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mercoledì 23 giugno 2010

Castro Alves


Castro Alves Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Nota: Para outros significados de Castro Alves, veja Castro Alves (desambiguação). Castro Alves Nome completo Antônio Frederico de Castro Alves Nascimento 14 de março de 1847 Castro Alves Morte 6 de julho de 1871 (24 anos) Salvador Nacionalidade Brasileiro Ocupação Poeta Escola/tradição Romantismo Antônio Frederico de Castro Alves (Curralinho, 14 de março de 1847 — Salvador, 6 de julho de 1871) foi um poeta brasileiro. Nasceu na fazenda Cabaceiras, a sete léguas (42 km) da vila de Nossa Senhora da Conceição de "Curralinho", hoje Castro Alves, no estado da Bahia. Suas poesias mais conhecidas são marcadas pelo combate à escravidão, motivo pelo qual é conhecido como "Poeta dos Escravos". Foi o nosso mais inspirado poeta condoreiro. Alguns dados biográficos Sua mãe faleceu em 1859. No colégio, no lar por seu pai, iria encontrar uma atmosfera literária, produzida pelos oiteiros, ou saraus, festas de arte, música, poesia, declamação de versos. Aos 17 anos fez as primeiras poesias. No dia 10 de novembro de 1863 teria recitado os primeiros versos em festa no Ginásio Português. O pai se casou por segunda vez em 24 de janeiro de 1862 com a viúva Maria Rosário Guimarães. No dia seguinte ao do casamento, o poeta e seu irmão Antônio José partiram para o Recife, enquanto o pai se mudava para o solar do Sodré. Em maio, submeteu-se à prova de admissão para o ingresso na Faculdade de Direito do Recife sendo reprovado. Mas seria em Recife tribuno e poeta sempre requisitado nas sessões públicas da Faculdade, nas sociedades estudantis, na plateia dos teatros, incitado desde logo pelos aplausos e ovações, que começava a receber e ia num crescendo de apoteose. Era um belo rapaz, de porte esbelto, tez pálida, grandes olhos vivos, negra e basta cabeleira, voz possante, dons e maneiras que impressionavam a multidão, impondo-se à admiração dos homens e arrebatando paixões às mulheres. Ocorrem então os primeiros romances, que nos fez sentir em seus versos, os mais belos poemas líricos do Brasil. Em 1863 a atriz portuguesa Eugénia Câmara se apresentou no Teatro Santa Isabel. Influência decisiva em sua vida exerceria a atriz, vinda ao Brasil com Furtado Coelho. No dia 17 de maio, Castro Alves publicou no primeiro número de A Primavera seu primeiro poema contra a escravidão: A canção do africano. A tuberculose se manifestou e em 1863 teve uma primeira hemoptise. Em 1864 seu irmão José Antônio, que sofria de distúrbios mentais desde a morte de sua mãe, suicidou-se em Curralinho. Ele enfim consegue matricular-se na Faculdade de Direito do Recife e em outubro viaja para a Bahia. Só retornaria ao Recife em 18 de março de 1865, acompanhado por Fagundes Varela. A 10 de agosto, recitou O Sábio na Faculdade de Direito e se ligou a uma moça desconhecida, Idalina. Alistou-se a 19 de agosto no Batalhão Acadêmico de Voluntários para a Guerra do Paraguai. Em 16 de dezembro, voltou com Fagundes Varela a Salvador. Seu pai morreu no ano seguinte, a 23 de janeiro de 1866. Castro Alves voltou ao Recife, matriculando-se no segundo ano da faculdade. Nessa ocasião, fundou com Rui Barbosa e outros amigos uma sociedade abolicionista. Em 1866, tornou-se amante de Eugênia Câmara. Teve fase de intensa produção literária e a do seu apostolado por duas grandes causas: uma, social e moral, a da abolição da escravatura; outra, a república, aspiração política dos liberais mais exaltados. Data de 1866 o término de seu drama Gonzaga ou a Revolução de Minas, representado na Bahia e depois em São Paulo, no qual conseguiu consagrar as duas grandes causas de sua vocação. No dia 29 de maio, resolveu partir para Salvador, acompanhado de Eugênia. Na estreia de Gonzaga, dia 7 de setembro, no Teatro São João, foi coroado e conduzido em triunfo. [editar] No Rio e em São Paulo Em janeiro de 1868, embarcou com Eugênia Câmara para o Rio de Janeiro, sendo recebido por José de Alencar e visitado por Machado de Assis. A imprensa publica troca de cartas entre ambos, com grandes elogios ao poeta. Em março, viajou com Eugênia para São Paulo. Decidira ali - na Faculdade de Direito de São Paulo - continuar seus estudos, e se matriculou no terceiro ano. Continuou principalmente a produção intensa dos seus poemas líricos e heroicos, publicados nos jornais ou recitados nas festas literárias, que produziam a maior e mais ruidosa impressão; tinha 21 anos, e uma nomeada incomparável na sua geração, que deu entretanto os mais formosos talentos e capacidades literárias e políticas do Brasil; basta lembrar os nomes de Fagundes Varela, Ruy Barbosa, Joaquim Nabuco, Afonso Pena, Rodrigues Alves, Bias Fortes, Martim Cabral, Salvador de Mendonça, e tantos outros, que lhe assistiram aos triunfos e não lhe disputaram a primazia. É que ele, na linguagem divina que é a poesia, lhes dizia a magnificência de versos que até então ninguém dissera, numa voz que nunca se ouvira, como afirmou Constâncio Alves. Possuía uma voz dessas que fazem pensar no glorioso arauto de Agamenon, imortalizado por Homero, Taltibios, semelhante aos deuses pela voz…, como disse Rui Barbosa. Pregava o advento de uma "era nova", segundo Euclides da Cunha. A 7 de setembro de 1868, fez a apresentação pública de Tragédia no mar, que depois ganharia o nome de O Navio Negreiro. No dia 25 de outubro, foi reapresentada sua peça Gonzaga no Teatro São José. Desfaz-se em 28 de agosto de 1868 sua ligação com