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giovedì 3 giugno 2010

Antônio Carlos Secchin


Antônio Carlos Secchin
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Antonio Carlos Secchin
Nascimento 10 de junho de 1952 (57 anos)
Rio de Janeiro
Nacionalidade Brasileiro
Ocupação Poeta, ensaísta e crítico literário

Antonio Carlos Secchin (Rio de Janeiro, 10 de junho de 1952) é um poeta, ensaísta e crítico literário brasileiro.

É membro da Academia Brasileira de Letras, tendo sido eleito em 3 de junho de 2004. Doutor em Letras e professor titular de Literatura Brasileira da Universidade Federal do Rio de Janeiro desde 1993; ganhador de diversos prêmios literários, organizador de antologias como as de João Cabral de Melo Neto, Cecília Meireles (edicão do centenário), Mário Pederneiras,dentre outros. Enfim, é difícil enumerar a grande contribuição que o escritor Antonio Carlos Secchin vem trazendo à literatura brasileira.

Começou a ganhar destaque como crítico literário ao escrever o livro João Cabral: A poesia do menos, vencedor de dois prêmios importantes: o do Instituto Nacional do Livro (MEC) e o Sílvio Romero (ABL). Mais importante do que os prêmios recebidos, o parecer do próprio João Cabral de Melo Neto define a grandeza do crítico Secchin: "Entre todos os professores, pesquisadores e críticos que já se debruçaram sobre minha obra, destaco Antonio Carlos Secchin. Foi quem melhor analisou os desdobramentos daquilo que pude realizar como poeta" (Entrevista concedida a Ricardo Vieira Lima, em 1991).

Além do estudo sobre João Cabral, publicou os livros A ilha (1971), Ária de estação (1973), Movimento (1976), Elementos (1983), Diga-se de passagem (1988), Poesia e desordem (1996), Todos os ventos (2002), Escritos sobre poesia e alguma ficção (2003), Guia de sebos (2003, 4ª edição), 50 poemas escolhidos pelo autor (2006).

Como organizador, foi o responsável pela edição das poesias completas de Cecília Meirelles, por ocasião do centenário da escritora e, mais que isso, a sua experiência em garimpar tesouros literários, trouxe a público o primeiro livro de poesia publicado por Cecília e que estava desaparecido: “Espectros”. Em 2009, encontrou outra raridade: poemas inéditos de Carlos Drummond de Andrade, acompanhados de manuscritos com comentários do poeta, trazendo aos leitores fontes importantes sobre o autor.

Seu trabalho crítico, por sua vez, ao se debruçar nas obras de autores como: Álvares de Azevedo, Cruz e Sousa, Cecília, Drummond, Quintana, João Cabral, Ferreira Gullar ou de ficcionistas como Machado de Assis ou cronistas como Rubem Braga, sempre nos oferece uma visão inovadora dos autores, com sua análise precisa e sua refinada capacidade interpretativa.

Afora esta intensa atividade no mundo das letras, é também um exímio colecionador de livros, especialmente os raros, sendo um dos principais bibliófilos do país. A paixão pelos livros fez dele um freqüentador assíduo e grande conhecedor dos sebos, o que lhe proporcionou a publicação do “Guia de sebos”. Lançado em 2003, logo atingiu a lista dos mais vendidos, se tornando uma publicação de utilidade pública, um guia essencial aos admiradores e colecionadores de livros.

Sua faceta poética ganhou destaque com a publicação de Todos os ventos, que recebeu em 2002 o prêmio da Academia Brasileira de Letras. No livro, o poeta revela sua capacidade de criar, mesclando o rigor estético à criatividade poética. O crítico abre espaço para o poeta, que reflete sobre o ato criativo: "Uma escrita / é uma escuta / feita voz/ mar de mármore/ ou de papel/ lançado a esmo...".

O poeta devora suas próprias metáforas, como num ritual autofágico, ao optar por um hermetismo que transborda em versos de expressões dúbias e sentidos infindos que podem conter o nada e o tudo, o sim ou o não, o excesso ou a falta, a realização ou a eterna luta contra “o gozo zero” ou a solidão. No entanto, nada na poética secchiniana se converte em afirmação categórica. O mesmo “eu” que não se pode dar em espetáculo é também o “outro”, que se põe como espectador - ora distanciado, ora envolvido - que ri de si mesmo. Neste segundo ato do poeta, ele oferece ao leitor, pelas vias do riso, uma reaproximação do palco, um retorno à cena onde acontece o desvelamento do eu-lírico.

