Gama em Jacareí. Em sua vida de estudante em Santos, teve como professor Tarquínio da Silva, ao qual prestou homenagem posteriormente. Mais tarde vai para o Rio de Janeiro, onde estuda no Colégio Alfredo Gomes.

Aos oito anos de idade, Martins Fontes publicou seus primeiros versos num jornalzinho denominado "A Metralha" dando os primeiros sinais do grande poeta que iria ser durante sua vida, do qual foram publicados 9 números aos domingos e cujo cabeçalho em três cores era feito por seu avô, o coronel Francisco Martins dos Santos. A 1° de maio desse mesmo (1892) estreia o moço poeta, recitando um hino a Castro Alves no Centro Socialista, organização marxista-leninista criada por seu pai. Com dezesseis anos, ele lê uma ode de sua autoria na inauguração do monumento comemorativo ao quarto centenário do Descobrimento do Brasil, levantado próximo à biquinha em São Vicente.

Em 1908, defendeu tese de doutoramento na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, tornando-se médico sanitarista, tendo convivido com poetas como Olavo Bilac, Coelho Neto, Emílio de Meneses e outros. Depois de formado foi médico da Comissão das Obras do Alto Acre, interno da Santa Casa do Rio de Janeiro, auxiliar de Oswaldo Cruz na profilaxia urbana, médico da Santa Casa de Misericórdia de Santos, médico da Beneficência Portuguesa de Santos, inspetor sanitário em Santos e Diretor do Serviço Sanitário.

Também foi médico da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio, da Companhia Segurança Industrial, da Companhia Brasil, da Repartição de Saneamento e da Casa de Saúde de Santos. Durante a epidemia de gripe de 1918 tornou-se um dos beneméritos da cidade, desdobrando-se para socorrer os bairros do Macuco e Campo Grande e estendendo sua ação para a localidade de Iguape. Como médico, notabilizou-se como conferencista e foi tisiologista da Santa Casa de Misericórdia de Santos e destacado humanista, lutou junto com Oswaldo Cruz em defesa sanitária da cidade de Santos. Em seu consultório particular tratava de pessoas sem poder aquisitivo, não cobrando as consultas.

Fundou com Olavo Bilac uma agência publicitária para serviços de propaganda dos produtos brasileiros na Europa e em outros países. Em 1924 tornou-se correspondente da Academia das Ciências de Lisboa. Quando Júlio Prestes, presidente do Estado de São Paulo e candidato à presidência da República, partiu em viagem para percorrer os países da Europa e EUA, Martins Fontes foi convidado para acompanhá-lo como médico da caravana. Devido ao seu trabalho como conferencista conheceu o Brasil de norte a sul, e ainda a Argentina, o Uruguai, os Estados Unidos, a França, a Inglaterra, a Espanha, a Itália e Portugal.

Colaborou literariamente com os jornais "A Gazeta" e o "Diário Popular" em São Paulo, e para o "Diário de Santos" e o "Cidade de Santos", além de inúmeros periódicos do Rio de Janeiro e outras cidades.

Sua obra literária é bastante volumosa, chegando actualmente a cinquenta e nove títulos publicados, em poesia e prosa. Actualmente editadas em Portugal, sob coordenação de seu biógrafo oficial, Rui Calisto.

Foi titular da Academia das Ciências de Lisboa e, ao longo de sua vida, recebeu os títulos de comendador da Ordem de São Tiago da Espada, Cavaleiro da Espanha, Par da Inglaterra entre outras distinções. É patrono da cadeira n.° 26 da Academia Paulista de Letras.

Morreu na cidade natal e está ali sepultado no Cemitério de Paquetá.

Bibliografia activa publicada
Obs.: o trecho seguinte está "compactado" de modo a despoluir visualmente o contexto da página toda.

Da Imitação em Síntese. 1ªed. Rio de Janeiro, Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro -Tipografia do “Jornal do Comércio” de Rodrigues & C., 1908, 78p.
Verão. 1ªed. Santos, Instituto D. Escholástica Rosa, 1917, 201p.
A Dança. 1ªed. Santos, Instituto D. Escholástica Rosa, 1919, 112p.
Granada. 1ªed. Santos, Bazar Americano – B. Barros & Cia – Instituto D. Escholástica Rosa, 1919, 27p.
A Alegria. 1ªed. São Paulo, O Estado de São Paulo – Nova Era – Paulino Vieira & C. 1921, 46p.
Pastoral. 1ªed. São Paulo, Revista do Brasil, Março de 1921, 20p.
Verão. 2ªed. Santos, Instituto D. Escholástica Rosa, 1921, 272p.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Martins_Fontes

Soneto


Antes de conhecer-te, eu já te amava.