Eugênia Câmara. Castro Alves foi aprovado nos exames da faculdade de Direito e a 11 de novembro - tragédia de grandes consequências - se feriu no pé, durante uma caçada. Tuberculoso, aventara uma estadia na cidade de Caetité, onde moravam seus tios e morrera o avô materno (o Major Silva Castro, herói da Independência da Bahia), dois grandes amigos (Otaviano Xavier Cotrim e Plínio de Lima), de clima salutar. Mas, antes disso, ainda em São Paulo, na tarde de 11 de novembro, resolveu realizar uma caçada na várzea do Brás e feriu o pé com um tiro. Disso resultou longa enfermidade, cirurgias, chegando ao Rio de Janeiro no começo de 1869, para salvar a vida, mas com o martírio de uma amputação. Os cirurgiões e professores da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Andrade Pertence e Mateus de Andrade, amputaram seu membro inferior esquerdo sem qualquer anestesia.[1] Em março de 1869, matriculou-se no quarto ano do curso jurídico, mas a 20 de maio, tendo piorado seu estado, decidiu viajar para o Rio de Janeiro, onde seu pé foi amputado em junho. No dia 31 de outubro, assistiu a uma representação de Eugênia Câmara, no Teatro Fênix Dramática. Ali a viu por última vez, pois a 25 de novembro decidiu partir para Salvador. Mutilado, estava obrigado a procurar o consolo da família e os bons ares do sertão. O retorno à Bahia Em fevereiro de 1870 seguiu para Curralinho para melhorar a tuberculose que se agravara, viveu na fazenda Santa Isabel, em Itaberaba. Em setembro, voltou para Salvador. Ainda leria, em outubro, A cachoeira de Paulo Afonso para um grupo de amigos, e lançou Espumas flutuantes. Mas pouco durou. Sua última aparição em púbico foi em 10 de fevereiro de 1871 numa récita beneficente. Morreu às três e meia da tarde, no solar da família no Sodré, Salvador, Bahia, em 6 de julho de 1871. Seus escritos póstumos incluem apenas um volume de versos: A Cachoeira de Paulo Afonso (1876), Os Escravos (1883) e, mais tarde, Hinos do Equador (1921). É patrono da cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras. Obras Poesia Espumas Flutuantes, 1870 A Cachoeira de Paulo Afonso, 1876 Os Escravos, 1883 Hinos do Equador, em edição de suas Obras Completas (1921) Tragédia no Mar O Navio Negreiro Teatro Gonzaga ou a Revolução de Minas, 1875 Homenagem O trabalho de resgate e preservação de suas obras foi fruto da dedicação do antigo colega e amigo Ruy Barbosa e fruto da campanha abolicionista, que tomou corpo a partir de 1881. Posteriormente, Afrânio Peixoto, ex-presidente da Academia, reuniu em dois volumes toda a produção do poeta, bem como escritos diversos (sob os títulos de "Relíquias" e "Correspondência"). Em 1947 o Instituto Nacional do Livro, do Ministério da Educação e Cultura, comemorou o centenário do nascimento do poeta com uma grande exposição, da qual resultou um livro comemorativo, trazendo importantes documentos que fizeram parte do evento. O aspecto social da poesia de Castro Alves, em poemas como "O Navio Negreiro" e "Vozes d'África", ambos publicados no livro Os Escravos, foi um dos motivos principais para a sua popularização. Nesse sentido, autores como Mário de Andrade, no modernismo, dedicaram-lhe inúmeros ensaios. Na literatura latino-americana Numa das obras mais belas da literatura de nosso continente, "Canto Geral", do poeta chileno Pablo Neruda, é dedicado um poema a Castro Alves. O poeta condoreiro é lembrado por Neruda como aquele que, ao mesmo tempo em que cantou às flores, às águas, à formosura da mulher amada, fez com que sua voz batesse "em portas até então fechadas para que, combatendo, a liberdade entrasse". Portanto, termina o poeta chileno, "tua voz uniu-se à eterna e alta voz dos homens. Cantaste bem. Cantaste como se deve cantar". Como dá para perceber, Neruda reverencia Castro Alves por ter cantado àqueles que não tinham voz: os escravos. O poema chama-se "Castro Alves do Brasil". [editar] Edições A Cachoeira de Paulo-Affonso: poema original brazilero, Bahia, Imprensa Econômica, 1876, 1a edição. Canto da esperança, poesia social, libertária e lírica, seleção, introdução e notas de Hildon Rocha, Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1990. Castro Alves: poesias escolhidas, edição comemorativa do centenário do nascimento do poeta, seleção, prefácio e notas de Homero Pires, Imprensa Nacional, Rio de Janeiro, 1947. Correspondência e crítica, prefácio e coordenação de Alfredo Mariano de Oliveira, inclui "Traços biográficos" por Alfredo Mariano de Oliveira, "Elogio de Castro Alves", transcrição do texto de 1881 de Rui Barbosa, "Paixão e glória de Castro Alves" por Afrânio Peixoto, "Castro Alves" por Luiz Guimarães Júnior, "No decenário de Castro Alves" soneto de Raimundo Correia, "Um túmulo para Castro Alves" por Alípio Bandeira, além de correspondência do poeta, Editado por H. Antunes e C., Rio de Janeiro, 1920. Espumas flutuantes, edição fac-similar de centenário (1870-1970), Bahia, Edições GRD da cidade de Salvador, em convênio com o Instituto Nacional do Livro, 1970. Espumas flutuantes e Os Escravos, introdução, organização e fixação de texto por Luiz Dantas e Pablo Simpson, Editora Martins Fontes, São Paulo, 2000. Obra completa, organização, fixação do texto, cronologia, notas e estudo crítico por Eugênio Gomes, inclui "Vida efêmera e ardente de Castro Alves" por Afrânio Peixoto e "Diálogo epistolar" entre José de Alencar e Machado de Assis, Editora José de Aguilar ltda., Rio de Janeiro, 1960, 1a edição. Obras completas de Castro Alves, organização, introdução e notas por Afrânio Peixoto, Rio de Janeiro, Livraria Francisco Alves, 1921, 1a edição. Poesias completas, texto organizado por Jamil Almansur Haddad, 2a edição, São Paulo, Companhia editora nacional, 1955. Poemas de amor, introdução, seleção e notas de Jamil Almansur Haddad, Biblioteca Universal Popular, S. A., Rio de Janeiro, 1963. Bibliografia crítica BARBOSA, Rui. Decenário de Castro Alves, elogio do poeta pelo Dr. Rui Barbosa, seguido de um escrito do mesmo autor pelos escravos às mães de família, Mandado imprimir pela comissão do decenário, Bahia, Typografia do "Diário da Bahia", 1881. BOAVENTURA, Edivaldo. 