Alvacir Raposo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Alvacir Raposo
Alvacir dos Santos Raposo Filho (Teresina, 18 de janeiro de 1950) é um médico e escritor brasileiro.
Nascido no Piauí, transferiu-se, ainda jovem, para o Recife, Pernambuco. É médico oftalmologista, formado em 1974 pela Universidade Federal de Pernambuco, com Doutorado em Oftalmologia.
Professor da UFPE e da Faculdade de Ciências Médicas da UPE. Poeta premiado, compositor de frevos, tendo gravado um CD do gênero com o também médico e compositor Luiz Guimarães.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alvacir_Raposo
Alvacir Raposo
(1950 Teresina/Piauí)
SONETOS A FERNANDO PESSOA
I
Ah! Que esse véu de ventos me consome
e me abre em sonhos e canções de gesta.
Depois, a febre e o frio sobre a testa
e a voz remota dessa antiga fome.
Fome de naus, de quilhas.Que alguém tome
o leme e mais as vela, dobre a aresta
do rochedo sem fim e esqueça o nome
entre as tormentas e inaugure a festa.
E assim, que seja a dor o testemunho
da bandeira cravada sobre o punho
e do padrão que se ergue de uma vez.
No entanto, seja o sal o sangue aflito,
e a lagrima deixada o sol e o grito,
de um mar sem dono, e agora: português.
II
Porque, Senhor, a solidão não basta.
Entre esse mar e o céu, somente a ânsia.
Ânsia de uma corrente que vergasta
as quilhas dessas naus sem relevância.
Desde que a crença há de espalhar-se em vasta
extensão de horizontes e distância,
eu sei que a Vossa mão, enfim, me arrasta
para um porto repleto de abundância.
Se a bruma da incerteza me suplanta
agora, indiferente à minha sorte,
hei de ficar de pé nessa vontade.
E de vela far-se-á de novo a planta,
o fruto que resiste ao vento e à morte,
em sementes de cruz e cristandade.
Fonte:
46 Poetas, Sempre
Edições Bagaço
2002
Organizador: Almir Castro Barros
http://www.interpoetica.com/alvacir_raposo.htm
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Alvacir Raposo
Alvacir dos Santos Raposo Filho (Teresina, 18 de janeiro de 1950) é um médico e escritor brasileiro.
Nascido no Piauí, transferiu-se, ainda jovem, para o Recife, Pernambuco. É médico oftalmologista, formado em 1974 pela Universidade Federal de Pernambuco, com Doutorado em Oftalmologia.
Professor da UFPE e da Faculdade de Ciências Médicas da UPE. Poeta premiado, compositor de frevos, tendo gravado um CD do gênero com o também médico e compositor Luiz Guimarães.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alvacir_Raposo
Alvacir Raposo
(1950 Teresina/Piauí)
SONETOS A FERNANDO PESSOA
I
Ah! Que esse véu de ventos me consome
e me abre em sonhos e canções de gesta.
Depois, a febre e o frio sobre a testa
e a voz remota dessa antiga fome.
Fome de naus, de quilhas.Que alguém tome
o leme e mais as vela, dobre a aresta
do rochedo sem fim e esqueça o nome
entre as tormentas e inaugure a festa.
E assim, que seja a dor o testemunho
da bandeira cravada sobre o punho
e do padrão que se ergue de uma vez.
No entanto, seja o sal o sangue aflito,
e a lagrima deixada o sol e o grito,
de um mar sem dono, e agora: português.
II
Porque, Senhor, a solidão não basta.
Entre esse mar e o céu, somente a ânsia.
Ânsia de uma corrente que vergasta
as quilhas dessas naus sem relevância.
Desde que a crença há de espalhar-se em vasta
extensão de horizontes e distância,
eu sei que a Vossa mão, enfim, me arrasta
para um porto repleto de abundância.
Se a bruma da incerteza me suplanta
agora, indiferente à minha sorte,
hei de ficar de pé nessa vontade.
E de vela far-se-á de novo a planta,
o fruto que resiste ao vento e à morte,
em sementes de cruz e cristandade.
Fonte:
46 Poetas, Sempre
Edições Bagaço
2002
Organizador: Almir Castro Barros
http://www.interpoetica.com/alvacir_raposo.htm
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