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mercoledì 23 giugno 2010

Castro Alves

Castro Alves
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nota: Para outros significados de Castro Alves, veja Castro Alves (desambiguação).
Castro Alves

Nome completo Antônio Frederico de Castro Alves
Nascimento 14 de março de 1847
Castro Alves
Morte 6 de julho de 1871 (24 anos)
Salvador
Nacionalidade Brasileiro
Ocupação Poeta
Escola/tradição Romantismo

Antônio Frederico de Castro Alves (Curralinho, 14 de março de 1847 — Salvador, 6 de julho de 1871) foi um poeta brasileiro.

Nasceu na fazenda Cabaceiras, a sete léguas (42 km) da vila de Nossa Senhora da Conceição de "Curralinho", hoje Castro Alves, no estado da Bahia.

Suas poesias mais conhecidas são marcadas pelo combate à escravidão, motivo pelo qual é conhecido como "Poeta dos Escravos". Foi o nosso mais inspirado poeta condoreiro.


Alguns dados biográficos
Sua mãe faleceu em 1859. No colégio, no lar por seu pai, iria encontrar uma atmosfera literária, produzida pelos oiteiros, ou saraus, festas de arte, música, poesia, declamação de versos. Aos 17 anos fez as primeiras poesias. No dia 10 de novembro de 1863 teria recitado os primeiros versos em festa no Ginásio Português.

O pai se casou por segunda vez em 24 de janeiro de 1862 com a viúva Maria Rosário Guimarães. No dia seguinte ao do casamento, o poeta e seu irmão Antônio José partiram para o Recife, enquanto o pai se mudava para o solar do Sodré.

Em maio, submeteu-se à prova de admissão para o ingresso na Faculdade de Direito do Recife sendo reprovado. Mas seria em Recife tribuno e poeta sempre requisitado nas sessões públicas da Faculdade, nas sociedades estudantis, na plateia dos teatros, incitado desde logo pelos aplausos e ovações, que começava a receber e ia num crescendo de apoteose. Era um belo rapaz, de porte esbelto, tez pálida, grandes olhos vivos, negra e basta cabeleira, voz possante, dons e maneiras que impressionavam a multidão, impondo-se à admiração dos homens e arrebatando paixões às mulheres. Ocorrem então os primeiros romances, que nos fez sentir em seus versos, os mais belos poemas líricos do Brasil.

Em 1863 a atriz portuguesa Eugénia Câmara se apresentou no Teatro Santa Isabel. Influência decisiva em sua vida exerceria a atriz, vinda ao Brasil com Furtado Coelho. No dia 17 de maio, Castro Alves publicou no primeiro número de A Primavera seu primeiro poema contra a escravidão: A canção do africano. A tuberculose se manifestou e em 1863 teve uma primeira hemoptise.

Em 1864 seu irmão José Antônio, que sofria de distúrbios mentais desde a morte de sua mãe, suicidou-se em Curralinho. Ele enfim consegue matricular-se na Faculdade de Direito do Recife e em outubro viaja para a Bahia. Só retornaria ao Recife em 18 de março de 1865, acompanhado por Fagundes Varela. A 10 de agosto, recitou O Sábio na Faculdade de Direito e se ligou a uma moça desconhecida, Idalina. Alistou-se a 19 de agosto no Batalhão Acadêmico de Voluntários para a Guerra do Paraguai. Em 16 de dezembro, voltou com Fagundes Varela a Salvador. Seu pai morreu no ano seguinte, a 23 de janeiro de 1866. Castro Alves voltou ao Recife, matriculando-se no segundo ano da faculdade. Nessa ocasião, fundou com Rui Barbosa e outros amigos uma sociedade abolicionista.

Em 1866, tornou-se amante de Eugênia Câmara.

Teve fase de intensa produção literária e a do seu apostolado por duas grandes causas: uma, social e moral, a da abolição da escravatura; outra, a república, aspiração política dos liberais mais exaltados. Data de 1866 o término de seu drama Gonzaga ou a Revolução de Minas, representado na Bahia e depois em São Paulo, no qual conseguiu consagrar as duas grandes causas de sua vocação. No dia 29 de maio, resolveu partir para Salvador, acompanhado de Eugênia. Na estreia de Gonzaga, dia 7 de setembro, no Teatro São João, foi coroado e conduzido em triunfo.