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Representações na cultura Castro Alves já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Paulo Maurício no filme Vendaval Maravilhoso (1949) e Bruno Garcia no filme Castro Alves - Retrato Falado do Poeta (1999). Referências 1.↑ Sérgio Buarque de Holanda. O Brasil Monárquico. DIFEL (BRASIL), 1985. pp.498. Ligações externas Castro Alves na página da Academia Brasileira de Letras Vida e Obras de Castro Alves Poemas de Amor - Poemas de Castro Alves http://pt.wikipedia.org/wiki/Castro_Alves Castro Alves -------------------------------------------------------------------------------- La negristoshipo (Tragedio sur Maro) I Jen ni sur plena mar' ... en spac' freneze lunklaro ludas - papili' orbrila - ondegoj ghin postkuras... lacighante, samkiel hord' infana maltrankvila. Jen ni sur plena mar' ... el firmamento la astroj saltas kiel shaum' el oro... repagas mar' per brul' de fosforeskoj - konstelacioj de fluajh'-trezoro. Jen ni sur plena mar' ... du infinitoj sin chirkauprenas streche kun anhelo... sublimaj, oraj, bluaj, mildaj... Kiu la ocean' kaj kiu la chielo? Jen ni sur plena mar' ... shvelintaj veloj per varmaj, de zefiro mara, frapoj, de brig' surmara kuro estas kvazau tusheto de hirund' sur ondokapoj... Devenon kaj fincelon, kiu scias, de shipo travaganta senmezurojn?... En chi Sahar' chevaloj polvon levas, galopas, flugas, ne postlasas spurojn... felicha homo, kiu povas tiam de jena bildo ghui majestecon!... malsupre - maron... supre - firmamenton... kaj en chiel' kaj maro - la vastecon... Ho, kian harmonion vent' alportas... Muziko dolcha sonas, malproksima! Ho Di' ! sublima estas arda kanto, sen cel' flosanta sur ondad' senlima! Viroj de l' maro! Ho maristoj krudaj, sunbruligitaj de la mondoj kvar! Infanoj, kiujn lulis la tempesto en la lulil' de chi profunda mar' ! Atendu kaj min lasu chi sovaghan liberan poezion trinki tute... Orkestro - estas maromugh' cheprua kaj vento tra shnurar' siblanta flute... ............................................................................ Vi, kial fughas tiel, bark' rapida? Vi, kial fughas timan la poeton?... Volonte sekvus mi disondon vian, similas ghi frenezan markometon... Ho albatros'! Kondor' de l' oceano, dormanta sur la gaza nubofloso, la plumojn skuu, spacolevjatano! Al mi flugilojn pruntu, albatroso!... II Por maristo ja ne gravas, kie lia hejm' situas!... chiun verskadenco ravas, kiun mar' al li instruas! Kantu! dia estas morto... Lofe brig' sub ventoforto glitas per rapid' delfena. Flago sur postmast' hisita, kun la ondo postlasita flirtas, de sopiro plena. De hispan' la kant' subluna, traplektita per langvor' , memorigas pri sunbruna andaluzanin' en flor'. La italo kantas pri la dormema Venezi' - lando de perfid' kaj amo - che l' Vulkano, sur golfondo, memorigas al la mondo Tasostrofojn per deklamo. Anglo - mara frida tipo, kiun mar' denaska flankis - (char Anglujo estas shipo, kiun Di' Kanale ankris), kun fier' patrujon gloras, dum pri Nelson li memoras kaj pri Albukirrenkonto... Kantas laurojn intajn, franco - destinita al bonshanco - kaj la laurojn de l' estonto... La helena maristaro, kiun Ioni' akushis, chi piratoj de la maro, kiun jam Ulis' trapushis, de Fidias la skulptitoj, pri Homeraj ghemaj mitoj longe kantas sub lunhelo... Ho, maristoj vi, tutmondaj! trovas vi en maroj ondaj melodiojn el chielo... III El vasta spac' descendu, ho oceankondoro! Descendu pli kaj plie... nur via vidoboro en brigon povas mergi dum tia fluga kuro... Sed ve! mi kion vidas... kia amara sceno! kia funebra kanto... kiom da abomeno! kiaj figuroj tristaj!... kia, ho Di', teruro! IV Danteska bildo estas... la ferdeko briligas tagon per rughega streko, banante sin en sango. Tintad' de chenoj... vipklakad' sonora... amaso nokte nigra kaj horora dum danc' de fifandango... Patrinoj negraj che la mamoj havas infanojn magrajn, kies bushojn lavas patrina sangkaskado. Knabinoj jen... sed nudaj, miroplenaj, trenitaj de fantomokirl', chagrenaj, en vana anhelado. Orkestro ironie, akre blekas... Serpento de l' freneza rondo strekas spiralojn fantazie... Se la oldul' anhelas... kaj glitfalas, audighas krioj... la rimeno knalas kaj ili flugas plie... De sama chen' kaptitaj en la mashoj, l' amas' malsata per shancelaj pashoj kun plor' kaj danc' rapidas... Freneza unu, dua en kolero deliras... brutigita de sufero, alia kantas, ridas... Komandas dume kapitan' manovron... rigardas li chielon, puran kovron, sternitan super maro. Kaj diras inter densaj fumnebuloj: "La vipon vigle svingu, ho shipuloj! plu dancu la brutaro." Orkestro ironie, akre blekas... Serpento de l' freneza rondo strekas spiralojn fantazie... Kiel en songh' danteska ombroj fluas... malbenoj, krioj, veoj, preghoj bruas, Satano ridas fie!... V Ho Sinjor' de l' mizeruloj! Diru chu frenez'... chu vero estas tiom da hororo fronte al chiela sfero... Maro! kial via ondo de l' mantelo de la mondo ne