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lunedì 2 agosto 2010

Iderval Miranda


Iderval Miranda



Biografia


Iderval Miranda nasceu em Feira de Santana-Ba, em novembro de 1949. Formado em Letras pela Universidade de Feira de Santana, participa da Revista Hera (poesia), desde os seus primeiros números. Tem contos, poemas e artigos publicados em diversos jornais e revistas nacionais. É autor dos livros Festa e funeral (Coleção dos Novos, 1982), e O azul e o nada (Edições Cordel, 1987). Professor de língua portuguesa da Universidade Estadual de Feira de Santana, faz atualmente mestrado em lingüística na Universidade de Brasília.


Do Amor e da Loucura




I



diz-se o amor,

o divino

em sua proximidade.



a loucura,

ele mesmo

em sua simplicidade.



juntos,

ainda ele em sua totalidade.



II



o simples traço fará desvendar

o desespero contido no coração

de quem se quer prazer e dor.



e este corpo de mulher

dilacerado pela recusa incontida

do não?



basta, que venha o longe

e eterna seja a carne,

catedral de prazer e dor.





III



buscar o amor

em claro dia

é vã tentativa.



ao longe,

um brilho na escuridão

da tormentosa noite.



adiante,

além do obscuro

do obscuro.





IV



pois o obscuro

revela-se num rosto de mulher.



e quem

loucamente ama o longe

verá o um

eternizado em amor e gozo.



pois o um

revela-se no rosto do um.





V



pois que tudo seja

vanidade e absinto,

o nada será sempre o nada

e o longe findará aqui, dentro de nós.



e esta busca insensata,

quando terá fim?





VI



terás a argila como princesa

e no vergel dos desesperados

serás o fruto maior.



é certo que tudo é um

e mesmo assim,

ante ele, serás o outro.



e o amor mostrará sua face

em forma de mulher e sonho,

e terás o fogo, a paixão e o prazer

não a felicidade,

pois tu és tu,

outro um ante o um.





VII



(desperto pela guitarra do morto)

o prazer

é um.



(ao lado da mulher amada)

o prazer

é um.



(ante a última deidade)

o prazer

é um.



- o prazer é um -



(ainda assim)



o prazer

é um.





VIII



e eis o corpo

do longe e longe

ainda.



e quem mais,

pois o tudo lembrar

é apenas renegar-se.



e esta sombra

do longe e longe

ainda?





IX



e eis que meus sonhos

nomeiam teu corpo

a diluir-se em bruma, névoa

e nada





X



clara paisagem do nada



tu dirás



longe longe longe

mulher



deserto e desespero.


http://www.revista.agulha.nom.br/ide02.html

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