[editar] No Rio e em São Paulo
Em janeiro de 1868, embarcou com Eugênia Câmara para o Rio de Janeiro, sendo recebido por José de Alencar e visitado por Machado de Assis. A imprensa publica troca de cartas entre ambos, com grandes elogios ao poeta. Em março, viajou com Eugênia para São Paulo. Decidira ali - na Faculdade de Direito de São Paulo - continuar seus estudos, e se matriculou no terceiro ano.

Continuou principalmente a produção intensa dos seus poemas líricos e heroicos, publicados nos jornais ou recitados nas festas literárias, que produziam a maior e mais ruidosa impressão; tinha 21 anos, e uma nomeada incomparável na sua geração, que deu entretanto os mais formosos talentos e capacidades literárias e políticas do Brasil; basta lembrar os nomes de Fagundes Varela, Ruy Barbosa, Joaquim Nabuco, Afonso Pena, Rodrigues Alves, Bias Fortes, Martim Cabral, Salvador de Mendonça, e tantos outros, que lhe assistiram aos triunfos e não lhe disputaram a primazia. É que ele, na linguagem divina que é a poesia, lhes dizia a magnificência de versos que até então ninguém dissera, numa voz que nunca se ouvira, como afirmou Constâncio Alves. Possuía uma voz dessas que fazem pensar no glorioso arauto de Agamenon, imortalizado por Homero, Taltibios, semelhante aos deuses pela voz…, como disse Rui Barbosa. Pregava o advento de uma "era nova", segundo Euclides da Cunha.

A 7 de setembro de 1868, fez a apresentação pública de Tragédia no mar, que depois ganharia o nome de O Navio Negreiro. No dia 25 de outubro, foi reapresentada sua peça Gonzaga no Teatro São José.

Desfaz-se em 28 de agosto de 1868 sua ligação com Eugênia Câmara. Castro Alves foi aprovado nos exames da faculdade de Direito e a 11 de novembro - tragédia de grandes consequências - se feriu no pé, durante uma caçada. Tuberculoso, aventara uma estadia na cidade de Caetité, onde moravam seus tios e morrera o avô materno (o Major Silva Castro, herói da Independência da Bahia), dois grandes amigos (Otaviano Xavier Cotrim e Plínio de Lima), de clima salutar. Mas, antes disso, ainda em São Paulo, na tarde de 11 de novembro, resolveu realizar uma caçada na várzea do Brás e feriu o pé com um tiro. Disso resultou longa enfermidade, cirurgias, chegando ao Rio de Janeiro no começo de 1869, para salvar a vida, mas com o martírio de uma amputação. Os cirurgiões e professores da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Andrade Pertence e Mateus de Andrade, amputaram seu membro inferior esquerdo sem qualquer anestesia.[1]

Em março de 1869, matriculou-se no quarto ano do curso jurídico, mas a 20 de maio, tendo piorado seu estado, decidiu viajar para o Rio de Janeiro, onde seu pé foi amputado em junho. No dia 31 de outubro, assistiu a uma representação de Eugênia Câmara, no Teatro Fênix Dramática. Ali a viu por última vez, pois a 25 de novembro decidiu partir para Salvador. Mutilado, estava obrigado a procurar o consolo da família e os bons ares do sertão.

O retorno à Bahia
Em fevereiro de 1870 seguiu para Curralinho para melhorar a tuberculose que se agravara, viveu na fazenda Santa Isabel, em Itaberaba. Em setembro, voltou para Salvador. Ainda leria, em outubro, A cachoeira de Paulo Afonso para um grupo de amigos, e lançou Espumas flutuantes. Mas pouco durou.

Sua última aparição em púbico foi em 10 de fevereiro de 1871 numa récita beneficente. Morreu às três e meia da tarde, no solar da família no Sodré, Salvador, Bahia, em 6 de julho de 1871.

