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giovedì 4 agosto 2011

Emílio Santiago


Nascido no Rio de Janeiro, em 1946, formou-se em Direito, instado por seus pais, pela Faculdade Nacional de Direito. Mas a música falou mais alto. Em casa, seu ouvido apurado selecionava o que havia de melhor na época, na voz dos cantores Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto e Anísio Silva, entre outros. Depois, João Gilberto e a bossa nova conquistam de vez o jovem bacharel.
Seus amigos o incentivavam a participar dos festivais que então fervilhavam e Emílio foi vencedor na maioria deles. Participou também de um programa de grande audiência e prestígio : “A Grande Chance”, apresentado por Flávio Cavalcanti, conquistando a todos com sua voz grave e a suavidade de sua interpretação. Daí para o primeiro disco foi um pulo : gravou “ Transas de Amor”, um compacto para a Polydor, gravadora que o contratou e onde gravou 11 discos. Nesse ínterim, gravou para a CID seu primeiro disco, produzido por Durval Ferreira, que foi o passaporte para sua projeção nacional.
Cantou na noite, em várias casas do Rio e de São Paulo, o que lhe deu “tarimba” e que confirmou, de maneira definitiva, a sua escolha pela música em vez da carreira de advogado.
Fazendo shows por todo o Brasil, seu nome crescia e Emílio se afirmava como cantor de diferentes estilos, das baladas aos sambas suingados. Foi, em 1988, então, convidado por Roberto Menescal e Heleno Oliveira para fazer o primeiro disco da série “Aquarela Brasileira”, releitura de clássicos brasileiros que se tornou sucesso imediato e que surpreendeu a todos, pois o cantor colocou voz em 20 músicas em menos de seis horas.
Começou, também, a colecionar prêmios, discos de ouro e de platina e a ter canções de grandes compositores como tema de novelas, sendo isso reservado aos cantores de maior sucesso no país.
O Brasil ficou pequeno para o seu imenso talento e Emílio partiu para o mundo, apresentando-se em várias cidades da Europa e dos Estados Unidos, recebendo sempre críticas super favoráveis e sendo até mesmo comparado a Johnny Mathis pelo crítico Stephen Holden, do New York Times, depois de um show no Ballroom, em Nova York, que disse que Santiago poderia ser a “resposta brasileira ao cantor norte-americano.”
Recentemente, o cantor dividiu o palco do Jazz Club Birdland, em Nova York, no Bossa Nova Festival com outro grande artista brasileiro, Dori Caymmi e Santiago recebeu de Ernest Barteldes uma crítica super elogiosa, assim : “O Festival deste ano nos deu a oportunidade de redescobrir estes 2 músicos fabulosos e em grande forma. Santiago deslumbrou a platéia com, entre outras, a suave balada de Ivan Lins, “Lembra de mim”, perfeita para sua voz e mais uma vez provou sua versatilidade com “Bananeira”, de João Donato, um samba funkeado que permitiu ao trio que o acompanhava demonstrar suas impecáveis habilidades.”
A partir das “Aquarelas “, dois elementos ficaram bem claros na carreira de Emílio Santiago : a sua voz inigualável e a capacidade de escolher um repertório sofisticado e de extremo bom gosto.
E, mais recentemente ainda, terceiro belo álbum de Emilio Santiago, gravado em 1977 e ora reeditado pelo selo Dubas Música, Feito para Ouvir é dos títulos mais classudos da discografia de Emilio Santiago. A (boa) ideia foi de Roberto Menescal, na época diretor artístico da gravadora Philips. Menescal sabia que o intérprete começara sua carreira cantando na noite carioca – como crooner de boates como a Flag, na qual se apresentava na companhia de trio liderado pelo pianista Laércio de Freitas – e quis que Emilio fizesse um disco que captasse essa atmosfera íntima da noite. Feito para Ouvir – como conta o próprio Emilio em texto escrito para a oportuna reedição do álbum – foi gravado praticamente ao vivo, em dois ou três dias de estúdio. O fino repertório mesclou temas já entoados pelo intérprete na noite – casos do samba-canção Rua Deserta (Dorival Caymmi, Hugo Lima e Carlos Guinle) e de Olha Maria (Tom Jobim, Chico Buarque e Vinicius de Moraes) – com músicas selecionadas sem obviedade ou preguiça por Menescal e pelo produtor do disco, Roberto Santanna. E o fato é que, ouvido hoje, 32 anos depois de seu lançamento, Feito para Ouvir logo se impõe como um dos melhores títulos da discografia de Emilio Santiago, cantor de técnica ímpar que nem sempre contou em sua obra fonográfica com a excelência de arranjos como os feitos por Laércio de Freitas e J. T. Meirelles (1940 – 2008). É disco feito para ser ouvido (ou degustado) na intimidade da noite. Emilio – então já com a primorosa forma vocal que o credencia ao posto de um dos melhores cantores brasileiros de todos os tempos – passeia com ternura e sutileza por músicas como Beijo Partido (Toninho Horta), O Que É Amar (Johnny Alf) e Tristeza de Nós Dois (Durval Ferreira, Bebeto e Maurício Einhorn). Como maior curiosidade do repertório, há Maria (Me Perdoe, Maria), música feita nos anos 60 por Gilberto Gil para louvar Maria Bethânia, musa inspiradora de versos como “Você não sorri como a flor / Mas nem sei se na flor / Há o amor / Que existe em você”. Enfim, é um grande disco que precisa ser (re)ouvido. Pena que a reedição da Dubas Música não preserve a capa original, ainda que, verdade seja dita, a atual tenha mais a ver com o clima noturno desse lindo álbum de 1977.

http://www.emiliosantiago.net/sobre/biografia-portugues/








Emilio Santiago Manhã de Carnaval por vivi0103

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