forvishas makularon!... Astroj! Nokto! Tempestegoj! Vi rulighu el vastegoj! Uragan'! balau maron! Kiuj estas chi povruloj, ne trovante pli en vi ol trankvilan ridon pleban, - spron' por turmentistrabi' ? - ... Kiuj estas? Se la stelo mutas, se la ondakcelo estas fugh' komplica, krima, che la nokta lumkonfuzo... Vi ghin diru, fera muzo! liberega muz' sentima! Jen la filoj de l' dezerto, kie teron lum' saturas, kie sur la kamp' kun lerto trib' de nudaj viroj kuras. Militistoj spitaj estas, kiuj tigrojn lukte estras, che soleja ventozum' ...; viroj simplaj, fortaj, bravaj... estas nun mizeraj, sklavaj, sen aer', sen prav', sen lum' ... Kaj virinoj malbonsortaj... kiel estis jam Hagar. Soifegaj kaj malfortaj, el forfor' devena ar' . Sur la brakoj, filojn, chenojn portas - en anim' malbenojn, larmojn, galon en la koro. De Hagar suferon sentas, ke por Ishmael prezentas, ech ne lakton de la ploro... Tie en la sabloj helaj, sub la palmoj, en ravinoj, lulis sin - infanoj belaj, vivis - charmaj junulinoj... Preterpasas karavano... Revas ili en kabano, sub la noktvual' ... Hodiau... Ve! adiau, dom' sur monto!... Ve! adiau, palm' che fonto!... Ve! adiau, am' ... adiau!... Morgau la sablar' senlima... ocean' da polvo... sur horizonto malproksima nur dezert' ... dezerto nur... kaj lacigh' , soif' , malsato... Cedas la mizervipato, falas por ne plu kuniri!... Vakas ero en la cheno, sed sur sablo la hieno trovas korpon por disshiri. Iam Sieraleono sub de vasta tendo brilo, venko, chaso al leono, dorm' dormita kun trankvilo... Nun la nigra hold' terura, streta kaj infektmalpura, kun la pest' por jaguaro... Dormon tranchas jen kaj jen shiro de mortint' el chen' , ghia jheto al la maro... Iam pri liber' fieraj... nur sufichis vol' por povo... Kaj hodiau... malliberaj!... ech por mort' ... Maliceltrovo! Ilin ligas sama ringo - fata ferserpentostringo - de l' sklaveco chirkaumano... Forrabitaj al la morto, dancfunebras la kohorto, che vipsono... Ho rikano!... Ho Sinjor' de l' mizeruloj! Diru chu delir'... chu vero estas tiom da hororo fronte al chiela sfero... Maro! kial via ondo de l' mantelo de la mondo ne forvishas makularon? ... Astroj! Nokto! Tempestegoj! vi rulighu el vastegoj! Uragan' ! balau maron! ... VI Popol' ekzistas, kiu flagon donas por kovri tiom da fiajh' perfida!... En tiu fest' ghi shanghon ne oponas al bakantinmantel' malpura, frida! ... Ho Dio! Dio! kies flago kronas senhonte topon en diboch' senbrida?... Silento! Muz' ! vi larmojn tiom havu, por ke la flag' en via plor' sin lavu... Orverda flag' de mia hejma tero, kiun flirtigas kis' de vent' brazila, standard' promesojn diajn de l' espero interplektanta kun sunlumo brila... Vi, kiun post milito de Libero herooj hisis sur la tub' fusila, prefere estus vi chifon' batala, ol de popolo mortotuk' fatala! ... Kruela fat' premanta sur mensfondo!... Detruas nun malpura brigferdek' chizitan vojon de Kolumb' sur ondo, sur profundajho kvazau paca strek' ! ... ... Fiajho troa! ... El etera mondo de l' Nova Kontinent' herooj, ek! Andrad'! chi flagon el aer' ekstermu!... Kolumb'! de via mar' la pordon fermu! ... Tradutor: Leopoldo Knoedt Tradução remetida por: Cícero Soares Castro Alves -------------------------------------------------------------------------------- The Slave Ship (Tragedy in the Sea) We are on the high seas... Mad in space The moonlight plays — golden butterfly; And the waves run after it. . . tire Like a band of troubled infants. We are on the high seas... From the firmament The stars leap like spray of gold. . . The sea in turn lights phosphorescence, — Constellations of liquid treasure... We are on the high seas... Two infinites Strain there in a mad embrace Blue, golden, placid, sublime.. Which of the two is ocean? Which sky?... We are on the high seas.. . Opening the sails, To the warm breath of the marine breezes, Sailed brig run on the crests of the seas, As the swallows brush in the wave... Whence do you come? Wither do you go? Of the erring ships Who knows the course if the space is so great? On this Sahara the coursers raise dust, Gallop, soar, but leave no trace. Happy he who can, there, at fhis hour, Feel this panel's magesty!.. . Below — the sea... above — the firmament! ... And in the sea and in the sky — the immensity! Oh! what sweet harmony the breeze brings me! What soft music sounds far off! My God! how sublime an ardent song is Floating at random on the endless waves! Men of the sea! Oh rude mariners, Toasfed by the sun of the four worlds! Children whom the tempests warmed In the cradle of these profound abysses! Wait! ... wait! ... let me drink This savage, free poetry.. . Orchestra — is the sea, which roars by the prow And the wind, which whistles in the ropes. Why do you flee thus, swift barque? Why do you flee the fearless poet? Would that I could accompany the furrow You sow in the sea — mad comet! Albatroz! Albatroz! Eagle of the ocean, You who sleep in the gauze of the clouds, Shake your feathers, leviathan of space Albatroz! Albatroz! give me those wings. II What does the sailor's cradle matter, Or where he is the son, where his home? He loves the cadence of the verse Which is faught him by the old sea! Sing! Death is divine! The brig slips on the bowline — Like a swift dolphin. Fast to the mizzen mast The nostalgic flag points To the waves it leaves behind. From the Spanish, chants Broken with languor, They recall the dusky maidens The Andalusians in flower! From Italy the indolent son Sings of sleeping Venice, — Land of love and treachery, Or