Na poética de Antonio Carlos Secchin, como nos versos de Rimbaud, o leitor descobre que je et um autre, já que o “mostrar-se” do poeta pode ser também uma nova estratégia de velar-se atrás de nova máscara. A sua verdadeira face aparece em meio à multiplicidade de outros disfarces, mas como distingui-la?

As várias vozes do crítico, do poeta,do professor, enfim, do homem das letras, se reúnem em "Todos os ventos", mostrando a confluência das várias pessoas que vivem em Antonio Carlos Secchin.

Academia Brasileira de Letras
É o sétimo ocupante da cadeira 19 da Academia Brasileira de Letras. Foi eleito em 3 de junho de 2004, na sucessão de Marcos Almir Madeira, e recebido em 6 de agosto de 2004 pelo acadêmico Ivan Junqueira. É, atualmente, o mais jovem imortal da ABL.

Em seu discurso de posse, o escritor privilegiou os poetas ao destacar um belo trecho da obra de Cecília Meirelles: "Como os poetas que já cantaram,/ e que ninguém mais escuta,/ eu sou também a sombra vaga/ de alguma interminável música". Depois, discorreu sobre os antigos ocupantes da cadeira 19, fazendo-lhes o "elogio", tradicional trecho do discurso de posse dos acadêmicos, e, em seguida, rememorou a cidade de Cachoeiro de Itapemirim, onde viveu parte da infância:

"Passando das areias monazíticas da praia às areias metafóricas da ampulheta do tempo, permito-me incluir, aqui, um pequeno excurso de natureza sentimental e biográfica. A vida me reservou a extraordinária felicidade de contar com a presença, na cerimônia de hoje, de meus pais, Sives e Regy, que se conheceram na década de 1940 no balneário de Guarapari, tão louvado por meu antecessor. O primeiro mar que vi foi o da praia espírito-santense de Marataízes. Homenageio assim, por extensão, o estado do Espírito Santo, em que, por casualidade, não nasci, mas onde aprendi a ler e iniciei, fascinado, essa viagem sem volta na direção da escrita e da leitura."

No encerramento do discurso de posse, Antonio Carlos Secchin mostrou, em sua refinada prosa-poética, a importância da Casa de Machado de Assis no panorama literário e cultural do país, finalizando com trecho de outro poeta magistral:Carlos Drummond de Andrade.

" Assim gostaria de entrar na Academia Brasileira de Letras: entendendo-a como fronteira franqueada ao livre trânsito de todas as temporalidades. De um lado, receptáculo de nossas mais fundas, atávicas, heranças; de outro, passagem para a paisagem do novo. Neste discurso, balizado por dois poetas, a primeira palavra, acolhendo o passado, foi de Cecília Meireles. Que a última seja de Carlos Drummond de Andrade: “Ó vida futura! nós te criaremos”.

Fonte das citações
SECCHIN, Antonio Carlos. A interminável música. Rio de Janeiro : Faculdade de Letras da UFRJ, 2004.
Ligações externas
O ativista cultural Ademir Pascale entrevista Antônio Carlos Secchin

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Carlos_Secchin



Tempo: saída & entrada


No tempo de minha avó,
meu feijão era mais sério.
Havia um ou dois óculos
me espiando atrás
de molduras roídas.
Mas eu era feliz,
dentro da criança
o outono dançava
enquanto pulgas vadias
dividiam os óculos.

Dentro da criança,
as pulgas espiavam
o outono vazio,
dividiam minhas molduras
roídas por óculos vadios.
No tempo de meu feijão
minha avó era mais séria.








Biografia


O poema vai nascendo
num passo que desafia:
numa hora eu já o levo,
outra vez ele me guia.

O poema vai nascendo,
mas seu corpo é prematuro,
letra lenta que incendeia
com a carícia de um murro.

O poema vai nascendo
sem mão ou mãe que o sustente,
e perverso me contradiz
insuportavelmente.

Jorro que engole e segura
o pedaço duro do grito,
o poema vai nascendo,
pombo de pluma e granito.


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