Porque sempre te amei a vida inteira:

Eras a irmã, a noiva, a companheira,

A alma gêmea da minha que eu sonhava.





Com o coração, à noite, ardendo em lava

Em meus versos vivias, de maneira

Que te contemplo a imagem verdadeira

E acho a mesma que outrora contemplava.





Amo-te. Sabes que me tens cativo.

Retribuis a afeição que em mim fulgura,

Transfigurada nos anseios da Arte.





Mas, se te quero assim, por que motivo

Tardaste tanto em vir, que hoje é loucura,

Mais que loucura, um crime desejar-te?



http://www.revista.agulha.nom.br/mfo03.html

domenica 22 agosto 2010

Mário Quintana


Mario por ele mesmo


Nasci em Alegrete, em 30 de julho de 1906. Creio que foi a principal coisa que me aconteceu. E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo. Bem! Eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente. Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão. Ah! mas o que querem são detalhes, cruezas, fofocas... Aí vai! Estou com 78 anos, mas sem idade. Idades só há duas: ou se está vivo ou morto. Neste último caso é idade demais, pois foi-nos prometida a Eternidade.

Nasci no rigor do inverno, temperatura: 1grau; e ainda por cima prematuramente, o que me deixava meio complexado, pois achava que não estava pronto. Até que um dia descobri que alguém tão completo como Winston Churchill nascera prematuro - o mesmo tendo acontecido a sir Isaac Newton! Excusez du peu... Prefiro citar a opinião dos outros sobre mim. Dizem que sou modesto. Pelo contrário, sou tão orgulhoso que acho que nunca escrevi algo à minha altura. Porque poesia é insatisfação, um anseio de auto-superação. Um poeta satisfeito não satisfaz. Dizem que sou tímido. Nada disso! sou é caladão, introspectivo. Não sei porque sujeitam os introvertidos a tratamentos. Só por não poderem ser chatos como os outros?

Exatamente por execrar a chatice, a longuidão, é que eu adoro a síntese. Outro elemento da poesia é a busca da forma (não da fôrma), a dosagem das palavras. Talvez concorra para esse meu cuidado o fato de ter sido prático de farmácia durante cinco anos. Note-se que é o mesmo caso de Carlos Drummond de Andrade, de Alberto de Oliveira, de Erico Verissimo - que bem sabem (ou souberam) o que é a luta amorosa com as palavras.

(Texto escrito pelo poeta para a revista IstoÉ de 14/11/1984)

Centenário

Durante todo o ano de 2006, a vida e obra de Mario Quintana serão lembradas em uma extensa programação de eventos culturais, marcando os 100 anos de nascimento do poeta. O "Ano do Centenário de Mario Quintana" foi instituído pelo Governo do Estado, através do Decreto n.º 43.810, de 24 de maio de 2005.

A lei também institui uma Comissão responsável pela promoção dos eventos. Presidida pelo governador Germano Rigotto, ela é integrada pelo vice-governador Antonio Hohlfeldt, pelos secretários de Cultura e da Educação e pelos diretores da Casa de Cultura Mario Quintana e do Instituto Estadual do Livro, além de representantes da Uergs, PUC e Prefeitura de Porto Alegre.


http://www.estado.rs.gov.br/marioquintana

Mário Quintana
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Mário de Miranda Quintana[1] (Alegrete, 30 de julho de 1906 — Porto Alegre, 5 de maio de 1994) foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro.


Biografia

Quintana quando criança.Mario Quintana era filho de Celso de Oliveira Quintana e de Virgínia de Miranda, fez as primeiras letras em sua cidade natal, mudando-se em 1919 para Porto Alegre, onde estudou no Colégio Militar, publicando ali suas primeiras produções literárias. Trabalhou para a Editora Globo, quando esta ainda era uma instituição eminentemente gaúcha, e depois na farmácia paterna.

Considerado o "poeta das coisas simples", com um estilo marcado pela ironia, pela profundidade e pela perfeição técnica, ele trabalhou como jornalista quase toda a sua vida. Traduziu mais de cento e trinta obras da literatura universal, entre elas Em Busca do Tempo Perdido de Marcel Proust, Mrs Dalloway de Virginia Woolf, e Palavras e Sangue, de Giovanni Papini.

Em 1953, Quintana trabalhou no jornal Correio do Povo, como colunista da página de cultura, que saía aos sábados, e em 1977 saiu do jornal.