from the gulf in its lap Recalls the verses of Tasso Close to the lava of the volcano. The Englishman — cold mariner Who from birth found himself at sea (Because England is a ship, Which God anchored in the Channel), Stern, he intoans his countryls glories Remembering, proudly, histories Of Nelson and of Aboukir. The Frenchman — predestined — Sings of the triumphs of the past And the laurels to come! The Hellenic sailors, Whom Ionian space created, Beautiful dark pirates From the sea that Ulysses cut, Men that Phydias seulped, Are singing in the clear night Verses that Homer moaned... Sailors from all lands, Know how to find in the waves The melodies of the skies!. . . III Descend from the immense space, oh eagle of the ocean, Descend more... even more.. . human glance cannot Like yours plunge into the flying brig! But what is it I see there... What picture of bitterness It’s funeral song! ... What tetric figures! ... What an infamous vile scene!... My God! my God! What horror! IV It was a dantesque dream.. . the deck Great lights redenning its brilliance, Bathing it in blood. Clang of irons. .. snap of whip ... Legions of men black as the night Horrible dancing... Black women, holding to their breasts Scrawny infants whose black mouths Are watered by the blood of their mothers: Others, young, but nude and frightened, In the whirlwind of specters drawn From anxiety and vane resentment! And the orchestra laughs, ironic, strident... And from the fantastic circle a serpent Spirals madly... If the old man cringes, slips to the ground, You hear shouts... the whip cracks. And they fligh more and more. Prisoned in the bars of a single jail The famished multitude shudders, Aud weeps and dances! One is delirious from rabies, another is going mad, Another, bruttish from martyrdom Sings, groans, and laughs! Meantime the captain commands the maneuver And after gazing at the sky which unfolds So pure over the sea, Cries out of the gloom of dense obscurity, "Shake out the whip, mariners! Make them dance, more!..." And the orquestra laughs ironic, strident... And from the fantastic circle a serpent Spirals madly... Like a dantesque dream the shadows fly! Shouts, ahs, curses, embodied prayers! And Satan laughs! ... V Lord God of the unfortunate! Tell me Lord God! If if is madness... or truth So much horror under the skies?!... Oh sea why do you not erase With the sponge of the waves, Your mantle, this blot?... Stars! Nights! Tempests! Roll down from the immensity! Sweep the seas, typhoon! Who are these unfortunates Who do not find in you, More than the calm laughter of the band Which excitcs the torturers to fury? Who are they? If the star hushes, If the oppressive space slides by Like a furtive accomplice, Before the confused night Say it severe Muse Free, audacious Muse! ... They are the sons of the desert, Where the land espouses the light Where in the open spaces lives A tribe of nude men. . . They are daring warriors Who with the, spotted tigers Combat in the solitude. Yesterday simple, strong, brave... Today miserable slaves, Lacking air, light, reason. They are disgraced women Like Agar was also, Who thirsty, weakened, Come from far far off... Bringiiig with tepid steps, Children and irons on their arms, In their souls — tears and gaul. . . Like Agar suffering so much That not even the milk of lament Have they to give Ismael. Off there on the limitless sands, From the palms of the country, They were born — beautiful children, They lived — gentle maidens.. . A caravan goes by one day When the virgin in the cabin Apprehensive from the veils of night ... Good-bye mountain hut, ... Good-bye palms of the fountain! ... Good-bye, loves... good-bye! Afterwards, the extensive sands Afterwards, the ocean of dust. Afterwards, on the immense horizon Deserts... deserts only... And hunger, the tiredness, the thirst... Oh how many unfortunates give up, And fail to rise no more! ... A place in the chain vacates, But the jackal on the sand Finds a body to gnaw. Yesterday Sierra Leôa, The war, the chase, the lion, Sleep slept carelessly Under the tents of amplitude! Today the dark, deep hole Infected, cramped, loathsome Having the plague for a jaguar... And sleep always broken By death rattles And the thud of corpses into the sea. . . Yesterday full liberty, Will for power... Today... the peek of malice They are not even free to die... The same chain binds them — Lugubrious iron snake — In the threads of slavery. And so humming of death, The lugubrious cohort dances To the sound of the lash ... Humiliation!. . . Lord God of the unfortunate! Tell me, Lord God, Am I delirious... or is it truth So much horror under the skies?! ... Oh sea, why don't you crase With the sponge of the waves, Your mantle, this blot? Stars! nights! tempests! Roll down from the immensity Sweep the seas, typhoon! VI A people exists that lends its flag To cover so much infamy and cowardice!. Transforming it in that feast Into the impure mantle of a cold bacchante! ... My God! my God! but what flag is this, That impudent floats from the truck? Silence, muse... weep, weep so much That the standard may be washed, by your grief! ... Green-gold pendant of my land, That the breeze of Brazil caresses and unfurls Standard that in the light of the sun encloses Promises of divine hope... You, who in the liberty after war, Were hoisted by heroes on the lance, Rather that you had been torn in battle Than serve a people as a shrowd! ... Atrocious fatality which overwhelms the mind Extinguish this