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sabato 12 maggio 2012

Lady Zú

Filha de pernambucanos, Lady Zu, ou melhor, Zuleide Santos Silva, nasceu no dia 7 de maio de 1958, no bairro do Canindé, em São Paulo. Ao perceber que a pequena Zu gostava de brincar de artista, seu pai resolveu levá-la aos estúdios da TV Cultura para se apresentar no programa de talentos infantis "O Dois É Nosso". Sua primeira interpretação foi o samba "Triste Madrugada", da autoria de Jorge Costa. Nessa época, Zu tinha apenas 8 anos de idade.

Fez aulas de canto dos 10 aos 13 anos e seguiu apresentando-se em programas infantis do rádio e da televisão e em bailes na periferia de São Paulo. Fã de Aretha Franklin e Tina Turner, fez diversos testes para crooner em casas noturnas, mas sempre era vetada por ser ainda muito jovem. Mais tarde, ela ainda trabalharia como bancária, escriturária e até locutora do Mercado Municipal da Lapa.

Adolescente, Zu, em dupla com seu irmão Alex, participou de vários festivais escolares de música. Sua grande chance surgiria justamente num desses festivais, por volta de 1975, quando Zu levou o 1º lugar. Entre os jurados estava o compositor Osmar Navarro, que lhe deu orientações sobre o meio artístico. Munida de uma fita cassete com covers de canções de Roberto Carlos e Maria Bethania, Zu procurou o disc-jóquei Sebastião Ferreira da Silva, que a apresentou ao produtor e executivo da PhonoGram (atual Universal Music), Marcos Maynard. A empatia foi imediata, mas os planos de Maynard para Zu passavam ao largo da MPB: a gravadora pretendia trazer para o país a febre internacional das discotecas. E foi nessa oportunidade que Zuleide foi rebatizada como Lady Zu, por sugestão do músico Roberto Menescal.

Seu primeiro disco, um compacto simples com a música "A Noite Vai Chegar" (composta por Paulinho Camargo), tornou-se um hit instantâneo nas rádios e nas pistas de dança de todo o país. O sucesso foi incluído na trilha sonora da bem-sucedida novela "Sem Lenço, Sem Documento", da Rede Globo, o que, por si só, era um feito e tanto para uma cantora nova. ‘‘Tocava de Norte a Sul. Era superlegal porque todos dançavam, blacks e brancos. Isso era chiquérrimo e verdadeiro’’, relembra ela.



As milhares de cópias vendidas do compacto despertaram o interesse da gravadora Phonogram para lançar o primeiro álbum da cantora o mais rápido possível. O disco, devidamente intitulado "A Noite Vai Chegar", continha 12 músicas com estilos que variavam da disco music ao funk, soul e romântico. Esse disco é considerado atualmente um dos expoentes da soul music brasileira, juntamente com trabalhos de nomes como Jorge Benjor, Tim Maia, Gérson King Combo e outros. No entanto, o LP deixou de fora o soul "Eu Prefiro Dançar", presente no lado B do compacto, e que fora composta especialmente por Totó Mugabe, a pedido de Maynard.

Capturando de forma brilhante a moda das discotecas da época, o LP foi muito mais além: os arranjos fundiram, de forma bem-sucedida, a fórmula sincopada da disco music com ritmos tipicamente nacionais, como o forró, o baião e, claro, samba. Tornaram-se grandes sucessos, além da faixa-título, "Só Você (Por Você, Com Você)" (de Paul Greedus/Cleide Dalto), "Novidades" (de Peninha) e "Com Sabor" (de Nelson Motta/Dom Charles).

O grande sucesso de Lady Zu lhe valeu o título de "A Donna Summer brasileira", dado pelo apresentador de televisão Chacrinha, em referência à cantora norte-americana que, na época, era conhecida como a Rainha das Discotecas. O epíteto sempre foi visto com bom-humor por Lady Zu: nos anos 1990, perguntada sobre o que pensou quando ouviu pela primeira vez a comparação com Donna Summer, ela afirmou: "Gente, será que eu sou alta e linda desse jeito? (risos)" Em entrevista de 2006, ela explicou um pouco mais: "Eu vejo com muita espirituosidade... é gostoso... é bom saber que você é comparada a alguém tão talentoso como Donna Summer. "

O segundo disco de Lady Zu, "Fêmea Brasileira", foi lançado em 1979 e, de imediato, alçou aos primeiros lugares a música "Hora de União (Samba Soul)", um dueto com seu autor, Totó Mugabe. A canção foi incluída na trilha-sonora da mania nacional da época, a novela "Dancin' Days", da Rede Globo - garantindo-lhe alcance ainda maior de público.

Apesar de manter a fórmula disco music na linha de frente ("Disco Dance" - mais uma de Totó - "Dança Louca" - de Paulinho Camargo - e "Um Pra Lá, Dois Pra Cá) - de Totó), "Fêmea Brasileira" acenava com a possibilidade de uma guinada para o samba-funk ou mesmo para a MPB. Nesse disco, o clássico "Boneca de Pixe", de Ary Barroso, foi revisto numa deliciosa parceria de Lady Zu com o cantor Luís Vagner. Além disso, "A Banda", de Chico Buarque, ganhou uma inesperada versão dançante.

