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venerdì 1 ottobre 2010

Torquato Neto



Torquato Neto
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Torquato Pereira de Araújo Neto (Teresina, 9 de novembro de 1944 — Rio de Janeiro, 10 de novembro de 1972) foi um poeta, jornalista, letrista de música popular, experimentador da contracultura brasileiro.

Vida e obra
Torquato Neto era filho de um promotor público e de uma professora primária de Teresina. Mudou-se para Salvador aos 16 anos para os estudos secundários, onde foi contemporâneo de Gilberto Gil no Colégio Nossa Senhora da Vitória e trabalhou como assistente no filme Barravento, de Gláuber Rocha.

Torquato envolveu-se ativamente na cena cultural soteropolitana, onde conheceu, além de Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia. Em 1962, mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar jornalismo na universidade, mas nunca chegou a se formar. Trabalhou para diversos veículos da imprensa carioca, com colunas sobre cultura no Correio da Manhã, Jornal dos Sports e Última Hora. Torquato atuava como um agente cultural e polemista defensor das manifestações artísticas de vanguarda, como a Tropicália, o Cinema Marginal e a Poesia Concreta, circulando no meio cultural efervescente da época, ao lado de amigos como os poetas Décio Pignatari, Augusto e Haroldo de Campos, o cineasta Ivan Cardoso e o artista plástico Hélio Oiticica. Nesta época, Torquato passou a ser visto como um dos participantes do Tropicalismo, tendo escrito o breviário "Tropicalismo para principiantes", onde defendeu a necessidade de criar um "pop" genuinamente brasileiro: "Assumir completamente tudo que a vida dos trópicos pode dar, sem preconceitos de ordem estética, sem cogitar de cafonice ou mau gosto, apenas vivendo a tropicalidade e o novo universo que ela encerra, ainda desconhecido". Torquato também foi um importante letrista de canções icônicas do movimento tropicalista.

No final da década de 1960, com o AI-5 e o exílio dos amigos e parceiros Gil e Caetano, viajou pela Europa e Estados Unidos com a mulher Ana Maria e morou em Londres por um breve período. De volta ao Brasil, no início dos anos 1970, Torquato começou a se isolar, sentindo-se alienado tanto pelo regime militar quanto pela "patrulha ideológica" de esquerda. Passou por uma série de internações para tratar do alcoolismo, e rompeu diversas amizades. Em julho de 1971, escreveu a Hélio Oiticica: "O chato, Hélio, aqui, é que ninguém mais tem opinião sobre coisa alguma. Todo mundo virou uma espécie de Capinam (esse é o único de quem eu não gosto mesmo: é muito burro e mesquinho), e o que eu chamo de conformismo geral é isso mesmo, a burrice, a queimação de fumo o dia inteiro, como se isso fosse curtição, aqui é escapismo, vanguardismo de Capinam que é o geral, enfim, poesia sem poesia, papo furado, ninguém está em jogo, uma droga. Tudo parado, odeio."

Torquato se matou um dia depois de seu 28º aniversário, em 1972. Depois de voltar de uma festa, trancou-se no banheiro e abriu o gás. Sua mulher dormia em outro aposento da casa. O escritor foi encontrado na manhã seguinte pela empregada da família.

Sua nota suicida dizia: "Tenho saudade, como os cariocas, do dia em que sentia e achava que era dia de cego. De modo que fico sossegado por aqui mesmo, enquanto durar. Pra mim, chega! Não sacudam demais o Thiago, que ele pode acordar". Thiago era o filho de dois anos de idade.

38 anos depois, na madrugada do dia 27 de setembro de 2010, seu pai, o defensor público Dr. Heli Rocha Nunes, morreu em Teresina, após uma parada cardíaca. A família aguardou a chegada do único filho do poeta piauiense, Tiago de Araújo Nunes (piloto de aeronave em uma companhia aérea brasileira), para realizar o sepultamento do avô.

Frases
"Escute, meu chapa: um poeta não se faz com versos. É o risco, é estar sempre a perigo sem medo, é inventar o perigo e estar sempre recriando dificuldades pelo menos maiores, é destruir a linguagem e explodir com ela (…). Quem não se arrisca não pode berrar."