hour loathsome brig The furrow that Columbus opened in the waves, Like an iris in the depth of the seas! But this is too much infamy! ... From the ethereal regions Rise, heroes of the New World! Andrada! Rip that pendant from the air! Columbus! Close the portais of your seas! Tradutor: DAVID BARNHART Castro Alves -------------------------------------------------------------------------------- Le Navire Negrier I Pleine mer... Ivres d'espace files rayons de lune folâtrent — blondes phalènes Et les vagues les poursivent et se lassent Comme une troupe d'enfants turbulents. Pleine mer... Du fírmament Les astres jaillissent en écume d'or... Sur Ia mer scintillent les feux phosphorescents — Constellations du liquide trésor... Pleine mer... Deux infinis Lei s'éfreignent dans un fol embrassement Bleus, dorés, placides, sublimes... Lequel est le ciel? Lequel l'océan?... Pleine mer... Ouvrant ses voiles A la chaude haleine des brises marines Un voilier, un brick, court à la surface des eaux Comme les hirondelles effleurent la vague. D'oú vient-il? Où va-t'il? Des nefs errantes Qui connait la route dans un tel espace? Dans ce Sahara les coursiers soulèvent la poussière Galopent, volent, mais ne laissent point de trace. Heureux qui peut à cette heure Sentir de ce tableau toule la majesté! ... En bas — la mer... en haut — le firmemente.. Et dans la mer et dans le ciel — I'immensité! Oh! Quelle douce harmonie m'apporte la brise! Quelle suave musique s'élève au loin? Mon Dieu! Qu'il est sublime le chant ardent Qui vogue sur les vagues au hasard sans fin. Hommos de mer! Ô rudes marins, Brunis par le soleil des quatre mondes! Enfants couvés par la tempête Dans le berceau de ces mers profondes! Attendez, attendez... laissez-moi boire Cette sauvage et libre poésie... L'orchestre — cest la mer, à la proue, qui rugit Et le vent qui siffle dans les cordages ................................................. Pourquoi fuis-tu ainsi, nef rapide? Pourquoi fuis-tu le timide poète? Oh! que ne puis-je suivre ton sillage Qui dessine sur la mer — une folle comète! Albatros! Albatros! aigle de l'océan, Toi qui dors dans la gaze des nuages, Réveille-toi! Léviathan de l'espace, Albatros! Albatros! donne-moi tes ailes. II Qu'ímporte le berceau du nautonier De qui il est fils, et quel est son foyer? Il aime la cadence du vers Que lui enseigne le viel océan! Chantez! car la mort est divine! Le brick glisse à la bouline Comme un rapide dauphin. Du haut du mât de misaine Un pavillon, dans un geste d'adieu s'incline Vers les vagues qui fuient au loin. Les cantilènes de l'Espagnol Languissantes d'amour, Chantent les filles brunes, Les Andalouses en ficur! De l'Italie le fils indolent Chante Venise exidormie, — Terre d'amour et de trahison, Ou dans le creux du golfe Evoque les vers du Tasse Près des laves du volcan! L'Anglais — froid marin,... Qui en mere en naissant s'est trouvé, (Car l'AngIeterre est un navire, Que Dieu a dans la Manche ancré), Dur, entonne à la gloire de sa patrie, Avec orgueil, l'hístoire I)e Nelson et d'Aboukir. Le Français — prédestiné — Chante les louanges du passé Et les lauriers de l'avenir! Les marins hellènes Nés de la vague ionienne Beaux piratcs bruns De la mer sillonnée par Ulysse, Hommes que Phidias eut sculptés, Chantent dans la nuit claire Les vers qu'Homère a pleurés... Marins de tous les rivages, Vous savoz trouver dans les vagues Les mélodies du ciel... III Descends de l'espace immense, ô aigle de l'océan! Descends encore.. . plus encore.. . aucun regard humain, Ne peut comme le tien plonger dans le brick rapide! Mais que vois-je là... Quel tableau d'amertumes? C'est un chant funèbre! Quelles figures! ... Quelle scène infame et vile!... Mon Dij-.U!... Quelle horreur! IV C'était un songe dantesque... le pont Tout baigné de sang Qui rougit l'éclat des fànaux. Un tintement de fers — le claquement du fouet — Des légions d'hommes noirs comme —a nuit Horribles, qui dansent... Des femmes noires, tenant à leur sein Des maigres enfants, dont les bouches noires Sont arrosées du sang de leur mères! D'aufres, jeunes, mais nues et effrayées Dans ce tourbillon de spectres entrainées, Dans une angoisse et une peine vaines! Et l'orchestre se rit ironique, strident. Et de la ronde fantastique, le serpent Fait de folles spirales... Si le vieillard halète, s'il glisse On entend des cris. . . le fouet claque Et la ronde s'affole. Rivée aux maillons d'une seule chaine, La foule affamée titube Et pleure ef danse! L'uji délire de rage, l'aufre perd le sens, Un autre, hébété de douleur, En chantant, rit et pleure! Tandis que le capitaine ordonne la manoeuvre Puis, regardant le ciel qui se déploie Sur la mer si pur Il dit entre les épaisses volutes de fumée: "Hardi, matelots, frappez dur Faites redoubler la danse.? Et l’orchestro se rit, ironique, strident... Et de la ronde fantastique le serpent Fait de folles spirales... Comme dans un songe dantesque les ombres volent, Cris, soupirs, jurons, prières s'élèvent! Et Satan est pris de rire! V Seigneur, Dieu des malheureux! Ditos-moi, Vous, Seigneur! Si c'est folie, ou si c'est vrai Tant d'horreurs devant les cieux?. Océan, pourquoi n'effaces-tu pas Avec l'éponge de tes vagues Cette tache de ton manteau?... Xs-tres! Nuits! Tempêfes! Roulez des immensités! Thyphon, balayez les mers! Qui sont ces malheureux Qui ne rencontrent en vous, Que le rire calme de la foule Qu'excite la furie du bourreau? Qui sont-ils? Si l'étoile se tait, Si la vague oppressée glisse Comme un complice qui fuit Devant la nuit