Seus escritos póstumos incluem apenas um volume de versos: A Cachoeira de Paulo Afonso (1876), Os Escravos (1883) e, mais tarde, Hinos do Equador (1921).

É patrono da cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras.

Obras
Poesia
Espumas Flutuantes, 1870
A Cachoeira de Paulo Afonso, 1876
Os Escravos, 1883
Hinos do Equador, em edição de suas Obras Completas (1921)
Tragédia no Mar
O Navio Negreiro
Teatro
Gonzaga ou a Revolução de Minas, 1875
Homenagem
O trabalho de resgate e preservação de suas obras foi fruto da dedicação do antigo colega e amigo Ruy Barbosa e fruto da campanha abolicionista, que tomou corpo a partir de 1881. Posteriormente, Afrânio Peixoto, ex-presidente da Academia, reuniu em dois volumes toda a produção do poeta, bem como escritos diversos (sob os títulos de "Relíquias" e "Correspondência").

Em 1947 o Instituto Nacional do Livro, do Ministério da Educação e Cultura, comemorou o centenário do nascimento do poeta com uma grande exposição, da qual resultou um livro comemorativo, trazendo importantes documentos que fizeram parte do evento.

O aspecto social da poesia de Castro Alves, em poemas como "O Navio Negreiro" e "Vozes d'África", ambos publicados no livro Os Escravos, foi um dos motivos principais para a sua popularização. Nesse sentido, autores como Mário de Andrade, no modernismo, dedicaram-lhe inúmeros ensaios.

Na literatura latino-americana
Numa das obras mais belas da literatura de nosso continente, "Canto Geral", do poeta chileno Pablo Neruda, é dedicado um poema a Castro Alves. O poeta condoreiro é lembrado por Neruda como aquele que, ao mesmo tempo em que cantou às flores, às águas, à formosura da mulher amada, fez com que sua voz batesse "em portas até então fechadas para que, combatendo, a liberdade entrasse". Portanto, termina o poeta chileno, "tua voz uniu-se à eterna e alta voz dos homens. Cantaste bem. Cantaste como se deve cantar". Como dá para perceber, Neruda reverencia Castro Alves por ter cantado àqueles que não tinham voz: os escravos. O poema chama-se "Castro Alves do Brasil".

[editar] Edições
A Cachoeira de Paulo-Affonso: poema original brazilero, Bahia, Imprensa Econômica, 1876, 1a edição. Canto da esperança, poesia social, libertária e lírica, seleção, introdução e notas de Hildon Rocha, Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1990.

Castro Alves: poesias escolhidas, edição comemorativa do centenário do nascimento do poeta, seleção, prefácio e notas de Homero Pires, Imprensa Nacional, Rio de Janeiro, 1947.

Correspondência e crítica, prefácio e coordenação de Alfredo Mariano de Oliveira, inclui "Traços biográficos" por Alfredo Mariano de Oliveira, "Elogio de Castro Alves", transcrição do texto de 1881 de Rui Barbosa, "Paixão e glória de Castro Alves" por Afrânio Peixoto, "Castro Alves" por Luiz Guimarães Júnior, "No decenário de Castro Alves" soneto de Raimundo Correia, "Um túmulo para Castro Alves" por Alípio Bandeira, além de correspondência do poeta, Editado por H. Antunes e C., Rio de Janeiro, 1920.

Espumas flutuantes, edição fac-similar de centenário (1870-1970), Bahia, Edições GRD da cidade de Salvador, em convênio com o Instituto Nacional do Livro, 1970.

Espumas flutuantes e Os Escravos, introdução, organização e fixação de texto por Luiz Dantas e Pablo Simpson, Editora Martins Fontes, São Paulo, 2000.

Obra completa, organização, fixação do texto, cronologia, notas e estudo crítico por Eugênio Gomes, inclui "Vida efêmera e ardente de Castro Alves" por Afrânio Peixoto e "Diálogo epistolar" entre José de Alencar e Machado de Assis, Editora José de Aguilar ltda., Rio de Janeiro, 1960, 1a edição.