Um longo hiato em sua carreira de cantora teve início a partir de 1980. Nessa fase, Lady Zu dedicou-se à vida familiar, mas também atuou como dubladora na série de desenhos animados "Jem e as Hologramas", transmitida pelo SBT. Em 1988, Lady Zu integrou o projeto coletivo de música soul, "Alma Negra", disco lançado pela gravadora Continental. Coordenado pelo músico Frankye Arduini, o disco foi indicado para o Prêmio Sharp e trazia, ainda, Carlinhos Trumpete, Tony Bizarro, Luis Vagner e Tony Tornado. Lady Zu contribuiu com a bela "Junto A Mim", além de "Vou Vivendo", ambas compostas por Arduini.



Em 1989, também pela Continental, gravou seu quarto álbum, "Louco amor". Com composições de Chico Roque, Paulo Sérgio Valle, Robson Jorge, dentre outros, a cantora resolveu deixar seu passado de "rainha das discotecas" de lado para centrar forças nas músicas românticas. A produção ficou a cargo, novamente, de Frankye Arduini. Uma nova versão de "Junto A Mim" ganhou repercussão nas rádios. Outros destaques são "Contrato Assinado" (que ganharia versão com Sandra de Sá) e "Foi Demais", esta de sua autoria em parceria com Satch. Como compositora, Lady Zu assinou a letra da canção "Sua Ausência" gravada por Chico Roque, em seu disco "Forte Atração", lançado também em 1989.

Cantora eclética, capaz de sair-se muito bem em qualquer estilo musical, Lady Zu participou, no início dos anos 1990, da faixa "Primeiro Lugar" em disco do grupo de pagode "Banda Brasil". Em 1997, ela foi uma das convidadas especiais do disco de estréia do cantor Carlos Navas, intitulado "Pouco Pra Mim", lançado pela gravadora Dabliú. Juntos, eles gravaram "Me Leve", de Djavan. Em 2000, Lady Zu foi a vez do 4º disco solo de Márcia Freire (vocalista da Banda Cheiro de Amor). Sua contribuição foi no inusitado dueto "Está Chovendo Homem", versão para a saltitante "It's Raining Men" da dupla norte-americana The Weather Girls.

Em 2001, um grande revival da Disco Music invadiu a cultura mundial, o que estimulou a Universal Music (dona do catálogo da Phonogram/PolyGram/Philips) a finalmente lançar os dois primeiros discos de Lady Zu em CD. Convocaram Charles Gavin, baterista da banda Titãs, para, junto com Ricardo Garcia, remasterizar tanto "A Noite Vai Chegar" (1978) e "Fêmea Brasileira" (1979) diretamente dos tapes originais. O resultado são dois CDs excelentes, com sonoridade cristalina, que fazem justiça ao grande trabalho realizados por Lady Zu e o produtor Marcos Maynard mais de 20 anos antes. Além disso, os encartes dos CDs reproduzem as contracapas originais dos LPs. O relançamento dos primeiros discos de Lady Zu foi um sucesso e, em semanas, esgotaram-se nas lojas. ‘‘Sinto uma força incrível, é como se encaixasse uma peça no lugar certo’’, afirmou, na época. No mesmo ano, "A Noite Vai Chegar", a música, foi incluída na trilha sonora do filme "A Partilha", um grande sucesso do cinema nacional. Em 2002, a canção foi tema da personagem Débora (Rachel Ripani) na novela Pequena Travessa, do SBT.



Em 2002, Lady Zu lançou outro álbum de carreira, intitulado "Number One", pela Abril Music. No CD, ela revisita seus dois maiores hits, "A Noite Vai Chegar" e "Hora de União". Mas a hora da saudade termina aí. O novo disco revela uma Lady Zu em harmonia com as novas tendências da música eletrônica, do rhythm and blues e do hip-hop. ‘‘Fiquei diante de 500 músicas e queria encaixá-las ao gênero R&B. Foi um trabalho sem pressa, legal e elaborado.’’, disse à imprensa na época do lançamento. O disco também traz "Assim não dá" (Hannah Lima) e "Você é tudo o que eu quero para mim" (versão de Cláudio Rabello), músicas que tiveram boa repercussão nas rádios e TV. Outros destaques: a regravação de "Felicidade Urgente" (Cláudio Zoli e Ronaldo Santos); "Só uma" (Kiko Zambianchi) e "Eu Vou te Provar", de sua própria autoria, em parceria com o filho Lafayeth Persaud.

No início de 2005, Lady Zu lançou seu website oficial, abrangendo toda sua carreira.

A importância de Lady Zu no cenário da música nacional começou finalmente a ser reconhecida. No início de 2006, a gravadora Som Livre lançou a coletânea "Soul Brasil", que incluiu "Hora de União (Samba Soul)" (versão original de 1979), com o famoso dueto com Totó. Além disso, o grupo mineiro de black music Berimbrown a convidou para participar do disco "Mestres Negros da Música Brasileira", em que reverencia grandes artistas do país. A música escolhida, é claro, foi também "Hora de União (Samba Soul)". Em 2010, ela gravou novo dueto com Carlos Navas, na faixa "Isso Não Vai Ficar Assim" (Itamar Assumpção) para o 8º CD do cantor paulistano, intitulado "Tecido".

Lady Zu emprestou sua voz à faixa "A Crazy Night At Papagaio" do CD "Papagaio's Fever", lançado em janeiro de 2011, de Che (codinome do músico e DJ Alexandre Caparroz).

http://www.ladyzu.net


http://www.youtube.com/watch?v=IDp7LKYMdNw


http://www.youtube.com/watch?v=-C8b4wF8pII&feature=related



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