confuse... Dis-le, to!, Muse sévère, Muse féconde, audacieuse!... Ce sont les fils du désert, Oú la lumière épouse, Ia terre. Oú vit à ciel ouvert La tribu des hommes nus... Ce sons les guerriers intrépides Qui combattent dans la solitude, Avec les tigres mouchetés Hier, simples, forts, braves... Aujourd'hui misérables esclaves, Sans lumière, sans air, sans raison Ce sont des femmes malheur uses Comme Agar le fut aussi. Qui, mourant de soif, epuisées Viennent de loin... de três loin... Portant d'un pas affaibli Des enfants et des chaines aux bras, Dans l'âme — des larmes et du fiel... Comme Agar souffrant tellement Qtt'elles ne peuvent même pas donner Le laif de leurs pleurs à Ismael. Là-bas, dans les sables infinis, Du pays des palmeraies, Elles sont nées — enfants jolies Elles ont vécu — fillettes gracieuses... Un joir passe la caravane, Quand la vierge dans la cabane Rêve dans les voiles de la nuit... ... Adieu, é cliaumière de la forêf, ... Adieu, palmeraies autour du puits! ... ... Adieu, amours... adieu! ... Puis, la grève immense... Puis, l'océan de poussière. Puis à l'horizon sans borne Des déserts... rion que des déserts... Et la faím, la fatigue, la soif... Hélas! combien de malheureux cèdent, Et tombent pour ne plus se relever! ... Une piace ost libre dans la chaine, Mais le chacal sur l'arène Trouve un corps à ronger. Hier, la Sierra Léone, La guerre, la chasse au lion, Le sommeil à l'aventure Sous les tentes de la nature! Aujourd'hui... la cale sombre, profonde, Infecte, étroite, immonde, Ayant la peste pour jaguar... Et le sommeil toujours coupé Par l'agonie d'un moribond Et la chute d'un corps dans la mer... Hier, pleine liberté La volonté pour loi. Aujourd'hui... combie de méchanceté, Pas même chaine les lie — Lugubre serpent de fer — Dans les noeuds dc l'esclavage. Et se moquant de la mort, La lugubre cohorte danse Dérision... au son du fouet. Seigneur, Dieu des malbeureux! Dites-moi, vous, Seigneur, Si je délire... ou si c'est vrai Tant d’horreur devant les cieux? Océan, pourquoi n'effaces-tu pas Avec l'éponge de tes vagues Cette tache de ton manteau? Astres! Nuits! Tempêtes! Roulez des immensités! Typhon! Balayez les mers! VI Il existe un peuple, qui prête son drapeau Pour couvrir tant d'infamie et de lâcheté! ... Et qui le laisse se transformer dans cefte fête En impur manteau de froide bacchante! ... O Mon Dieu! mon Dieu! quel drapeau est-ce là, Qui danse, impudent, au grand hunier? Silence, ô Muse... pleure et pleure tant Que le pavillon dans tes sanglots soit lavé! ... Emblème vert et or de ma patrie Que la brise du Brésil berce et caresse, Étendard oú la lumière du soleil A la divine espérance se marie... Toi qui, après la guerre pour la liberfé, Fus arboré à la lance des héros Mieux out valu périr dans la mêlée, Que de couvrir un peuple dans son tombeau! ... Atroce fatalité qui écrase l'esprit! Le brick immonde à présent efface Le sillage que Colomb a ouvert dans les flots, Comme un iris sur les fonds abyssaux! Mais, c'est trop d'infamie! ... Des rivagts d'outre-tombe Levez-vous, héros du Nouveau-Monde! Andrade! arrache ce pavillon des airs! Colomb! Ferme la porte de tes mers? Tradutor: Van Der Haegen Castro Alves -------------------------------------------------------------------------------- O Navio Negreiro (Tragédia no mar) 'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço Brinca o luar — dourada borboleta; E as vagas após ele correm... cansam Como turba de infantes inquieta. 'Stamos em pleno mar... Do firmamento Os astros saltam como espumas de ouro... O mar em troca acende as ardentias, — Constelações do líquido tesouro... 'Stamos em pleno mar... Dois infinitos Ali se estreitam num abraço insano, Azuis, dourados, plácidos, sublimes... Qual dos dous é o céu? qual o oceano?... 'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas Ao quente arfar das virações marinhas, Veleiro brigue corre à flor dos mares, Como roçam na vaga as andorinhas... Donde vem? onde vai? Das naus errantes Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço? Neste saara os corcéis o pó levantam, Galopam, voam, mas não deixam traço. Bem feliz quem ali pode nest'hora Sentir deste painel a majestade! Embaixo — o mar em cima — o firmamento... E no mar e no céu — a imensidade! Oh! que doce harmonia traz-me a brisa! Que música suave ao longe soa! Meu Deus! como é sublime um canto ardente Pelas vagas sem fim boiando à toa! Homens do mar! ó rudes marinheiros, Tostados pelo sol dos quatro mundos! Crianças que a procela acalentara No berço destes pélagos profundos! Esperai! esperai! deixai que eu beba Esta selvagem, livre poesia, Orquestra — é o mar, que ruge pela proa, E o vento, que nas cordas assobia... .......................................................... Por que foges assim, barco ligeiro? Por que foges do pávido poeta? Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira Que semelha no mar — doudo cometa! Albatroz! Albatroz! águia do oceano, Tu que dormes das nuvens entre as gazas, Sacode as penas, Leviathan do espaço, Albatroz! Albatroz! dá-me estas asas. II Que importa do nauta o berço, Donde é filho, qual seu lar? Ama a cadência do verso Que lhe ensina o velho mar! Cantai! que a morte é divina! Resvala o brigue à bolina Como golfinho veloz. Presa ao mastro da mezena Saudosa bandeira acena As vagas que deixa após. Do Espanhol as cantilenas Requebradas de langor, Lembram as moças morenas, As andaluzas em flor! Da Itália o filho indolente Canta Veneza dormente, — Terra de amor e traição, Ou do golfo no regaço Relembra os versos de Tasso, Junto às lavas do vulcão! O Inglês — marinheiro frio, Que ao nascer no mar se achou, (Porque a Inglaterra é um navio, Que Deus na Mancha ancorou), Rijo entoa pátrias glórias, Lembrando, orgulhoso, histórias De Nelson e de Aboukir.. . O Francês — predestinado — Canta os louros do passado E os loureiros do porvir! Os marinheiros Helenos, Que a vaga jônia criou, Belos piratas morenos Do mar que Ulisses cortou, Homens que Fídias talhara, Vão cantando em noite clara Versos que Homero gemeu... Nautas de todas as plagas, Vós sabeis achar nas vagas As melodias do céu!... III Desce do espaço imenso, ó águia do oceano! Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano Como o teu mergulhar no brigue voador! Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras! É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ... Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror! IV Era um sonho dantesco... o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho. Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar... Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras moças, mas nuas e espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs! E ri-se a orquestra irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais ... Se o velho arqueja, se no chão resvala, Ouvem-se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais... Presa nos elos de uma só cadeia, A multidão faminta cambaleia, E chora e dança ali! Um de raiva delira, outro enlouquece, Outro, que martírios embrutece, Cantando, geme e ri! No entanto o capitão manda a manobra, E após fitando o céu que se desdobra, Tão puro sobre o mar, Diz do fumo entre os densos nevoeiros: "Vibrai rijo o chicote, marinheiros! Fazei-os mais dançar!..." E ri-se a orquestra irônica, estridente. . . E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais... Qual um sonho dantesco as sombras voam!... Gritos, ais, maldições, preces ressoam! E ri-se Satanás!... V Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus! Se é loucura... se é verdade Tanto horror perante os céus?! Ó mar, por que não apagas Co'a esponja de tuas vagas De teu manto este borrão?... Astros! noites! tempestades! Rolai das imensidades! Varrei os mares, tufão! Quem são estes desgraçados Que não encontram em vós Mais que o rir calmo da turba Que excita a fúria do algoz? Quem são? Se a estrela se cala, Se a vaga à pressa resvala Como um cúmplice fugaz, Perante a noite confusa... Dize-o tu, severa Musa, Musa libérrima, audaz!... São os filhos do deserto, Onde a terra esposa a luz. Onde vive em campo aberto A tribo dos homens nus... São os guerreiros ousados Que com os tigres mosqueados Combatem na solidão. Ontem simples, fortes, bravos. Hoje míseros escravos, Sem luz, sem ar, sem razão... São mulheres desgraçadas, Como Agar o foi também. Que sedentas, alquebradas, De longe... bem longe vêm... Trazendo com tíbios passos, Filhos e algemas nos braços, N'alma — lágrimas e fel... Como Agar sofrendo tanto, Que nem o leite de pranto Têm que dar para Ismael. Lá nas areias infindas, Das palmeiras no país, Nasceram crianças lindas, Viveram moças gentis... Passa um dia a caravana, Quando a virgem na cabana Cisma da noite nos véus ... ...Adeus, ó choça do monte, ...Adeus, palmeiras da fonte!... ...Adeus, amores... adeus!... Depois, o areal extenso... Depois, o oceano de pó. Depois no horizonte imenso Desertos... desertos só... E a fome, o cansaço, a sede... Ai! quanto infeliz que cede, E cai p'ra não mais s'erguer!... Vaga um lugar na cadeia, Mas o chacal sobre a areia Acha um corpo que roer. Ontem a Serra Leoa, A guerra, a caça ao leão, O sono dormido à toa Sob as tendas d'amplidão! Hoje... o porão negro, fundo, Infecto, apertado, imundo, Tendo a peste por jaguar... E o sono sempre cortado Pelo arranco de um finado, E o baque de um corpo ao mar... Ontem plena liberdade, A vontade por poder... Hoje... cúm'lo de maldade, Nem são livres p'ra morrer. . Prende-os a mesma corrente — Férrea, lúgubre serpente — Nas roscas da escravidão. E assim zombando da morte, Dança a lúgubre coorte Ao som do açoute... Irrisão!... Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus, Se eu deliro... ou se é verdade Tanto horror perante os céus?!... Ó mar, por que não apagas Co'a esponja de tuas vagas Do teu manto este borrão? Astros! noites! tempestades! Rolai das imensidades! Varrei os mares, tufão!... VI Existe um povo que a bandeira empresta P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!... E deixa-a transformar-se nessa festa Em manto impuro de bacante fria!... Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta, Que impudente na gávea tripudia? Silêncio. Musa... chora, e chora tanto Que o pavilhão se lave no teu pranto!... Auriverde pendão de minha terra, Que a brisa do Brasil beija e balança, Estandarte que a luz do sol encerra E as promessas divinas da esperança... Tu que, da liberdade após a guerra, Foste hasteado dos heróis na lança Antes te houvessem roto na batalha, Que servires a um povo de mortalha!... Fatalidade atroz que a mente esmaga! Extingue nesta hora o brigue imundo O trilho que Colombo abriu nas vagas, Como um íris no pélago profundo! Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga Levantai-vos, heróis do Novo Mundo! Andrada! arranca esse pendão dos ares! Colombo! fecha a porta dos teus mares! São Paulo, 18 de abril de 1869. (O Poeta, nascido em 14.03.1847, tinha apenas 22 anos de idade) http://www.revista.agulha.nom.br/calves01.html

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