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martedì 6 luglio 2010

Davino Ribeiro de Sena


Davino Ribeiro de Sena
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Davino Ribeiro de Sena (Recife, 1957) é diplomata e poeta brasileiro.

Graduou-se em Filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco.

Davino é considerado um dos mais intrigantes poetas de sua geração. Seus versos possuem um lirismo que descobre o extraordinário nas coisas mais simples. Sena construiu uma poesia rigorosa com alguns poucos elementos favoritos: areia, ferro e vidro.

Como diplomata, viveu na Espanha, Austrália, Japão e Estados Unidos.

Livros publicados
Castelos de Areia (1991)
Pescador de Nuvens (1996)
O Jaguar no Deserto (1997)
Retrato com Guitarra (1997)
Vidro e Ferro (1999)
Três Martes (2004)
Lêgo & Davinovich (2006), em parceria com Elizabeth Hazin
Expedição (2007)
Premios recebidos
Memórias (poema)
Vencedor do Prêmio Gervásio Fioravanti, edição 1982, da Academia Pernambucana de Letras
Castelos de Areia (seu primeiro livro)
Laureado no gênero Poesia Brasileira pela Fundação Nestlé de Cultura (1991)
Ligações externas
Sítio Oficial
http://www.davinosena.com.br/

Biblioteca do Davino
http://web.mac.com/davinosena/iWeb/Biblioteca%20do%20Davino/Blog/Blog.html

Poema publicado na revista Rascunho
A COBRA NO QUINTAL - Davino Ribeiro de Sena


Elas vieram antes de nós.
Ergueram templos de ouro
ainda vivos na selva.
Sobreviveram a cataclismos
anteriores à humana era...

A imaginação cria seres
sem aura, frias serpentes.
Esquivas almas, escondem-se
nos grotões lodosos do medo.
Esperam um sinal que virá...

A rainha tem uma na bolsa.
O príncipe tem uma no relógio.
A moda nos devolveu a mata.
Mas tudo o que se diz sobre elas
parece dissolver-se em fumaça.

Vivem nas entranhas do planeta.
Se um meteoro cair e aplastar
o azul, é certo que morreremos
mas elas não, elas viverão
para contar nossa tragédia.

As cidades subterrâneas
têm serpentes que caminham
e uma vibração misteriosa
anima os rituais onde
humanos são reptilizados.

Viu-as o inglês Fawcett
antes de ser presa dos kalapalos
antes de matá-lo a borduna
a cabeça encolhida num saco
viu-as e temeu pela raça humana.

A imaginação nos prevenira.
Todos os macacos da Amazônia
dizem a mesma coisa: elas virão!
Se os macacos pudessem dizer
diriam do que elas são capazes.

Os símios não precisam
nos convencer de mais nada.
Tudo já foi dito nas escolas
que ensinam aos meninos
o sonho da antiga cobra.

Os adolescentes caminham
na areia dos próprios anos
como tartarugas migrantes
de mochila apensa às costas
e sonho apenso ao casco.

Florescemos em netos!
Não permita Deus que nós
os abandonemos à sorte!
Lutaremos contra os seres
que o escuro faz mais fortes.

A imaginação nos alerta.
Há seres antigos, serpes,
que mergulharam na Terra.
Linhagem de reis e príncipes
longe do azul da atmosfera.

A imaginação nos faz ver
a verdade mais absurda
das cobras no quintal
mas não conduz à luta
perdida de antemão.

Elas se movem em naves
em estonteante velocidade
piruetas em zê fazem
nos fiordes da Noruega
nos lagos da Nicarágua...

Dentro da água se movem
como se de água fossem
como se mandassem na água
uma água magnetizada
uma água obediente.

As naves aparecem no ar
e no ar real, como se movem!
Sinta a velocidade, Einstein!
Os aviões mais velozes são
como brinquedos euclidianos.

Sorriem condescendentes
como o ancestral lagarto
que ensina o homem a ver
mas prefere outra vida
entre as folhas, sob pedras.

As cobras vestem-se de folhas.
Sabem que a Terra tem dono
e o dono é Deus, que pode
esmagá-las com um piparote.
Elas não desatam este nó.

As cobras vivem na pedra.
Enquanto respeitarem a Terra
e a lei divina, nós e os macacos
seguiremos nus e engraçados.
Elas nada podem contra nós.

"Jesus não nos abandone
nesta hora! Venha Jesus
com um exército de anjos!
Venha com sua espada.
Lutaremos a seu lado.

Quando elas vierem, o mundo
ficará coberto pelo escuro.
Elas fugirão, Jesus, de tua luz
que salva o homem do escuro.
Tua luz, entre luzes, será Luz."

A cobra se fez visível
uma, duas vezes, e se foi
na cantante relva do quintal
com gestos de realeza
fria serpente princesa.



http://rascunho.rpc.com.br/index.php?ras=secao.php&modelo=2&secao=4&lista=1&subsecao=13&ordem=1918&semlimite=todos/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Davino_Ribeiro_de_Sena




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