Composições
A coisa mais linda que existe (com Gilberto Gil)
A rua (com Gilberto Gil)
Ai de mim, Copacabana (com Caetano Veloso)
Andarandei (com Renato Piau)
Cantiga (com Gilberto Gil)
Capitão Lampião (com Caetano Veloso)
Coisa mais linda que existe (com Gilberto Gil)
Começar pelo recomeço (com Luiz Melodia)
Daqui pra lá, de lá pra cá
Dente por dente (com Jards Macalé)
Destino (com Jards Macalé)
Deus vos salve a casa santa (com Caetano Veloso)
Domingou (com Gilberto Gil)
Fique sabendo (com João Bosco e Chico Enói)
Geleia geral (com Gilberto Gil)
Go back (com Sérgio Britto)
Juliana (com Caetano Veloso)
Let's play that (com Jards Macalé)
Lost in the paradise (com Caetano Veloso)
Louvação (com Gilberto Gil)
Lua nova (com Edu Lobo)
Mamãe coragem (com Caetano Veloso)
Marginália II (com Gilberto Gil)
Meu choro pra você (com Gilberto Gil)
Minha Senhora (com Gilberto Gil)
Nenhuma dor (com Caetano Veloso)
O bem, o mal (com Sérgio Britto)
O homem que deve morrer (com Nonato Buzar)
O nome do mistério (com Geraldo Azevedo)
Pra dizer adeus (com Edu Lobo)
Quase adeus (com Nonato Buzar e Carlos Monteiro de Sousa)
Que película (com Nonato Buzar)
Que tal (com Luís Melodia)
Rancho da boa-vinda (com Gilberto Gil)
Rancho da rosa encarnada (com Gilberto Gil e Geraldo Vandré)
Soy loco por ti, América (com Gilberto Gil e Capinam)
Todo dia é dia D (com Carlos Pinto)
Três da madrugada (com Carlos Pinto)
Tudo muito azul (com Roberto Menescal)
Um dia desses eu me caso com você (com Paulo Diniz)
Veleiro (com Edu Lobo)
Vem menina (com Gilberto Gil)
Venho de longe (com Gilberto Gil)
Vento de maio (com Gilberto Gil)
Zabelê (com Gilberto Gil)
Discografia
Tropicália ou panis et circensis (1968) - Philips LP
Os últimos dias de Paupéria (1973) - Eldorado Editora Compacto simples
Torquato Neto - Um poeta desfolha a bandeira e a manhã tropical se inicia (1985) - RioArte/Prefeitura do Rio de Janeiro e Governo do Estado do Piauí LP
Todo dia é dia D (2002) - Dubas Música CD
[editar] Bibliografia
Torquato Neto. Os Últimos Dias de Paupéria. (Org. Ana Maria Silva Duarte e Waly Salomão), Rio de Janeiro: Max Limonad, 1984.
Torquato Neto. Torquatália - do Lado de Dentro: Obra Reunida de Torquato Neto (vol. 1). (Org. Paulo Roberto Pires). Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2005.
Torquato Neto. Torquatália - Geléia Geral: Obra Reunida de Torquato Neto (vol. 2). (Org. Paulo Roberto Pires). Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2005.
[editar] Filmografia
Como ator
Nosferatu, de Ivan Cardoso. Como protagonista, "Vampiro" (1970).
Referências
Torquato Neto. - Verbete sobre o escritor no Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.
Toninho Vaz. Pra mim chega, a biografia de Torquato Neto– (Ed. Casa Amarela) 2004.
Paulo Henriques Brito. Torquato Neto. Centro de Cultura Alternativa/ Rio Arte / Projeto Torquato Neto/ Secretaria de Cultura, Desportos e Turismo do Piauí, 1985.
[editar] Biografias sobre Torquato Neto
Toninho Vaz.Pra mim chega, a biografia de Torquato Neto– (Ed. Casa Amarela) 2004
Ligações externas
Poema Cogito
Torquato Neto no Jornal de Poesia
Oito poemas de Torquato Neto
Poemas de Torquato e textos sobre o poeta
Torquato Neto - O Anjo Torto
[http:\\tolistotbogi.com.br\torquato neto GIF

http://pt.wikipedia.org/wiki/Torquato_Neto

http://www.torquatoneto.com.br



Cogito

Torquato Neto


eu sou como eu sou
pronome
pessoal intransferível
do homem que iniciei
na medida do impossível


eu sou como eu sou
agora
sem grandes segredos dantes
sem novos secretos dentes
nesta hora


eu sou como eu sou
presente
desferrolhado indecente
feito um pedaço de mim


eu sou como eu sou
vidente
e vivo tranqüilamente
todas as horas do fim.

http://www.releituras.com/torqneto_menu.asp



A rua


Toda rua tem seu curso
Tem seu leito de água clara
Por onde passa a memória
Lembrando histórias de um tempo
Que não acaba

De uma rua, de uma rua
Eu lembro agora
Que o tempo, ninguém mais
Ninguém mais canta
Muito embora de cirandas
(Oi, de cirandas)
E de meninos correndo
Atrás de bandas

Atrás de bandas que passavam
Como o rio Parnaíba
O rio manso
Passava no fim da rua
E molhava seus lajedos
Onde a noite refletia
O brilho manso
O tempo claro da lua

Ê, São João, ê, Pacatuba
Ê, rua do Barrocão
Ê, Parnaíba passando
Separando a minha rua
Das outras, do Maranhão

De longe pensando nela
Meu coração de menino
Bate forte como um sino
Que anuncia procissão

Ê, minha rua, meu povo
Ê, gente que mal nasceu
Das Dores, que morreu cedo
Luzia, que se perdeu
Macapreto, Zé Velhinho
Esse menino crescido
Que tem o peito ferido
Anda vivo, não morreu

Ê, Pacatuba
Meu tempo de brincar já foi-se embora
Ê, Parnaíba
Passando pela rua até agora
Agora por aqui estou com vontade
E eu volto pra matar esta saudade

Ê, São João, ê, Pacatuba
Ê, rua do Barrocão


http://www.revista.agulha.nom.br/tor.html#rua




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