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domenica 11 luglio 2010

Edmir Domingues


Edmir Domingues
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Edmir Domingues da Silva (Recife, 8 de junho de 1927 — 1 de abril de 2001) foi um advogado e poeta brasileiro.

Biografia
Nascido em numa família pobre, sua infância, vivida em ambiente urbano, marcou-se mais de invenções do que de realidades. Voltou-se, ainda menino, para dentro de si mesmo ou para viagens apenas imaginadas, impregnando sua poesia de caráter essencialmente intimista. Começou a escrever poemas desde menino, quando aprendeu a escrever.

Bom desenhista, financiou grande parte de seus estudos - estudante pobre que era - com o dinheiro que ganhava fazendo ilustrações para revistas, gráficos de produção para indústrias e slides para propaganda em cinema.

Em 1946 entrou para a Faculdade de Direito do Recife, tendo como colegas os teatrólogos Ariano Suassuna e Hermilo Borba Filho, o romancista e pintor Gastão de Holanda, e outros que depois se projetaram na Literatura e na Cultura pernambucanas e brasileiras.

Em 1949 fez concurso para preenchimento de vaga no Tribunal Regional Eleitoral, obtendo o primeiro lugar. Ali trabalhou até sua aposentadoria.

Em 1950, concluindo o curso de bacharelado, começou a advogar, o que fez até pouco antes de sua morte, em 1 de abril de 2001.

Fez, ainda, doutoramento em Direito e o curso de Filosofia, ambos iniciados em 1952.

Em 1958, juntamente com outros intelectuais pernambucanos, fundou a seção pernambucana da União Brasileira de Escritores - UBE, onde compôs a primeira diretoria, juntamente com Paulo Cavalcanti, Carlos Moreira, Carlos Pena Filho, Audálio Alves, Cézario de Melo, Renato Carneiro Campos, César Leal, Lucilo Varejão Filho, Olimpio Bonald Neto, José Gonçalves de Oliveira, Jefferson Ferreira Lima, Clóvis Melo e Abelardo da Hora.

Característica poética
Poeta intimista, que vivia à espera de sua morte, assim se expressou em vários de seus poemas, entre eles se destacando a Sextina da Vida Breve, poema este que recebeu inúmeros elogios da classe literária e foi inspiração para muitos outros poemas de outros poetas.

Era cultor dos poemas de forma fixa, destacando-se nas sextinas e nos sonetos, sendo considerado um dos grandes sonetistas brasileiros, autor também da coroa de sonetos Com o Estranho Pulsar da Estrela Morta, fixado que era na estrela Aldebarã, conhecida estrela vermelha da constelação do Touro.

Para Edmir Domingues, a poesia, obrigatoriamente, tinha de ser enxuta, “sem cavilhas para atender a forma, sem adjetivos ou advérbios, senão os estritamente necessários”.

Sempre que encontrava um amigo, Edmir se despedia como se soubesse que nunca voltaria a vê-lo; e ainda aproveitava para recriminar seu insensato coração – que, segundo ele, não agüentaria muito tempo mais. Como ocorreu. Esse seu sentimento de morte próxima o fazia declinar da indicação para a Academia Pernambucana de Letras. Embora sabedor do apoio da maioria dos acadêmicos, sempre negava, dizendo "Não sou um candidato. Sou uma vaga".

O trabalho do poeta já mereceu um livro de ensaios, de autoria de Mário Márcio de Almeida Santos, da Academia Pernambucana de Letras, com o título A Grande Poesia de Edmir Domingues. Na obra, o autor define como clássicos e fundamentais os poemas de Edmir e define sua poética da seguinte forma:

"A dificuldade para quem tenta interpretar a poesia de Edmir Domingues é a de que não se trata de uma poesia ‘fácil’. O leitor atento e superficial quase nunca alcança o sentido do autor de Universo Fechado, o qual nos leva sempre às perseguições profundas e de extremo rigor de estruturação em suas composições".
Livros publicados
A Rua do Vento Norte. Recife: Editorial Sagitário, 1952;
Corcel de espuma. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1960;
Cidade Submersa e outros poemas. Recife: Companhia Editora de Pernambuco, 1972;
O domador de palavras. Rio de Janeiro: Edições Tempo Brasileiro Ltda, 1987;
Universo Fechado ou O Construtor de Catedrais. Recife: Edições Bagaço, 1996.
Lusbelino. Recife: Edições Bagaço, 1996.
CD gravado
Edmir Domingues - Voz e Poesia, 1999, onde ele mesmo declamava seus poemas.
[editar] Prêmios literários
Em 1946, no primeiro ano de Direito, ganhou seu primeiro prêmio literário, num concurso de sonetos promovido pelo Diretório Acadêmico da faculdade.
Em 1954 concorreu a três prêmios literários, laureando-se em todos eles:
Prêmio Vânia Souto Carvalho, no Recife, em que empatou com Carlos Pena Filho, com o livro Corcel de Espuma;
Prêmio Mário de Andrade, em São Paulo, também com o livro Corcel de Espuma;
Prêmio Aristides Casado, do IPASE, com o poema Balada onde se conta do desaparecimento intempestivo dos Cavalos de Infância.
Em 1961, ainda com o livro Corcel de espumas, ganhou o Prêmio Othon Bezerra de Mello, da Academia Pernambucana de Letras.
Em 1972 ganhou o Prêmio Manuel Bandeira, do Estado de Pernambuco, e Othon Bezerra de Mello, da Academia Pernambucana de Letras com o livro Cidade Submersa e outros poemas.
Reconhecimento
Em reconhecimento a sua importância para a poesia de Pernambuco, a Academia Pernambucana de Letras instituiu o Prêmio Edmir Domingues de Poesia, com edição anual, a partir de 2001, ano de sua morte. Já foram vencedores do referido prêmio:

2001: Eugênio Soares (O romance interdito)
2002: Luiz Carlos Duarte (A consagração do silêncio)
2003: Marchezan Albuquerque (Rastro na relva)
2004: Lúcio Ferreira (Essas coisas cá de dentro)
2006: Vital Corrêa de Araújo (Só às paredes confesso)
2007: Gerusa Leal (Versilêncios)


http://pt.wikipedia.org/wiki/Edmir_Domingues


Poema para Velhos


onde se fala da emoção imperdoável — e vergonhosa

— das lembranças do País chamado Infância.

Nas comarcas de Infância havia vida.

O que fiz dessa vida? Que sei eu?

Onde estão os anseios desse tempo?

Pois havia, no então, as borboletas

de asas azuis, que agora já não vejo,

as quais eu perseguia, sob as sombras

das bananeiras e dos laranjais.

Que fazer, neste instante, para vê-las

em viagem de volta aos tempos idos?





É muito tarde, Amor, é muito tarde.





Cantava o sabia sobre as palmeiras

que os ventos marinheiros balançavam

como as brisas beijavam as bandeiras.

Como tornar atrás, sem instrumentos,

sem mapas nem roteiros, destruídos

no fragor dos combates os sextantes?





É muito tarde, Amor, é muito tarde.





Os perfumes de Infância, nos cabelos

da bem-amada, onde estarão nesta hora?

As pipas coloridas, os campinhos

de várzea, num País de Juventude?

Tudo isso acabou. Toda a pureza

morreu, estraçalhada pelas Máquinas.

As crianças de agora se realizam

na frieza dos seus computadores,

curtindo os seus Heróis da Violência,

com sangue, sangue. E cada vez mais sangue.





Não pisaram, jamais, terras de Infância.





já não creem no Lobo, na Avozinha

do Chapeuzinho, a Casa da Floresta

construída de puro chocolate.





Papai Noel existe, com certeza,

para aqueles que sempre creram nele.





A Pequena Sereia, Os Três Porquinhos,

sandálias de cristal da Cinderela,

e João, Maria, os Ovos de Ouro, tudo,

mesmo o Patinho Feio que era um cisne,

já não são coisas da imaginação.

São tevês, são cinema, sem o apelo

das histórias de Infância.




http://www.revista.agulha.nom.br/ed01.html




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