Obras completas de Castro Alves, organização, introdução e notas por Afrânio Peixoto, Rio de Janeiro, Livraria Francisco Alves, 1921, 1a edição.

Poesias completas, texto organizado por Jamil Almansur Haddad, 2a edição, São Paulo, Companhia editora nacional, 1955.

Poemas de amor, introdução, seleção e notas de Jamil Almansur Haddad, Biblioteca Universal Popular, S. A., Rio de Janeiro, 1963.

Bibliografia crítica
BARBOSA, Rui. Decenário de Castro Alves, elogio do poeta pelo Dr. Rui Barbosa, seguido de um escrito do mesmo autor pelos escravos às mães de família, Mandado imprimir pela comissão do decenário, Bahia, Typografia do "Diário da Bahia", 1881.
BOAVENTURA, Edivaldo. Estudos sobre Castro Alves, Edfba, Egba, Salvador, 1996.
BOSI, Alfredo. "Sob o signo de Cam" in Dialética da colonização, Companhia das Letras, São Paulo, 1992.
BUENO, Alexei. "Herdeiro do entusiasmo", in Caderno Mais, Folha de São Paulo, 16 de Março de 1997.
CANDIDO, Antonio. "Navio Negreiro" in Recortes, Companhia das Letras, São Paulo, 1993.
CARNEIRO, Altamirando. Castro Alves e o espiritismo, Edições Feesp, São Paulo, 1993.
CARNEIRO, Edison. Castro Alves: uma interpretação política, segunda edição revista, Andes, Rio de Janeiro, 1958.
COSTA, Othon. Reflexos culturais e sociais de Castro Alves, GB, Rio de Janeiro, 1973.
CUNHA, Euclides da. Castro Alves e seu tempo, Imprensa Nacional, Rio de Janeiro, 1907.
DANTAS, Mercedes. O Nacionalismo de Castro Alves, Editora A Noite, Rio de Janeiro, 1941.
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NUNES, Cassiano. Castro Alves ante a poesia do nosso tempo, Thesaurus, Brasília, 1985.
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RIBEIRO, Luís do Prado. Tríptico de Castro Alves, amor, lirismo, liberdade, Jornal do Comércio, Rio de Janeiro, 1952.
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SCHLAFMAN, Léo. "O poeta dos oprimidos", in Caderno Idéias, Jornal do Brasil, 7 de Março de 1997.
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SENNA, Marta de. Uma Poética flutuante: ensaio sobre Castro Alves, Lidador, 1980.

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SILVA, Domingos Carvalho da. A Presenca do Condor: estudo sobre a caracterizacão do condoreirismo na poesia de Castro Alves, Clube de poesia de Brasília, Brasília, 1974.
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TOLMAN, Jon M. "Castro Alves, poeta amoroso" in Revista do Ieb, São Paulo, n. 17, 1975.
VEIGA, Cláudio. Prosadores e poetas na Bahia, Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, 1986
[editar] Algumas biografias
AMADO, Jorge. ABC de Castro Alves: louvações, São Paulo, Livraria Martins Editora, 1941.
AZEVEDO, Vicente de Paulo Vicente de. O Poeta da liberdade, São Paulo, Clube do Livro, 1971.
BARROS, Frederico Pessoa de. Poesia e vida de Castro Alves, Editora das Américas, São Paulo, 1962.
CALMON, Pedro. A Vida de Castro Alves, Livraria José Olympio, Rio de Janeiro, 1961.
CAMPOS, Mário Mendes. Castro Alves: glória e via-sacra do gênio, Belo Horizonte, 1973.
CARVALHO, João de. O Cantor dos escravos: Castro Alves, Instituto Nacional do Livro, T. A. Queiroz, Brasília, 1989.
CORREIA, Jonas de Moraes. Sentido heróico da poesia de Castro Alves, Biblioteca do Exército, Rio de Janeiro, 1971.
FERREIRA, H. Lopes Rodrigues. Castro Alves, Editora Pongetti, Rio de Janeiro, s/d.
GUARNIERI, Gianfrancesco. Castro Alves pede passagem, Palco+Platéia, São Paulo, 1971.
GUIMARÃES, João. Castro Alves, Melhoramentos, São Paulo, s/d.
MATTOS, Waldemar de. Bahia de Castro Alves, Instituto Progresso Editorial S.A., São Paulo, 1948, 2a edição.
MASCARENHAS, Maria da Graça (coordenação editorial). Castro Alves, Odebrecht, Fundação Banco do Brasil, Rio de Janeiro, Brasília, D.F., 1997.
PEIXOTO, Afrânio. Castro Alves: o poeta e o poema, Ailland & Bertrand, Paris, 1922.
PRINA, Carlo. Castro Alves, as mulheres e a música, Livraria Martins Editora, São Paulo, 1960.
SILVA, Joaquim Carvalho da. "Castro Alves: uma revisão histórico-literária", in Signum: estudos literários, revista do curso de mestrado em Letras, Centro de Letras e Ciências Humanas, Londrina, n. 1, 1998.
TAVARES JÚNIOR, Luis et alli. Castro Alves: o poeta e o tempo, Imprensa Universitária da Universidade Federal do Ceará, 1971.
[editar] Academia Brasileira de Letras
Tendo participado de Associações abolicionistas, junto a outros tantos colegas das Faculdades de Direito no Recife e em São Paulo, Castro Alves fez-se colega, amigo e conhecido de vários literatos que, no futuro, vieram a tornar-se expoentes de nossas letras.