Em 1940, ele lançou o seu primeiro livro de poesias, A Rua dos Cataventos, iniciando a sua carreira de poeta, escritor e autor infantil. Em 1966, foi publicada a sua Antologia Poética, com sessenta poemas, organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, e lançada para comemorar seus sessenta anos de idade, sendo por esta razão o poeta saudado na Academia Brasileira de Letras por Augusto Meyer e Manuel Bandeira, que recita o poema Quintanares, de sua autoria, em homenagem ao colega gaúcho. No mesmo ano ganhou o Prêmio Fernando Chinaglia da União Brasileira de Escritores de melhor livro do ano. Em 1976, ao completar setenta anos, recebeu a medalha Negrinho do Pastoreio do governo do estado do Rio Grande do Sul. Em 1980 recebeu o prêmio Machado de Assis, da ABL, pelo conjunto da obra.


Vida pessoal

A Casa de Cultura Mario Quintana, antigo Hotel Majestic.Mario Quintana viveu grande parte da vida em hotéis: de 1968 a 1980, residiu no Hotel Majestic, no centro histórico de Porto Alegre, de onde foi despejado quando o jornal Correio do Povo encerrou temporariamente suas atividades, por problemas financeiros[2] e Quintana, sem salário, deixou de pagar o aluguel do quarto.[3]. Na ocasião, o comentarista esportivo e ex-jogador da seleção Paulo Roberto Falcão cedeu a ele um dos quartos do Hotel Royal, de sua propriedade. A uma amiga que achou pequeno o quarto, Quintana disse: "Eu moro em mim mesmo. Não faz mal que o quarto seja pequeno. É bom, assim tenho menos lugares para perder as minhas coisas".[4]

Essa mesma amiga, contratada para registrar em fotografia os oitenta anos de Quintana, conseguiu um apartamento no Porto Alegre Residence, um apart-hotel no centro de Porto Alegre, onde o poeta viveu até sua morte. Ao conhecer o espaço, ele se encantou: "Tem até cozinha!".[4]

Em 1982, o prédio do Hotel Majestic, que fora considerado um marco arquitetônico de Porto Alegre, foi tombado. Em 1983, atendendo a pedidos dos fãs gaúchos do poeta, o governo estadual do Rio Grande do Sul adquiriu o imóvel e transformou-o em centro cultural, batizado como Casa de Cultura Mario Quintana. O quarto do poeta foi reconstruído em uma de suas salas, sob orientação da sobrinha-neta Elena Quintana, que foi secretária dele de 1979 a 1994, quando ele faleceu.[5]

Segundo Mário, em entrevista dada a Edla Van Steen em 1979, seu nome foi registrado sem acento. Assim ele o usou por toda a vida.[6]

Em 2006, no centenário de seu nascimento, várias comemorações foram realizadas no estado do Rio Grande do Sul em sua homenagem.

Mário Quintana não se casou nem tinha filhos.


Relações com a ABL
O poeta tentou por três vezes uma vaga à Academia Brasileira de Letras, mas em nenhuma das ocasiões foi eleito; as razões eleitorais da instituição não lhe permitiram alcançar os vinte votos necessários para ter direito a uma cadeira. Ao ser convidado a candidatar-se uma quarta vez, e mesmo com a promessa de unanimidade em torno de seu nome, o poeta recusou[7].

Só atrapalha a criatividade. O camarada lá vive sob pressões para dar voto, discurso para celebridades. É pena que a casa fundada por Machado de Assis esteja hoje tão politizada. Só dá ministro.

— Mário Quintana
Se Mário Quintana estivesse na ABL, não mudaria sua vida ou sua obra. Mas não estando lá, é um prejuízo para a própria Academia.

— Luís Fernando Veríssimo
Não ter sido um dos imortais da Academia Brasileira de Letras é algo que até mesmo revolta a maioria dos fãs do grande escritor, a meu ver, títulos são apenas títulos, e acredito que o maior de todos os reconhecimentos ele recebeu: o carinho e o amor do povo brasileiro por sua poesia e pelo grande poeta e ser humano que ele foi...

