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mercoledì 14 luglio 2010

Fabiano Calixto


Fabiano Calixto
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Fabiano Calixto (Garanhuns, 1973) é um poeta e tradutor brasileiro.

Publicou os livros de poesia Algum (1998), Fábrica (2000) e Um Mundo Só Para Cada Par (2001), este último em parceria com os poetas Tarso de Melo e Kléber Mantovani. Seus últimos livros publicados foram Música Possível (2006), pela coleção Ás de Colete da editora paulistana CosacNaify, Sangüínea (2007, 34 Letras) e Pão com bife (2007), um livro de poesia para crianças, pela editora SM (São Paulo).

Com Claudio Daniel publicou Prosa do que Está na Esfera, traduções do poeta dominicano León Félix Batista. Colaborou com diversas revistas, como Cacto (Santo André/ SP), Inimigo Rumor (Rio de Janeiro/ RJ), Monturo (Santo André/ SP), A Cigarra (Santo André/ SP), Cult (São Paulo/ SP), Dimensão (Uberaba/ MG), Suplemento Literário de Minas Gerais (Belo Horizonte/ MG) e Serta (Madrid, Espanha). Figura nas antologias Na Virada do Século - Poesia de Invenção no Brasil (Landy, 2002), organizada por Claudio Daniel e Frederico Barbosa e na antologia de poesia brasileira contemporânea, publicada no número 9 da revista norte-americana Rattapallax. É co-editor, com os poetas Ricardo Domeneck, Angélica Freitas e Marília Garcia, da revista Modo de Usar & Co.



DA CIDADE

na pior das hipóteses
ainda há uma chuva
que, de vez em quando,
cai sobre esse declínio civilizado.
sobre essas palavras que saem ocas.
sobre essas máquinas.

mas a chuva ainda não é nada.
a chuva atrasa, sempre.

o distúrbio dos espaços em
nosso campo de visão minimizado.
um exagerado estrangulamento de tempo.
essa é a língua. pior: essa é a linguagem.

(ainda hoje,
no estacionamento da faculdade,
as árvores floridas
seqüestraram,
por um momento menos que mínimo,
minha atenção. e nada ficou.
nem uma cor. nem uma brisa.)



ORATÓRIO

meninos jogam
capoeira
em frente ao muro da creche
onde, escrita a tiros,
lê-se a epígrafe destes dias

jogam
capoeira
entre os ramos do berimbau
antes da chuva
como as nuvens

*

os tijolos, as casas a meio,
andaimes, latas de tinta
vazias, pedra, cimento, cal,
criando uma atmosfera
menos rude
naqueles olhos.

*

o terreno baldio
a quadra de futebol de salão
e o bamba
rodando, mão a mão,
na gramática feroz
do desânimo.

no barraco à beira
do córrego fétido,
um velho
com seu carro de ferragens
fuma um resto de cigarro
achado no resto de mundo
que herdou.

*

jogam
capoeira.

*

chove
há mais de uma semana.



http://www.algumapoesia.com.br/poesia2/poesianet182.htm






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