Um destes colegas - e o principal responsável pela preservação de seu material inédito e documentação, foi justamente um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, Ruy Barbosa.

Reconhecendo-lhe o talento e importância, a Academia nominou a sua cadeira 7 em homenagem ao Poeta dos Escravos, o "condoreiro" Castro Alves.

Representações na cultura
Castro Alves já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Paulo Maurício no filme Vendaval Maravilhoso (1949) e Bruno Garcia no filme Castro Alves - Retrato Falado do Poeta (1999).

Referências
1.↑ Sérgio Buarque de Holanda. O Brasil Monárquico. DIFEL (BRASIL), 1985. pp.498.
Ligações externas
Castro Alves na página da Academia Brasileira de Letras
Vida e Obras de Castro Alves
Poemas de Amor - Poemas de Castro Alves

http://pt.wikipedia.org/wiki/Castro_Alves


Castro Alves


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La negristoshipo
(Tragedio sur Maro)


I



Jen ni sur plena mar' ... en spac' freneze
lunklaro ludas - papili' orbrila -
ondegoj ghin postkuras... lacighante,
samkiel hord' infana maltrankvila.
Jen ni sur plena mar' ... el firmamento
la astroj saltas kiel shaum' el oro...
repagas mar' per brul' de fosforeskoj
- konstelacioj de fluajh'-trezoro.



Jen ni sur plena mar' ... du infinitoj
sin chirkauprenas streche kun anhelo...
sublimaj, oraj, bluaj, mildaj... Kiu
la ocean' kaj kiu la chielo?



Jen ni sur plena mar' ... shvelintaj veloj
per varmaj, de zefiro mara, frapoj,
de brig' surmara kuro estas kvazau
tusheto de hirund' sur ondokapoj...



Devenon kaj fincelon, kiu scias,
de shipo travaganta senmezurojn?...
En chi Sahar' chevaloj polvon levas,
galopas, flugas, ne postlasas spurojn...



felicha homo, kiu povas tiam
de jena bildo ghui majestecon!...
malsupre - maron... supre - firmamenton...
kaj en chiel' kaj maro - la vastecon...



Ho, kian harmonion vent' alportas...
Muziko dolcha sonas, malproksima!
Ho Di' ! sublima estas arda kanto,
sen cel' flosanta sur ondad' senlima!



Viroj de l' maro! Ho maristoj krudaj,
sunbruligitaj de la mondoj kvar!
Infanoj, kiujn lulis la tempesto
en la lulil' de chi profunda mar' !