— Cícero Sandroni


Obras

Obra poética
A Rua dos Cataventos - Porto Alegre, Editora do Globo, 1940
Canções - Porto Alegre, Editora do Globo, 1946
Sapato Florido - Porto Alegre, Editora do Globo, 1948
O Aprendiz de Feiticeiro - Porto Alegre, Editora Fronteira, 1950
Espelho Mágico - Porto Alegre, Editora do Globo, 1951
Inéditos e Esparsos - Alegrete, Cadernos do Extremo Sul, 1953
Poesias - Porto Alegre, Editora do Globo, 1962
Caderno H - Porto Alegre, Editora do Globo, 1973
Apontamentos de História Sobrenatural - Porto Alegre, Editora do Globo / Instituto Estadual do Livro, 1976
Quintanares- Porto Alegre, Editora do Globo, 1976
A Vaca e o Hipogrifo - Porto Alegre, Garatuja, 1977
Esconderijos do Tempo - Porto Alegre, L&PM, 1980
Baú de Espantos - Porto Alegre - Editora do Globo, 1986
Preparativos de Viagem - Rio de Janeiro - Editora Globo, 1987
Da Preguiça como Método de Trabalho - Rio de Janeiro, Editora Globo, 1987
Porta Giratória - São Paulo, Editora Globo, 1988
A Cor do Invisível - São Paulo, Editora Globo, 1989
Velório Sem Defunto - Porto Alegre, Mercado Aberto, 1990
Água - Porto Alegre, Artes e Ofícios, 2001
[editar] Livros infantis
O Batalhão das Letras - Porto Alegre, Editora do Globo, 1948
Pé de Pilão - Petrópolis, Editora Vozes, 1968
Lili inventa o Mundo - Porto Alegre, Mercado Aberto, 1983
Nariz de Vidro - São Paulo, Editora Moderna, 1984
O Sapo Amarelo - Porto Alegre, Mercado Aberto, 1984
Sapato Furado - São Paulo, FTD Editora, 1994

Antologias
Nova Antologia Poética - Rio de Janeiro, Ed. do Autor, 1966
Prosa & Verso - Porto Alegre, Editora do Globo, 1978
Chew me up Slowly (Caderno H) - Porto Alegre, Editora do Globo / Riocell, 1978
Na Volta da Esquina - Porto Alegre, L&PM, 1979
Objetos Perdidos y Otros Poemas - Buenos Aires, Calicanto, 1979
Nova Antologia Poética - Rio de Janeiro, Codecri, 1981
Literatura Comentada - Editora Abril, Seleção e Organização Regina Zilberman, 1982
Os Melhores Poemas de Mário Quintana (seleção e introdução de Fausto Cunha)- São Paulo, Editora Global, 1983
Primavera Cruza o Rio - Porto Alegre, Editora do Globo, 1985
80 anos de Poesia - São Paulo, Editora Globo, 1986
Trinta Poemas - Porto Alegre, Coordenação do Livro e Literatura da SMC, 1990
Ora Bolas - Porto Alegre, Artes e Ofícios, 1994
Antologia Poética - Porto Alegre, L&PM, 1997
Mario Quintana, Poesia Completa - Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 2005
[editar] Traduções
Dentre os diversos livros que traduziu para a Livraria do Globo (Porto Alegre) estão alguns volumes do Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust (talvez seu trabalho de tradução mais reconhecido até hoje), Honoré de Balzac, Voltaire, Virginia Woolf, Graham Greene, Giovanni Papini e Charles Morgan. Além disso, estima-se que Quintana tenha traduzido um sem-número de histórias românticas e contos policiais, sem receber créditos por isso - uma prática comum à época em que atuou na Globo, de 1934 a 1955.

Homenagens
O Manuel Bandeira dedicou-lhe um poema, onde se lê:

Meu Quintana, os teus cantares
Não são, Quintana, cantares:
São, Quintana, quintanares.
Quinta-essência de cantares...
Insólitos, singulares...
Cantares? Não! Quintanares!
O pajador Jayme Caetano Braun, dedicou ao poeta a Payada a Mario Quintana, segue abaixo um trecho da poesia:

Entre os bem-aventurados
Dos quais fala o evangelho,
Eu vejo no mundo velho
Os poetas predestinados,
Eles que foram tocados
Pela graça soberana,
Mas a verdade pampeana
Desta minh’alma irrequieta,
É que poeta nasce poeta
E poeta é o Mario Quintana!
Em Pelotas, há uma escola que recebera o mesmo nome do poeta em sua homenagem.

Prêmio Jabuti
Em 1981 recebeu o Prêmio Jabuti de Personalidade Literária do Ano.

http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_Quintana










Certezas
Não quero alguém que morra de amor por mim…
Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.
Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo,
quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.
Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim…
Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível…
E que esse momento será inesquecível..
Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre…
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.
Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém…
e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos,
que faço falta quando não estou por perto.
Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras,
alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho…
Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons
sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente
importa, que é meu sentimento… e não brinque com ele.
E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca
cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.
Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter
forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe…
Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.
Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia,
e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos,
talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.
Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas…
Que a esperança nunca me pareça um “não” que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como “sim”.
Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder
dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim,
sem ter de me preocupar com terceiros…
Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.
Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão…
Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas,
que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim…
e que valeu a pena.

Mário Quintana