Atendu kaj min lasu chi sovaghan
liberan poezion trinki tute...
Orkestro - estas maromugh' cheprua
kaj vento tra shnurar' siblanta flute...

............................................................................



Vi, kial fughas tiel, bark' rapida?
Vi, kial fughas timan la poeton?...
Volonte sekvus mi disondon vian,
similas ghi frenezan markometon...



Ho albatros'! Kondor' de l' oceano,
dormanta sur la gaza nubofloso,
la plumojn skuu, spacolevjatano!
Al mi flugilojn pruntu, albatroso!...




II




Por maristo ja ne gravas,
kie lia hejm' situas!...
chiun verskadenco ravas,
kiun mar' al li instruas!
Kantu! dia estas morto...
Lofe brig' sub ventoforto
glitas per rapid' delfena.
Flago sur postmast' hisita,
kun la ondo postlasita
flirtas, de sopiro plena.
De hispan' la kant' subluna,
traplektita per langvor' ,
memorigas pri sunbruna
andaluzanin' en flor'.
La italo kantas pri
la dormema Venezi'
- lando de perfid' kaj amo -
che l' Vulkano, sur golfondo,
memorigas al la mondo
Tasostrofojn per deklamo.



Anglo - mara frida tipo,
kiun mar' denaska flankis -
(char Anglujo estas shipo,
kiun Di' Kanale ankris),
kun fier' patrujon gloras,
dum pri Nelson li memoras
kaj pri Albukirrenkonto...
Kantas laurojn intajn, franco
- destinita al bonshanco -
kaj la laurojn de l' estonto...



La helena maristaro,
kiun Ioni' akushis,
chi piratoj de la maro,
kiun jam Ulis' trapushis,
de Fidias la skulptitoj,
pri Homeraj ghemaj mitoj
longe kantas sub lunhelo...
Ho, maristoj vi, tutmondaj!
trovas vi en maroj ondaj
melodiojn el chielo...





III



El vasta spac' descendu, ho oceankondoro!
Descendu pli kaj plie... nur via vidoboro
en brigon povas mergi dum tia fluga kuro...
Sed ve! mi kion vidas... kia amara sceno!
kia funebra kanto... kiom da abomeno!
kiaj figuroj tristaj!... kia, ho Di', teruro!




IV



Danteska bildo estas... la ferdeko
briligas tagon per rughega streko,
banante sin en sango.
Tintad' de chenoj... vipklakad' sonora...
amaso nokte nigra kaj horora
dum danc' de fifandango...
Patrinoj negraj che la mamoj havas
infanojn magrajn, kies bushojn lavas
patrina sangkaskado.
Knabinoj jen... sed nudaj, miroplenaj,
trenitaj de fantomokirl', chagrenaj,
en vana anhelado.



Orkestro ironie, akre blekas...
Serpento de l' freneza rondo strekas
spiralojn fantazie...
Se la oldul' anhelas... kaj glitfalas,
audighas krioj... la rimeno knalas
kaj ili flugas plie...



De sama chen' kaptitaj en la mashoj,
l' amas' malsata per shancelaj pashoj
kun plor' kaj danc' rapidas...
Freneza unu, dua en kolero
deliras... brutigita de sufero,
alia kantas, ridas...



Komandas dume kapitan' manovron...
rigardas li chielon, puran kovron,
sternitan super maro.
Kaj diras inter densaj fumnebuloj:
"La vipon vigle svingu, ho shipuloj!
plu dancu la brutaro."



Orkestro ironie, akre blekas...
Serpento de l' freneza rondo strekas
spiralojn fantazie...
Kiel en songh' danteska ombroj fluas...
malbenoj, krioj, veoj, preghoj bruas,
Satano ridas fie!...




V



Ho Sinjor' de l' mizeruloj!
Diru chu frenez'... chu vero
estas tiom da hororo
fronte al chiela sfero...
Maro! kial via ondo
de l' mantelo de la mondo
ne forvishas makularon!...
Astroj! Nokto! Tempestegoj!
Vi rulighu el vastegoj!
Uragan'! balau maron!
Kiuj estas chi povruloj,
ne trovante pli en vi
ol trankvilan ridon pleban,
- spron' por turmentistrabi' ? - ...
Kiuj estas? Se la stelo
mutas, se la ondakcelo
estas fugh' komplica, krima,
che la nokta lumkonfuzo...
Vi ghin diru, fera muzo!
liberega muz' sentima!



Jen la filoj de l' dezerto,
kie teron lum' saturas,
kie sur la kamp' kun lerto
trib' de nudaj viroj kuras.
Militistoj spitaj estas,
kiuj tigrojn lukte estras,
che soleja ventozum' ...;
viroj simplaj, fortaj, bravaj...
estas nun mizeraj, sklavaj,
sen aer', sen prav', sen lum' ...



Kaj virinoj malbonsortaj...
kiel estis jam Hagar.
Soifegaj kaj malfortaj,
el forfor' devena ar' .
Sur la brakoj, filojn, chenojn
portas - en anim' malbenojn,
larmojn, galon en la koro.
De Hagar suferon sentas,
ke por Ishmael prezentas,
ech ne lakton de la ploro...



Tie en la sabloj helaj,
sub la palmoj, en ravinoj,
lulis sin - infanoj belaj,
vivis - charmaj junulinoj...
Preterpasas karavano...
Revas ili en kabano,
sub la noktvual' ... Hodiau...
Ve! adiau, dom' sur monto!...
Ve! adiau, palm' che fonto!...
Ve! adiau, am' ... adiau!...



Morgau la sablar' senlima...
ocean' da polvo... sur
horizonto malproksima
nur dezert' ... dezerto nur...
kaj lacigh' , soif' , malsato...
Cedas la mizervipato,
falas por ne plu kuniri!...
Vakas ero en la cheno,
sed sur sablo la hieno
trovas korpon por disshiri.



Iam Sieraleono
sub de vasta tendo brilo,
venko, chaso al leono,
dorm' dormita kun trankvilo...
Nun la nigra hold' terura,
streta kaj infektmalpura,
kun la pest' por jaguaro...
Dormon tranchas jen kaj jen
shiro de mortint' el chen' ,
ghia jheto al la maro...



Iam pri liber' fieraj...
nur sufichis vol' por povo...
Kaj hodiau... malliberaj!...
ech por mort' ... Maliceltrovo!
Ilin ligas sama ringo
- fata ferserpentostringo -
de l' sklaveco chirkaumano...
Forrabitaj al la morto,
dancfunebras la kohorto,
che vipsono... Ho rikano!...



Ho Sinjor' de l' mizeruloj!
Diru chu delir'... chu vero
estas tiom da hororo
fronte al chiela sfero...
Maro! kial via ondo
de l' mantelo de la mondo
ne forvishas makularon? ...
Astroj! Nokto! Tempestegoj!
vi rulighu el vastegoj!
Uragan' ! balau maron! ...




VI



Popol' ekzistas, kiu flagon donas
por kovri tiom da fiajh' perfida!...
En tiu fest' ghi shanghon ne oponas
al bakantinmantel' malpura, frida! ...
Ho Dio! Dio! kies flago kronas
senhonte topon en diboch' senbrida?...
Silento! Muz' ! vi larmojn tiom havu,
por ke la flag' en via plor' sin lavu...
Orverda flag' de mia hejma tero,
kiun flirtigas kis' de vent' brazila,
standard' promesojn diajn de l' espero
interplektanta kun sunlumo brila...
Vi, kiun post milito de Libero
herooj hisis sur la tub' fusila,
prefere estus vi chifon' batala,
ol de popolo mortotuk' fatala! ...



Kruela fat' premanta sur mensfondo!...
Detruas nun malpura brigferdek'
chizitan vojon de Kolumb' sur ondo,
sur profundajho kvazau paca strek' ! ...
... Fiajho troa! ... El etera mondo
de l' Nova Kontinent' herooj, ek!
Andrad'! chi flagon el aer' ekstermu!...
Kolumb'! de via mar' la pordon fermu! ...



Tradutor: Leopoldo Knoedt

Tradução remetida por: Cícero Soares

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